Em busca da cura do câncer
Pesquisadora conta em entrevista como investiga um novo tratamento para a doença através da luz
RIO - A pesquisadora Hilde Harb Buzzá, de 24 anos, quer descobrir a
cura do câncer. Com sua pesquisa de nome pomposo (o efeito vascular da
terapia fotodinâmica) no Instituto de Física de São Carlos (IFSC), na
Universidade de São Paulo, ela investiga como a luz pode destruir um
vaso sanguíneo e, dessa forma, cortar a via de alimentação de um tumor
para enfraquecê-lo. Com um quê de idealismo, ela explica por que
escolheu esta área de atuação:
— Estou no primeiro ano do doutorado. Escolhi essa área porque sempre quis trabalhar com ciência aplicada à saúde. Acho bonito poder ajudar na melhoria da vida das pessoas. Minha graduação em ciências físicas e biomoleculares me possibilitou o caminho até o laboratório — conta.
Leia abaixo a entrevista com a pesquisadora:
Como é sua pesquisa?
A pesquisa é sobre terapia fotodinâmica (TFD), que precisa da interação de três elementos: luz, uma substância fotossensível (ativada com a luz) e o oxigênio molecular (presente nos tecidos). O fotossensibilizador se acumula, preferencialmente, nas células neoplásicas e em microorganismos. Quando essa região é iluminada, acontece a ativação do fotossensibilizador, levando-o a um estado excitado. Nesse estado, ele transforma o oxigênio molecular em uma forma reativa de oxigênio, que é tóxico para célula, levando-a à morte. O meu alvo de trabalho é o vaso sanguíneo: tentamos destruir o vaso para cortar a via de alimentação do tumor, enfraquecê-lo e, assim, chegar ao sucesso da terapia com câncer.
O que já tem de avanços até agora?
Os avanços nessa área são inúmeros. No tratamento de câncer de pele do tipo não melanoma chegamos ao sucesso em mais de 90% dos casos tratados. Hoje, temos avanços tanto nas pesquisas com tratamento de doenças diversas, incluindo câncer, micoses, descontaminação bucal, HPV entre outras.
Mas temos também avanços em produção de medicamentos fotossensíveis mais eficientes e em equipamentos mais adaptados à região tratada (por exemplo, para tratamento de micose ou do próprio câncer de pele). Há, inclusive em nosso grupo de pesquisa, uma equipe para auxiliar nesses equipamentos modernos e mais adequados a cada linha de pesquisa.
Quais são suas principais dificuldades?
A principal dificuldade da terapia é fazer a luz e o medicamento chegarem ao alvo desejado. Em tecidos, por exemplo, a luz precisa penetrar em toda a região que será tratada, senão o tratamento não é eficiente. Por isso há muitas pesquisas nesse sentido, para possibilitar que a luz, penetre no tumor e atinja toda a região com câncer.
Qual é o futuro do tratamento de câncer?
Ao meu ver, o tratamento de câncer precisa unir alta eficiência com menos efeitos colaterais, visando a não mutilação de partes do corpo com remoção cirúrgica. E essa é a linha que se segue nas pesquisas em todos os tipos de tratamento para a doença. Sejam drogas mais específicas, seja um tratamento mais local (como a TFD). Juntando tudo isso, é preciso caber no orçamento do país, para que se consiga atingir a população em geral. Não é fácil, mas temos muitos pesquisadores em busca de unir cada vez mais todos esses elementos.
— Estou no primeiro ano do doutorado. Escolhi essa área porque sempre quis trabalhar com ciência aplicada à saúde. Acho bonito poder ajudar na melhoria da vida das pessoas. Minha graduação em ciências físicas e biomoleculares me possibilitou o caminho até o laboratório — conta.
Leia abaixo a entrevista com a pesquisadora:
Como é sua pesquisa?
A pesquisa é sobre terapia fotodinâmica (TFD), que precisa da interação de três elementos: luz, uma substância fotossensível (ativada com a luz) e o oxigênio molecular (presente nos tecidos). O fotossensibilizador se acumula, preferencialmente, nas células neoplásicas e em microorganismos. Quando essa região é iluminada, acontece a ativação do fotossensibilizador, levando-o a um estado excitado. Nesse estado, ele transforma o oxigênio molecular em uma forma reativa de oxigênio, que é tóxico para célula, levando-a à morte. O meu alvo de trabalho é o vaso sanguíneo: tentamos destruir o vaso para cortar a via de alimentação do tumor, enfraquecê-lo e, assim, chegar ao sucesso da terapia com câncer.
O que já tem de avanços até agora?
Os avanços nessa área são inúmeros. No tratamento de câncer de pele do tipo não melanoma chegamos ao sucesso em mais de 90% dos casos tratados. Hoje, temos avanços tanto nas pesquisas com tratamento de doenças diversas, incluindo câncer, micoses, descontaminação bucal, HPV entre outras.
Mas temos também avanços em produção de medicamentos fotossensíveis mais eficientes e em equipamentos mais adaptados à região tratada (por exemplo, para tratamento de micose ou do próprio câncer de pele). Há, inclusive em nosso grupo de pesquisa, uma equipe para auxiliar nesses equipamentos modernos e mais adequados a cada linha de pesquisa.
Quais são suas principais dificuldades?
A principal dificuldade da terapia é fazer a luz e o medicamento chegarem ao alvo desejado. Em tecidos, por exemplo, a luz precisa penetrar em toda a região que será tratada, senão o tratamento não é eficiente. Por isso há muitas pesquisas nesse sentido, para possibilitar que a luz, penetre no tumor e atinja toda a região com câncer.
Qual é o futuro do tratamento de câncer?
Ao meu ver, o tratamento de câncer precisa unir alta eficiência com menos efeitos colaterais, visando a não mutilação de partes do corpo com remoção cirúrgica. E essa é a linha que se segue nas pesquisas em todos os tipos de tratamento para a doença. Sejam drogas mais específicas, seja um tratamento mais local (como a TFD). Juntando tudo isso, é preciso caber no orçamento do país, para que se consiga atingir a população em geral. Não é fácil, mas temos muitos pesquisadores em busca de unir cada vez mais todos esses elementos.
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