País é o primeiro das Américas a participar do estudo
Rio - Combater a dengue ‘multiplicando’ o Aedes
aegypti. A técnica, revolucionária e inédita no Brasil, foi lançada na
Ilha do Governador. Os primeiros dez mil mosquitos ‘do bem’ foram
liberados na localidade de Tubiacanga. Modificados em laboratório, eles
têm a bactéria Wolbachia dentro das células, o que os torna incapazes de
transmitir a doença, além da febre amarela e da Chikungunya. Se tudo
der certo, já no próximo verão a redução dos casos de dengue no bairro
será perceptível. A expectativa é que, até o fim do ano, 100% dos Aedes
de Tubiacanga sejam inofensivos, já que os ‘normais’, que já existiam no
ambiente, vão cruzar com os ‘supermosquitos’ e criar filhotes com a
bactéria.
Às 12h, Tubiacanga se tornou o primeiro local do continente americano a participar da pesquisa internacional. Nos próximos dois anos, o projeto será levado para Urca, Vila Valqueire e Jurujuba (Niterói). Na localidade da Ilha, mais dez mil mosquitos serão soltos por semana, ao longo de três ou quatro meses, segundo o pesquisador da Fiocruz e líder do projeto, Luciano Moreira. Para evitar superpopulação de mosquitos, supressão de criadouros foi feita antes da soltura.
SEM RISCO À POPULAÇÃO
O pesquisador lembra que o método pode atuar de forma complementar a outros meios de combate à dengue, como a vacina. E garante que o processo não oferece risco à população. Cerca de 60% dos insetos, incluindo o pernilongo, têm, naturalmente, a Wolbachia. A bactéria nunca foi encontrada em humanos. Além disso, na Austrália, onde o estudo começou, voluntários ‘alimentaram’ os mosquitos portadores da bactéria com os próprios braços por dois anos e não tiveram nenhuma reação. Lá, já houve a soltura de mosquitos em seis locais e, semanas depois, os portadores da bactéria eram predominantes.
Infográfico: Conheça os mosquitos 'do bem'
“A bactéria bloqueia o vírus da dengue, por isso vamos usar essa estratégia para controlar o mal. Em dois anos, teremos redução nos casos da doença em alguns locais do Brasil. Em cinco anos esperamos a extensão do programa a todo país”, disse Luciano, acrescentando que a estratégia é substituir todos os mosquitos por insetos ‘do bem’.
Os locais do Rio foram escolhidos entre 28 opções. Os critérios foram: ter mosquito o ano todo, apresentar casos de dengue e diversidade socioeconômica e ambiental. A meta é testar a capacidade de o novo inseto se instalar em diferentes realidades. Além disso, a Ilha já foi palco de outras pesquisas com mosquitos da Fiocruz.
A iniciativa integra o programa ‘Eliminar a Dengue: Desafio Brasil’ — trazido ao país pela Fiocruz. Austrália, Vietnã e Indonésia participam do projeto, que tem o apoio da Fundação Bill & Melinda Gates e do Ministério da Saúde. Este ano, o ministério destinou R$ 300 milhões para combater a doença. Este projeto custou R$ 3 milhões.
Em Tubiacanga, o trabalho com moradores começou em 2012. Profissionais da Fiocruz foram ao bairro explicar a pesquisa e pedir o apoio da população que, inclusive, visitou laboratórios da instituição. Trinta casas receberam ‘armadilhas’ para capturar mosquitos que foram estudados. O processo vai servir, agora, para checar a incidência de Aedes com a bactéria. “Tive dengue na gravidez e por isso apoio essa pesquisa. Fomos esclarecidos e não me sinto ameaçada”, afirmou a operadora de telemarketing Luciene Dias, 33 anos, mãe de Tainá, 5. A menina foi a primeira moradora a soltar mosquitos, abrindo um dos 200 potes com insetos levados ao local pela Fiocruz.
Ontem, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse não descartar epidemia de Chikungunya no Brasil. Já são 16 casos no país: dois no Amapá e 14 em Feira de Santana, Bahia. Antes do registro da doença no Amapá, todos os 37 casos constatados no Brasil eram de pessoas contaminadas no exterior.
Outra missão para o supermosquito.
Às 12h, Tubiacanga se tornou o primeiro local do continente americano a participar da pesquisa internacional. Nos próximos dois anos, o projeto será levado para Urca, Vila Valqueire e Jurujuba (Niterói). Na localidade da Ilha, mais dez mil mosquitos serão soltos por semana, ao longo de três ou quatro meses, segundo o pesquisador da Fiocruz e líder do projeto, Luciano Moreira. Para evitar superpopulação de mosquitos, supressão de criadouros foi feita antes da soltura.
SEM RISCO À POPULAÇÃO
O pesquisador lembra que o método pode atuar de forma complementar a outros meios de combate à dengue, como a vacina. E garante que o processo não oferece risco à população. Cerca de 60% dos insetos, incluindo o pernilongo, têm, naturalmente, a Wolbachia. A bactéria nunca foi encontrada em humanos. Além disso, na Austrália, onde o estudo começou, voluntários ‘alimentaram’ os mosquitos portadores da bactéria com os próprios braços por dois anos e não tiveram nenhuma reação. Lá, já houve a soltura de mosquitos em seis locais e, semanas depois, os portadores da bactéria eram predominantes.
Infográfico: Conheça os mosquitos 'do bem'
“A bactéria bloqueia o vírus da dengue, por isso vamos usar essa estratégia para controlar o mal. Em dois anos, teremos redução nos casos da doença em alguns locais do Brasil. Em cinco anos esperamos a extensão do programa a todo país”, disse Luciano, acrescentando que a estratégia é substituir todos os mosquitos por insetos ‘do bem’.
Os locais do Rio foram escolhidos entre 28 opções. Os critérios foram: ter mosquito o ano todo, apresentar casos de dengue e diversidade socioeconômica e ambiental. A meta é testar a capacidade de o novo inseto se instalar em diferentes realidades. Além disso, a Ilha já foi palco de outras pesquisas com mosquitos da Fiocruz.
A iniciativa integra o programa ‘Eliminar a Dengue: Desafio Brasil’ — trazido ao país pela Fiocruz. Austrália, Vietnã e Indonésia participam do projeto, que tem o apoio da Fundação Bill & Melinda Gates e do Ministério da Saúde. Este ano, o ministério destinou R$ 300 milhões para combater a doença. Este projeto custou R$ 3 milhões.
Em Tubiacanga, o trabalho com moradores começou em 2012. Profissionais da Fiocruz foram ao bairro explicar a pesquisa e pedir o apoio da população que, inclusive, visitou laboratórios da instituição. Trinta casas receberam ‘armadilhas’ para capturar mosquitos que foram estudados. O processo vai servir, agora, para checar a incidência de Aedes com a bactéria. “Tive dengue na gravidez e por isso apoio essa pesquisa. Fomos esclarecidos e não me sinto ameaçada”, afirmou a operadora de telemarketing Luciene Dias, 33 anos, mãe de Tainá, 5. A menina foi a primeira moradora a soltar mosquitos, abrindo um dos 200 potes com insetos levados ao local pela Fiocruz.
Ontem, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse não descartar epidemia de Chikungunya no Brasil. Já são 16 casos no país: dois no Amapá e 14 em Feira de Santana, Bahia. Antes do registro da doença no Amapá, todos os 37 casos constatados no Brasil eram de pessoas contaminadas no exterior.
Outra missão para o supermosquito.
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