3.04.2012

O fruto da longevidade que vem do Tibete

A goji berry pode ser consumida de várias formas, em fruto seco, iougurte, cereais e saladas, por exemplo 

A goji berry pode ser consumida de várias formas, em fruto seco, iougurte, cereais e saladas, por exemplo

RIO — Nascida nas montanhas do Tibete, a goji berry lembra a pimenta-de-cheiro, por seu vermelho vivo. Mas seu sabor não é nada picante. O fruto está ganhando fama de alimento rejuvenescedor, e é a moda da vez entre os alimentos funcionais. Isto porque, apesar de seu diminuto tamanho, ele contém pelo menos 20 aminoácidos, além vitaminas e antioxidantes numa quantidade muito acima de outras berries, como a amora. Consumida por aqui principalmente em forma de fruto seco ou extrato, a goji está sendo chamada de nutriente da longevidade. Por vir de tão longe e ainda ser pouco conhecida e cultivada em terras brasileiras, não é muito fácil encontrar a goji in natura. Daí a preferência por consumir o seu fruto seco, misturado a frutas, cereais, saladas, sucos e iogurtes. Não faltam motivos para a goji (a Lycium barbarum) fazer sucesso: ela tem oito aminoácidos essenciais à formação de proteínas e duas dezenas de minerais, é fonte de vitaminas C, B1, B2, B6, possui betacaroteno em maior concentração que a cenoura, e ainda contém zeaxantina, um protetor da visão. Entre os chineses, há até quem acredite que este fruto melhora a potência sexual.
— Ela contém zinco, ferro, cobre, cálcio, selênio, fósforo e outros minerais importantes. É possível que ajude a controlar os níveis de açúcar no sangue, sendo excelente para diabéticos. Também observamos que a goji reduz o colesterol — diz o nutricionista Fábio Bicalho, do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional.
O fruto chama a atenção não só de nutricionistas. Intrigados com os efeitos da goji, cientistas investigaram seu poder antioxidante, e ficaram ainda mais surpresos. Na escala Orac, que mede a capacidade de absorção de radicais livres dos alimentos, a goji alcança o impressionante índice de 25.300 unidades. Para ter ideia, a amora e o mirtilo têm, respectivamente, 2.036 e 2.400 unidades na mesma escala, acrescenta Bicalho.
Para as pessoas que consomem o fruto seco, em média se recomenda de 30g a 40g de uma colher de sopa ao dia, em saladas, frutas ou iogurte, por exemplo. A personal stylist Dany Padilla, de 43 anos, não tem ideia do que significam essas quantidades de antioxidantes, mas acredita que a goji melhorou o funcionamento de seu organismo. Quando não encontra o fruto seco, ela consome a goji em cápsulas e conta que até a pele rejuvenesceu:
— Eu tomo uma cápsula por dia. Faço alimentação balanceada, mas, depois que passei a consumir a goji, passei a me sentir mais disposta.
Já a nutricionista Bia Rique conheceu o fruto em Londres, há quatro anos. Ela explica que seu potente efeito antioxidante ajuda no combate a inflamações. Porém, comenta que o fruto sozinho não faz milagre:
— A goji é riquíssima inclusive no antioxidante zeaxantina, que estudos mostram agir contra a perda de visão em idade avançada. Por ser um pouco amarga, a fruta não tem a mesma aceitação de outras berries, mas, para fazer algum efeito, precisa ser consumida regularmente — afirma Bia.
Para a nutricionista Marcela Knibel, a goji também é capaz de melhorar a capacidade imunológica e manter o sistema nervoso saudável. Um estudo publicado na revista científica “American Journal of Clinical Nutrition” mostrou que a ação de compostos flavonoides (especialmente as antocianinas, responsáveis pelas cores vibrantes das frutas) têm efeito contra a hipertensão. A goji ainda tem nutrientes anticancerígenos.
— Ela pode ser consumida também em suco. E os chineses a utilizam em chás. Além de ótima fonte de vitaminas e fibras, a goji tem o ácido graxo linoleico, essencial para as células —
O Globo

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