Mulheres trocam a cerveja por drinques porque acham que eles são mais elegantes e não engordam
CARINA RABELO
Para evitar a temida barriguinha de chope, muitas mulheres acreditam ter encontrado uma alternativa para se manter animadas nas baladas noturnas, sem perder a forma. Elas trocaram as cervejas pelas bebidas destiladas. Apesar de mais calóricos do que os fermentados – 100 ml de vodca tem 76 kcal a mais do que uma lata de cerveja (350 ml) –, esses drinques têm alguns trunfos, na opinião dessas consumidoras. Eles se transformam em opções saborosas quando misturados com frutas e energéticos, são tidos como mais elegantes e cumprem sua função de forma mais rápida. As mulheres ficam “alegrinhas” com apenas algumas doses, sem precisar de litros de cerveja para se divertir.
A participação feminina no mercado de bebidas destiladas é tão intensa que as embalagens já refletem a tendência. “As principais marcas de uísque já contratam profissionais de design da indústria de cosméticos e perfumaria, que conseguem um apelo de luxo e beleza que agrada às mulheres”, afirma Eduardo Bendzius, diretor de marketing da Diageo. “É mais elegante uma mulher com um drinque na mão do que com uma lata de cerveja, que é coisa de homem”, acredita Karina Araújo, 18 anos, que é tão apaixonada por vodca, uísque, gim e tequila que chegou a fazer um curso de coquetelaria para aprender a fazer drinques. A estudante de relações públicas carioca Roberta Canito, 23, concorda. “Cerveja dá sono, fome e deixa a barriga estufada. Os destilados deixam a mulher leve, animada e são mais estilosos”, considera.
A sensação de estufamento não é mito. Como as bebidas fermentadas têm um teor alcoólico menor e são mais diuréticas, geralmente são consumidas em maior quantidade do que as destiladas. “Ninguém fica em um único chope. O uso contínuo de cerveja numa noite leva a pessoa a ter mais vontade de ir ao banheiro. Depois, ela volta e bebe tudo de novo”, avalia a nutricionista Michelle De Simone. O consumo mais intenso leva ao acúmulo de gordura na área abdominal, atesta a especialista.
NA BALADA Jovens como Roberta (à esq.), Paloma e Adriana caem na noite ancoradas por drinques convidativos
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O crescimento do consumo entre as mulheres se insere nas estatísticas de aumento de casos de alcoolismo entre adolescentes, que vêem os adultos como modelo. Dados da Secretaria Nacional Antidrogas revelam que, em média, os adolescentes começam a beber aos 13 anos. O consumo de bebidas alcoólicas aumentou 30% em cinco anos na faixa etária entre 12 e 17 anos. No grupo entre 18 e 24 anos, o crescimento foi de 25%. No entanto, o uísque e a vodca ainda têm uma penetração menor entre os adolescentes (12%), em comparação à cerveja (56%). Como os drinques são mais caros, os jovens preferem as cervejas. “Mas o efeito do destilado dura mais tempo. Com duas caipiroskas a gente consegue curtir até o fim da noite sem exagerar”, acredita Paloma Guedes, 26. Apesar dessa onda feminina, especialistas são categóricos: destilados e fermentados engordam. E, pior, em excesso, podem produzir efeitos desastrosos. E nada glamourosos.
Agradecimento: Assembléia Bar
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