Origem de críticas a Marina Silva é simples: ela se recusa a ser reduzida a cabo eleitoral do PSDB
Quem acompanha este blogue já
leu muitas críticas, bastante duras, a Marina Silva e a muitas ideias de
conselheiros econômicos. Hoje você vai ler um elogio.
No estágio atual da campanha
eleitoral, Marina Silva tem sido criticada pelas razões erradas. Sem
conseguir legalizar seu próprio partido político, ela entrou para o PSB
para não ficar fora da campanha presidencial. Direito dela – e foi
recebida de braços abertos, em função dos 19% de votos que recebeu no
primeiro turno de 2010.
Marina escolheu uma tribuna que
se apresentava como terceira via entre PT e PSDB, uma atitude coerente
com quem sempre fez questão de manter uma postura distante das duas
legendas e cultiva o próprio eleitorado junto a cidadãos afastados dos
dois maiores partidos.
Para além daqueles traços de
personalidades que os adversários sempre costumam acentuar quando
pretendem obscurecer seus próprios objetivos políticos, Marina Silva
está sendo criticada porque resolveu manter coerência em relação ao
projeto original.
Enquanto boa parte dos
dirigentes do PSB assiste em silêncio aos acertos que irão transformar a
legenda num braço auxiliar do candidato do PSDB Aécio Neves, como se vê
em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e outros lugares, Marina não deixa
de mostrar seu incômodo.
Faz sentido. Com um discurso
radical contra o agro negócio, apenas um oportunismo rasteiro -- e
suicida -- poderia justificar a adesão aos adversários que denuncia
desde que ingressou na vida pública. O que ela defende é sua identidade,
traço que explica o prestígio que possui.
E é por essa razão
que está apanhando – e não porque é muito teimosa, ou fanática religiosa
ou porque tem uma visão ambiental que, na minha opinião e na de muitas
pessoas, acaba travando o desenvolvimento econômico.
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