10.18.2013

Greve burra

Petroleiros fazem protesto em prédio da Paulista contra leilão de jazida

Sindicalistas ocuparam saguão do prédio da Petrobras.
Manifestantes impediam funcionários de trabalhar nesta sexta-feira.

Megui Donadoni Do G1 São Paulo
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Petroleiros protestam contra leilão em prédio da Paulista (Foto: Megui Donadoni/ G1) 
Petroleiros protestam contra leilão em prédio da
Paulista (Foto: Megui Donadoni/ G1)
Sindicalistas ligados à indústria petrolífera ocuparam o saguão do prédio da Petrobras, na Avenida Paulista, na região central de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (18), em protesto contra o leilão da jazida de petróleo de Libra, a maior do país. A jazida, em águas muito profundas do Atlântico, a cerca de 183 quilômetros do litoral do Rio de Janeiro, tem reservas calculadas entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris de petróleo.
Por volta das 8h30, manifestantes impediam funcionários da Petrobras do prédio de pegar o elevador. No prédio funcionam outras três empresas. Não havia registro de tumulto e os manifestantes pretendem ficar no prédio por tempo indeterminado. Segundo sindicatos da categoria, a maioria dos empregados está em greve, iniciada nesta quarta-feira (16) em todo o Brasil.

De acordo com Vereníssimo Barçante, coordenador do sindicato dos petroleiros em São Paulo, o objetivo da paralisação é chamar a atenção para o leilão da privatização da jazida de Libra, que ocorrerá na próxima segunda-feira (21). “Nós estamos aqui reunidos por um bem maior, não só nosso, mas do Brasil. Temos que acompanhar nossa categoria, que já está em greve desde ontem. Estamos barrando todos os funcionários da Petrobras e terceirizados e conscientizando eles dessa importância”.
Para Maria Isméria Nogueira dos Santos, aposentada da Petrobras e participante do Sindipetro, além de barrar a privatização, o ato tem outras duas vertentes. “Temos aqui um acordo coletivo de trabalho...e eu apoio isso. Se somos uma categoria, temos que agir como categoria. Além disso, o que estamos fazendo aqui também é uma discussão sobre a terceirização do trabalho, que precisa acabar”.
A paralisação conta com integrantes dos petroleiros, da CUT e da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil). José Batista Gomes, secretário de polícias sociais da CUT, disse que chegou ao prédio às 6h e que todos precisam se manifestar contra a privatização. “A privatização é um equívoco total. Temos que criar alternativas para barrar ela. E hoje estamos fazendo isso, mostrando nossos objetivos”.
Vários funcionários e terceirizados da Petrobras que estavam no saguão do prédio disseram que não sabiam da paralisação, mas que apoiam a ação. “O movimento é unido, então a gente tem que apoiar. Não sabia da greve, descobri quando cheguei aqui por volta das 8h. Acho que todo mundo tem o mesmo pensamento que o meu, é preciso apoiar”, relatou Carina Ramos, funcionária da empresa.
Leilão
Nove petrolíferas estão inscritas para disputar a licitação da jazida de Libra. A Agência Nacional de Petróleo (ANP, regulador), porém, prevê que receberá ofertas de entre dois ou três consórcios em que se agruparão tais empresas. O leilão de privatização está previsto para a segunda-feira (21).

Entre as empresas pré-inscritas figuram sete das 11 com maior valor de mercado no mundo: a China National Corporation (CNPC), a anglo-holandesa Shell, a colombiana Ecopetrol, a Petrobras, a francesa Total, a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) e o consórcio hispânico-chinês Repsol-Sinopec.
O leilão será o primeiro que o Brasil realizará com as regras do chamado regime de divisão da produção, que substituiu o de concessão e que garante ao Estado a maior parte dos ingressos pelo exploração do petróleo.
 

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