Durante o evento, presidenta anunciou a liberação de R$ 3 bilhões para obras dos BRTs Transolímpica e Transbrasil
Rio - Ao som das baterias da Portela e
do Império Serrano, a presidenta Dilma Rousseff inaugurou o BRT
Transcarioca, no terminal Silas de Oliveira, em Madureira, ao lado do
prefeito Eduardo Paes, do governador Luiz Fernando Pezão e do
ex-governador Sérgio Cabral. Dilma anunciou a liberação de mais de R$ 3 bilhões a
serem investidos em obras de infraestrutura para as Olimpíadas de 2016.
No seu discurso, Dilma enfatizou que
as obras são para a população: "Nenhum legado é da Copa do Mundo, todos
os legados são do povo brasileiro. Não estamos fazendo aeroportos para a
Copa. São para todos os brasileiros. Não estamos fazendo uma obra desse
porte para Copa do Mundo, nós temos o compromisso de fazê-la para todos
os cariocas", declarou a presidenta, que esteve mais cedo na
inauguração da ampliação do Terminal 2 do Aeroporto Internacional Tom
Jobim, no Galeão.
Paes garantiu que o corredor
Transcarioca vai facilitar a vida dos moradores das zonas Norte e Oeste e
ainda brincou com a presença das escolas de Madureira: "Se o Rio fosse
um corpo humano, Madureira seria o coração", disse Paes.
"O BRT Transcarioca dá samba. Porque
só as coisas grandes deste país deram samba", afirmou Dilma, que
completou: "O coração do Rio está aqui, no subúrbio, e isso nós queremos
que esse coração se pinte, se colora e se mostre na sua grande força.
Durante muitos anos, toda essa região não foi visível, agora ela será
visível e agora ela será também transformada", declarou Dilma.
Durante a apresentação, houve
manifestação de cerca de 60 profissionais da Educação do Rio e
representantes do Sepe, sindicato que representa a categoria.
Verbas para mobilidade nas Olimpíadas
O contrato de liberação de mais de R$
3 bilhões - por meio do BNDES - foi assinado no local pela presidenta,
garantindo a conclusão das obras de infraestrutura para a cidade,
especialmente na área de mobilidade.
Os recursos serão investidos nos BRTs
Transolímpica e Transbrasil; na duplicação do elevado do Joá -
incluindo a construção da ciclovia -, ciclovia da Avenida Niemeyer,
entre outras obras.
Presidenta inaugura reformas no Aeroporto do Galeão
Mais cedo, Dilma havia participado da
inauguração das reformas do Terminal 2 do Aeroporto Internacional do
Rio. Segundo a presidenta, as obras praticamente dobram a capacidade de
passageiros do aeroporto.
“Aeroporto era um transporte de elite, porque
nós passamos de 33 milhões de passageiros ao ano para 113 milhões no
Brasil. Hoje, todos aqueles que querem viajar, podem. Muitas vezes são
pessoas que jamais tiveram acesso a um aeroporto. Acusam a gente de ter
transformado o aeroporto em uma grande rodoviária. Nós transformamos o
aeroporto em uma grande rodoviária porque não tem mal nenhum em
rodoviária. Agora, o aeroporto que estamos transformando é de qualidade,
porque o povo brasileiro merece”, disse.'Nenhum legado é da Copa', diz Presidenta Dilma em inauguração da Transcarioca
Presidenta frisou que o legado dos investimentos é para o 'povo brasileiro'.
Dilma participou ainda de cerimônia de entrega de casas em Manguinhos.
A Presidenta Dilma Rousseff toca tamborim com integrantes da bateria da
escola de samba União da Ilha, na cerimônia de inauguração do BRT
Transcarioca (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Em visita ao Rio neste domingo (1º), a presidenta Dilma Rousseff
afirmou que as obras de mobilidade e transporte realizadas pelo governo
serão legados para o "povo brasileiro" e não para a Copa do Mundo."Diziam que a Copa do Mundo não tinha legado nenhum. Eu, pessoalmente, acho que nenhum legado é da Copa do Mundo, todos os legados são do povo brasileiro. Por exemplo, nós não estamos fazendo aeroportos para a Copa do Mundo. Nós estamos fazendo aeroportos para todos os brasileiros. Por acaso, vai ser usado na Copa do Mundo", disse.
A declaração foi feita durante inauguração da Transcarioca, via exclusiva de ônibus que liga o Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim à Barra da Tijuca. Mais cedo, no início da manhã, Dilma inaugurou as obras de ampliação do Terminal 2 do aeroporto. A reforma do terminal 1, prometida para o Mundial, ainda está inacabada.
No evento da Transcarioca, em Madureira, Dilma voltou a dizer que os turistas estrangeiros que vierem ao Brasil não levarão as obras do governo, mas o carinho do povo. "Quando eles vão embora para casa, na mala deles não cabe o BRT Transcarioca, não cabe o Aeroporto do Galeão, não cabe o estádio do Maracanã. Agora, na mala deles cabe o seguinte: o gesto de carinho, o gesto de bem receber", afirmou.
A presidente disse que ao BRT era uma "variante de metrô" e fez elogios ao serviço.
"Os ônibus parecem trens. São trens sob rodas. Percorrem uma via especial", explicou, frisando a "rapidez" com que o veículo trafega, sem enfrentar o trânsito. Acrescentou que o corredor expresso vai dar visibilidade ao subúrbio do Rio, o que deve melhorar os bairros em volta.
Pela Transcarioca, vão circular sete linhas de BRT. A primeira começa a operar nesta segunda (2), no trecho Barra da Tijuca (Terminal Alvorada)-Tanque, em Jacarepaguá, com paradas em 19 estações. Inicialmente, o serviço funcionará apenas entre 10h e 15h – período entre os horários de pico.
A segunda linha, ligando o aeroporto do Galeão à Barra, entrará em operação na próxima quarta-feira (4). As linhas serão colocadas em funcionamento gradativamente, segundo o município, para que a população tenha tempo de ser adaptar ao novo sistema.
A prefeitura, no entanto, afirmou que não há prazo final para que todas as linhas do BRT Transcarioca estejam circulando. Presente ao evento, o prefeito Eduardo Paes disse que o município vai assinar contrato de R$ 3 bilhões com BNDES para fazer mais dois BRTs. "Vamos usar a Copa para mudar a vida dos cariocas", disse.
Presidente Dilma também inaugurou obras de ampliação aeroporto do Galeão, acompanhada do
governador Luiz Fernando Pezão
(Foto: Daniel Silveira/G1)
Pré-candidatosgovernador Luiz Fernando Pezão
(Foto: Daniel Silveira/G1)
Pré-candidata pelo PT à reeleição, Dilma enfatizou durante o evento a parceria do governo federal com o administração estadual e a prefeitura da cidade. Elogiou várias vezes o governador Luiz Fernando Pezão, também pré-candidato a reeleição pelo PMDB. "Na Rocinha, eu fui indicada pelo presidente Lula como mãe do PAC, e o presidente Lula, na mesma oportunidade, indicou o Pezão como pai do PAC no Rio de Janeiro. Eu quero dar uma salva de palmas também para o Pezão", afirmou a presidenta.
A cerimônia ocorreu em ritmo de samba, com a presença de Monarco da Portela, Nelson Sargento e Dona Ivone Lara, entre outros sambistas. Demonstrando animação, Dilma bateu palma, acompanhou as canções e chegou a tocar tamborim com a bateria da escola de samba União da Ilha. Depois do discurso, deixou o palco enquanto a música ainda era executada.
Professores em greve protestam durante
inauguração da Transcarioca
(Foto: Marcelo Elizardo/G1)
Enquanto acontecia a solenidade, professores protestavam do lado de
fora da estação estação do BRT Viaduto Silas de Oliveira, em Madureira,
no Subúrbio. Docentes das redes municipal e estadual do Rio estão em
greve desde o dia 12 de maio. Eles alegam que os governos não cumpriram o
acordo firmado durante a greve de 2013, que durou 70 dias, o que não é verdade.inauguração da Transcarioca
(Foto: Marcelo Elizardo/G1)
Casas populares
Depois da inauguração da Transcarioca, a presidente Dilma Roussef seguiu para o Conjunto de Favelas de Manguinhos, na Zona Norte da cidade, onde participou da cerimônia de entrega de 564 unidades habitacionais do programa "Minha Casa, Minha Vida".
Na solenidade, Dilma voltou a exaltar o programa habitacional, dizendo que ele trouxe “dignidade” para pessoas que antes viviam em lugares precários.
Dilma entrega chave de casa popular a uma
moradora do Conjunto de Favelas de Manguinhos,
no Rio (Foto: Daniel Silveira/G1)
Antes de Dilma, a presidente da Associação de Moradores da Comunidade
CCPL, Cândida Maria Privado, discursou emocionada, agradecendo a outros
líderes comunitários e também operários que trabalharam na construção
das casas.moradora do Conjunto de Favelas de Manguinhos,
no Rio (Foto: Daniel Silveira/G1)
Em momento de desabafo, Cândida disse que não adiantava cobrar verbas públicas do prefeito e do governador, mas sim da presidenta. “A gente tem que cobrar ela, ela que é a mulher do dinheiro, gente. [...] Dilma, bota esse dinheiro para fora aí, tá bom?! Para a gente ter orgulho de dizer seu nome. Deixa os ricos um pouquinho, dá para os pobres que eles merecem”, afirmou.
No início de seu discurso, Dilma fez um cumprimento especial à líder comunitária. “Queria saudar especialmente a Cândida que lutou, correu atrás e, hoje, a realidade mudou bastante. As 'Cândidas do Brasil' estão de parabéns, que são elas que levam as coisas para frente”, disse a presidenta.
O local também foi palco de protestos. Com faixas e carro de som, os manifestantes – a maioria servidores federais da Educação – também criticaram os gastos com a Copa. Na saída do evento, a comitiva da presidente passou em meio à manifestação.
* Colaborou G1, em Brasília
Comitiva da presidente Dilma passa em meio à manifestação em Manguinhos, no Rio (Foto: Daniel Silveira/G1)
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