Troca do sistema atual, fornecido pela Microsoft, pelo do Serpro resultará em economia para os cofres públicos
Agência Brasil
A implantação de um sistema de correio eletrônico capaz de proteger
as mensagens do governo terá início em novembro, informou hoje (14) o
ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. A determinação partiu da
presidenta Dilma Rousseff, com o objetivo de assegurar a inviolabilidade
de e-mails oficiais e prevenir espionagem.
O serviço ficará a cargo do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), que desenvolve um programa de computador (software) há algum tempo. Na última quinta-feira (10), Paulo Bernardo foi chamado pela presidenta para uma reunião, na qual manifestou o interesse em expandir o sistema. Em um primeiro momento, o novo e-mail será obrigatório para todos os órgãos da administração pública federal.
“A presidenta Dilma pretende fazer disso [a adoção do sistema de
correio eletrônico desenvolvido pelo Serpro] uma regra na administração
pública federal. Vamos transformar a determinação em um decreto a ser
assinado por ela. O Serpro, inclusive, está fazendo a revisão do
programa do computador, para apresentar uma versão nova. Em novembro,
provavelmente, ele estará operacional”, disse hoje o ministro Paulo
Bernardo.
De acordo com o ministro, o decreto ficará pronto hoje. “Claro que
temos de ver a agenda da presidenta [para agendar a assinatura], e claro
que a Casa Civil vai querer examinar o teor do decreto. Mas acredito
que ele deve ser assinado nos próximos dias. Se for a decisão dela, há
condição de ser assinado nesta semana”.
A troca do sistema atual de e-mails, que é fornecido pela
Microsoft, pelo do Serpro – chamado Expresso – resultará em economia
para os cofres públicos. A constatação levou o ministro Paulo Bernardo a
conversar, com a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam
Belchior, sobre o uso de pelo menos parte dos recursos economizados para
investimentos na melhoria deste e de outros sistemas desenvolvidos pelo
Serpro.
Para dar mais segurança à comunicação entre seus órgãos, o governo
pretende usar principalmente a rede da Telebras. Mas poderá usar,
também, outras redes públicas, como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa
(RNP), a da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social
(Dataprev), e a do próprio Serpro.
“Vamos fazer uma combinação das redes e montar uma mais segura para
o governo. Temos redes que vamos integrar. E tem lugares onde não
existe rede. Então, teremos de construir mais para suprir isso”,
acrescentou o ministro.
A implantação será feita na medida em que os órgãos estejam prontos
do ponto de vista técnico. Um dos primeiros a adotar o novo sistema
será o Ministério das Comunicações. “Isso deve acontecer nos próximos
dias porque estávamos nos preparando. Para os outros ministérios,
estamos propondo que o Ministério do Planejamento faça um calendário. A
presidenta quer tudo concluído até o segundo semestre do próximo ano.
Temos, então, praticamente um ano para fazer a implantação gradativa”,
informou Paulo Bernardo.
“Nós julgamos que teremos, como vantagem, a de cumprir com as
obrigações de país civilizado e não deixar que as contas de e-mails
sejam devassadas e invadidas. Até porque uma das coisas fundamentais em
correspondências, inclusive das correspondências eletrônicas, é que as
pessoas tenham direito a ter uma comunicação com privacidade e com
proteção de sigilo”, acrescentou.
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