Dirigente foi criticado pelo líder do DEM (Ronaldo Caiado) por apoiar MP do Mais Médicos.
Roberto d'Ávila mudou posição após governo atender reivindicações.
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O presidente do Conselho Federal de Medicina
(CFM), Roberto Luiz d'Ávila, explica
posicionamento da instituição após aprovação
da MP dos Mais Médicos na Câmara
(Foto: Luciana Amaral/G1)
O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz
d’Ávila, afirmou nesta quinta-feira (10) que não traiu a classe médica
ao apoiar, na última terça (8), a aprovação da medida provisória do Mais
Médicos. O médico cardiologista era um dos principais críticos à
proposta, porém, passou a defender a MP depois de negociar com o governo
a inclusão no texto de reivindicações da entidade.(CFM), Roberto Luiz d'Ávila, explica
posicionamento da instituição após aprovação
da MP dos Mais Médicos na Câmara
(Foto: Luciana Amaral/G1)
Sinceramente, não esperava essa postura do presidente de um conselho,
de trair toda a classe médica. A figura do traidor não foi perdoada nem
por Jesus Cristo"
Ronaldo Caiado, líder do DEM
"Eu não respondo a ataques pessoais e a história julgará quem traiu na verdade, quem tem interesses eleitorais e políticos. Eu absolutamente não tenho nenhum interesse, defendo os interesses da Medicina, dos médicos e dos pacientes. Portanto, estou com a consciência tranquila e não respondo a agressões", enfatizou.
Caiado, que também é médico, acusou durante a votação da MP que a entidade fez um acordo com o Palácio do Planalto “sem consultar a classe”. "Sinceramente, não esperava essa postura do presidente de um conselho, de trair toda a classe médica. A figura do traidor não foi perdoada nem por Jesus Cristo", reclamou Caiado no plenário.
A medida provisória aprovada pelos deputados federais respalda o programa do governo federal que prevê a contratação de médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior para atuar em áreas pobres e remotas do país. Antes de virar lei, o texto ainda terá de ser apreciado pelos senadores e sancionado pela presidente Dilma.
A história julgará quem traiu na verdade, quem tem interesses eleitorais e políticos"
Roberto d'Ávila, presidente do CFM
Após intensa negociação com os representantes dos médicos, o governo avalizou a inclusão de um artigo na MP que permite a prorrogação por mais três anos da participação dos médicos estrangeiros no programa, desde que eles integrarem uma "carreira médica específica".
A medida provisória também autoriza o Ministério da Saúde a conceder os registros provisórios aos estrangeiros. A medida foi adicionada para contornar a resistência de alguns conselhos regionais de medicina de emitir os registros temporários a médicos de fora do país.
Para Roberto D´Ávila, a emenda que deu prerrogativas extras ao ministério “agradou” boa parte da categoria. Na visão do dirigente do CFM, a iniciativa “isenta de culpa” os conselhos regionais no caso de um estrangeiro protagonizar um erro de procedimento.
"Se algo acontecer de dano a algum paciente, quem deu o registro não foram os conselhos. Os conselhos, então, não se responsabilizam. Quem vai se responsabilizar solidariamente como co-responsável é quem deu o registro. O que nós queríamos, e foi garantido, foi a competência de fiscalizar", declarou.
Estrangeiros
Na entrevista à imprensa, o dirigente do CFM também rebateu as críticas da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) sobre a suposta demora dos conselhos regionais na emissão de registros provisórios a médicos estrangeiros. Na última terça, Ideli disse que 300, de 600 médicos de outros países, estariam ganhando sem trabalhar por causa da falta de documentação.
De acordo com d`Ávila, até a manhã desta quinta, 425 registros já haviam sido concedidos. Para o cardiologista, a suposta demora estaria ocorrendo por "incompetência administrativa do governo". "Não houve nenhuma demora, nenhuma birra da nossa parte. Houve apenas que eles não foram competentes para mandar os documentos corretamente", declarou.
Questionado sobre se o conselho tem estrutura para fiscalizar todos os profissionais, já que com o programa a quantidade de médicos no país aumentará, o presidente afirmou que adaptações serão necessárias, mas não deverão impedir a ação.
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