Estudante diz que manifestações estão conscientizando a população
Ruben Berta
RIO — Preso no dia 15 nas escadarias da Câmara, Ciro Oitica, de 25
anos, reclama de excesso da polícia. O estudante de comunicação e de
relações internacionais, que participa dos protestos desde junho, diz
que as manifestações estão tornando a população mais consciente e alega
“abuso de autoridade” em sua prisão.
Quando foi a sua primeira manifestação e por que você resolveu ir às ruas?
Desde junho tenho participado. As motivações foram inicialmente os serviços públicos de péssima qualidade, a pouca representatividade e a profundidade das desigualdades sociais.
Há muitos que acreditam que os protestos mais recentes não têm bandeiras definidas, não têm reivindicações claras. Na sua opinião, isso é verdade?
A profusão de demandas não significa que não sejam claras. A questão da CPI dos Ônibus, desmilitarização da polícia, democratização da mídia, educação pública, gastos com a Copa, Museu do Índio, entre muitas outras, são bandeiras bem definidas e têm reivindicações trabalhadas.
As recentes manifestações estão fazendo do Brasil um país melhor?
Estão tornando as pessoas mais conscientes e atuantes. Além disso, estão deixando mais claro que precisamos de conquistas sociais e que nossa democracia ainda é frágil. O processo é longo e certamente trará frutos.
Como foi a sua prisão? Os policiais que o prenderam alegaram o quê?
Estava na escadaria da Câmara colhendo informações para apurar como tinha se iniciado o confronto. Nesse momento raro de tranquilidade, uma centena de policiais nos acuou, batendo o cassetete nos escudos para nos intimidar. O cordão de isolamento foi formado. Fomos detidos um a um e levados à força para os ônibus. Não houve qualquer alegação, apenas abuso de autoridade e constrangimento
ilegal.
E os momentos na prisão, como foram?
Muito mais tranquilos do que qualquer um possa imaginar. A convicção de que estava fazendo a coisa certa, partilhada com os demais manifestantes presos, me permitiu superar as dificuldades e humilhações do sistema carcerário brasileiro. Mantivemo-nos íntegros do início ao fim.
Atos de depredação representam você? Você acredita que eles tenham alguma legitimidade?
Nas ruas, todos representam a si mesmos. Toda manifestação política de insatisfação, desde que não atente contra a integridade física e a dignidade, tem minha simpatia. O sentimento de revolta é legítimo. Quanto às depredações, é sua aceitação política que definirá a legitimidade. E ela tem crescido à medida que as instituições negam o caminho do diálogo.
Quando foi a sua primeira manifestação e por que você resolveu ir às ruas?
Desde junho tenho participado. As motivações foram inicialmente os serviços públicos de péssima qualidade, a pouca representatividade e a profundidade das desigualdades sociais.
Há muitos que acreditam que os protestos mais recentes não têm bandeiras definidas, não têm reivindicações claras. Na sua opinião, isso é verdade?
A profusão de demandas não significa que não sejam claras. A questão da CPI dos Ônibus, desmilitarização da polícia, democratização da mídia, educação pública, gastos com a Copa, Museu do Índio, entre muitas outras, são bandeiras bem definidas e têm reivindicações trabalhadas.
As recentes manifestações estão fazendo do Brasil um país melhor?
Estão tornando as pessoas mais conscientes e atuantes. Além disso, estão deixando mais claro que precisamos de conquistas sociais e que nossa democracia ainda é frágil. O processo é longo e certamente trará frutos.
Como foi a sua prisão? Os policiais que o prenderam alegaram o quê?
Estava na escadaria da Câmara colhendo informações para apurar como tinha se iniciado o confronto. Nesse momento raro de tranquilidade, uma centena de policiais nos acuou, batendo o cassetete nos escudos para nos intimidar. O cordão de isolamento foi formado. Fomos detidos um a um e levados à força para os ônibus. Não houve qualquer alegação, apenas abuso de autoridade e constrangimento
ilegal.
E os momentos na prisão, como foram?
Muito mais tranquilos do que qualquer um possa imaginar. A convicção de que estava fazendo a coisa certa, partilhada com os demais manifestantes presos, me permitiu superar as dificuldades e humilhações do sistema carcerário brasileiro. Mantivemo-nos íntegros do início ao fim.
Atos de depredação representam você? Você acredita que eles tenham alguma legitimidade?
Nas ruas, todos representam a si mesmos. Toda manifestação política de insatisfação, desde que não atente contra a integridade física e a dignidade, tem minha simpatia. O sentimento de revolta é legítimo. Quanto às depredações, é sua aceitação política que definirá a legitimidade. E ela tem crescido à medida que as instituições negam o caminho do diálogo.
3 comentários:
O que vejo desde as manifestações a favor e depois contra a cpi dos
ônibus é que muitos partidos (PSOL e PSTU) estão à frente dos protestos, o que me levar a crer que não há legitimidade nas reivindicações.
A esse fato chamamos massa de manobra
Se o movimento não tem organização central e é espontâneo, é tachado de ingênuo e bagunçado, se há organização, é massa de manobra. Acho que vcs tão querendo é justificar seu conformismo por puro desencargo de consciência.
E mesmo que houvesse participação de partidos, isso não significa que não sejam reivindicações populares. Esse analfabetismo político só produz otários conformados.
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