8.11.2012

Benefícios da estatina compensam risco de diabetes

Segundo pesquisa, os benefícios cardiovasculares da droga são mais significativos que efeitos colaterais

Remédios: a estatina, droga usada para combater o colesterol, está relacionada com o aumento do número de casos de diabetes
A estatina diminui a quantidade de colesterol ruim no sangue dos pacientes, aumentando sua saúde cardiovascular (Thinkstock)
Uma nova pesquisa mostrou que, apesar de as estatinas aumentarem as chances de os pacientes desenvolverem diabetes, os benefícios cardiovasculares da droga ainda compensam. As estatinas são remédios que controlam a quantidade de colesterol ruim no sangue do paciente. Ultimamente, o uso da droga tem sido questionado por causa da descoberta de novos efeitos colaterais, como o risco maior de desenvolver diabetes tipo 2. Agora, a nova pesquisa publicada na revista The Lancet mostra que as chances de desencadear a doença não justificam acabar com o tratamento.
O estudo foi conduzido por pesquisadores do Hospital Brigham and Women's, nos Estados Unidos. Eles analisaram os dados de 18.000 pacientes, coletados durante o primeiro estudo que constatou a relação entre o uso do medicamento e o risco de diabetes.


DIABETES TIPO 2
Enquanto a diabetes tipo 1 ocorre pela falta da produção de insulina, na do tipo 2 a insulina continua a ser produzida normalmente, mas o organismo desenvolve resistência ao hormônio. É causada por uma mistura de fatores genéticos e pelo estilo de vida: 80% a 90% das pessoas que têm o tipo 2 da diabetes são obesas.
Os cientistas descobriram que os únicos pacientes que aumentaram suas chances de desenvolver o diabetes durante o tratamento com as estatinas foram aqueles que já apresentavam fatores de risco para a doença antes do tratamento. Os voluntários que tinham pelo menos um fator de risco tiveram chances 28% maiores de desenvolver a doença após tomar o remédio. No entanto, não houve nenhum aumento da probabilidade entre os pacientes que não tinham nenhum fator de risco.
Mesmo entre os pacientes nos quais a droga aumentou as chances de diabetes, ela diminuiu em 39% seu risco de desenvolver doenças cardiovasculares e 17% a probabilidade de morrer durante o estudo. Entre aqueles que não tinham fatores de risco, as chances de desenvolver doenças cardiovasculares foram 52% menores. “Nós acreditamos que a maioria dos médicos e pacientes concordam que ataques cardíacos, derrames e mortes são condições mais severas que o desenvolvimento de diabetes, e esperamos que esses resultados diminuam as preocupações sobre os riscos envolvidos na terapia”, disse Paul Ridker, líder do estudo.
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Tratamento - Segundo os especialistas, médicos que apliquem o tratamento com estatinas em pacientes com chances de desenvolver diabetes devem informá-los dos riscos. Além disso, eles devem monitorar regularmente seus níveis de glicemia e aconselhá-los a perder peso e fazer exercícios regularmente, para diminuir a probabilidade de contrair a doença. “Quando as estatinas são prescritas de modo correto – em conjunto com melhoras na dieta e na quantidade de exercícios, juntamente com a interrupção do fumo – elas reduzem significativamente o risco de desenvolver doenças cardiovasculares”, afirma Ridker.

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