Esquiva acabou prejudicado por uma punição sofrida no último round ao perder dois pontos que, no final, lhe dariam a vitória
Do Portal Terra
O brasileiro Esquiva Falcão foi superado neste sábado pelo japonês
Ryota Murata, em duelo realizado na Arena Excel e válido pela categoria
dos peso médios, para atletas de até 75kg. Segundo lugar no ranking da
AIBA (Associação Internacional de Boxe), o nipônico repetiu a vitória do
ano passado contra o sul-americano, esta pelo Mundial, e faturou a
medalha de ouro ao triunfar por 14 a 13, dando ao Brasil uma inédita
prata no esporte. Esquiva acabou prejudicado por uma punição sofrida no
último round ao perder dois pontos que, no final, lhe dariam a vitória.
Ryota havia sido o algoz de Esquiva Falcão na semifinal do
Campeonato Mundial do ano passado, em Baku, no Azerbaijão. Em um duelo
totalmente dominado pelo oponente nipônico, que atropelou o boxeador
brasileiro por 24 a 11, o japonês eliminou o rival e avançou à decisão.
Posteriormente, Murata acabou vice-campeão ao ser superado por Evhen
Khytrov, da Ucrânia.
O primeiro round foi bastante disputado, com o brasileiro
alternando bons golpes de direita e esquerda, mas sofrendo com as boas
defesas do japonês. Em ótimos contragolpes cruzados, o nipônico
conseguiu acertar bons socos e abriu vantagem importante na final, com
vitória por 5 a 3.
A segunda parcial foi parecida com a anterior, mas Esquiva contou
com alguns golpes em cheio que lhe renovaram as esperanças. Murata, por
sua vez, tentava parar a luta o tempo todo com clinchs e chegou a
acertar socos na nuca do brasileiro, obrigando o árbitro a parar o
combate algumas vezes. Por isso, triunfo do sul-americano por 5 a 4
neste round.
Já o terceiro round começou com má sorte para o brasileiro, que
perdeu dois pontos por punição ainda no começo por agarrar demais o
adversário. Assim, Esquiva tinha que tirar uma diferença de dois pontos.
O nipônico, mesmo forçando o clinch a todo instante, não contou com o
mesmo rigor dos árbitros. No fim, os pontos da punição fizeram falta,
uma vez que o round empatou em 5 a 5 e deu à luta números finais de 14 a
13 ao japonês.
A campanha de Esquiva Falcão
Oitavo lugar no ranking mundial da AIBA (Associação Internacional
de Boxe) e um dos principais candidatos a fazer boa campanha na
Olimpíada, Esquiva Falcão começou como cabeça de chave nos Jogos de
Londres e encarou, já pelas oitavas de final, Soltan Migitinov, do
Azerbaijão, tendo se classificado com bela apresentação que resultou em
triunfo por 24 a 11.
Depois, teve difícil combate contra o húngaro Zoltan Harcsa nas
quartas de final, e novamente conseguiu a vitória, desta vez com
diferença menor: 14 a 10. Embalado, não tomou conhecimento do próximo
adversário nas semifinais, o anfitrião britânico Anthony Ogogo, e
triunfou por 16 a 9, se credenciando para disputar um inédito ouro
olímpico ao Brasil, que no final virou prata: o melhor resultado da
história do boxe brasileiro em uma Olimpíada.
Agora, o Brasil soma quatro medalhas olímpicas na história do Boxe
nos Jogos, sendo três delas de bronze. A primeira foi com Servílio de
Jesus, em 1968 durante a Olimpíada do México. Depois, já em 2012 e após
44 anos, o País voltou a subir no pódio no esporte com Adriana Araújo,
primeira boxeadora brasileira medalhista.
Dias depois, foi a vez de Yamaguchi Falcão - irmão de Esquiva e
também filho do lendário Touro Moreno - fazer campanha excepcional,
eliminar o cubano atual campeão mundial Julio la Cruz Peraza na semi e
só cair diante do russo Egor Mekhontcev na semi, pela categoria até 81kg
e subir no terceiro lugar do pódio.
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