A crescente resistência humana a antibióticos poderá fazer
com que esses medicamentos não sejam mais eficazes em um futuro próximo,
levando o mundo a uma era "pós-antibióticos", na qual uma simples
infecção na garganta ou um arranhão podem ser fatais, diz a OMS
(Organização Mundial da Saúde).
"Uma era pós-antibióticos significa, de fato, o fim da medicina
moderna como a conhecemos", diz a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.
Ao falar em um encontro de especialistas em doenças infecciosas
realizado nesta semana na Dinamarca, Chan alertou para o desafio que
esta nova realidade representa, especialmente para os países em
desenvolvimento, que são os principais afetados por essas enfermidades.
"Muitos países estão incapacitados pela falta de infra-estrutura,
incluindo laboratórios, diagnósticos, confirmação de qualidade,
capacidade de regulação, monitoramento e controle sobre a obtenção e a
utilização de antibióticos", diz Chan.
"Por exemplo, comprimidos contra
malária são vendidos individualmente em mercados locais. Também há
abundância de antibióticos falsos ou de baixa qualidade", afirma.
Uso excessivo
As declarações da diretora da OMS foram feitas em um momento em que
diversos grupos americanos de especialistas em doenças infecciosas
publicaram um relatório no qual pedem que autoridades de saúde e
políticos em todo o mundo aumentem os esforços para melhorar o uso dos
antibióticos existentes e promover a investigação de novos medicamentos.
Especialistas afirmam que a atual resistência das bactérias a
antibióticos é causada principalmente pelo mau uso desses remédios e
que, muitas vezes, são os próprios médicos que receitam os medicamentos
excessivamente. Segundo os autores do estudo, entre as medidas para
evitar a resistência está o estabelecimento de programas que ajudem os
médicos a decidir quando é necessário receitar um antibiótico e qual a
melhor opção de tratamento.
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