Ibope e Datafolha: Pesquisas indicam empate entre Dilma e Aécio
A duas semanas das eleições, tucano está numericamente à frente da presidenta, com 46%
Os dois candidatos estão tecnicamente empatados, considerando a margem de erros de dois pontos percentuais para mais ou para menos. As duas primeiras pesquisas eleitorais, divulgadas pelos institutos Ibope e Datafolha para o segundo turno apontam o tucano com 46% dos votos totais contra 44% de Dilma.
Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB)
Foto: Divulgação / Agência Brasil
Levando em conta apenas os votos
válidos _ excluídos brancos, nulos e indecisos _, a diferença se mantém
em dois pontos percentuais, porém, Aécio aparece com 51% dos votos e
Dilma, com 49%.
No primeiro turno, a candidata do PT obteve nas
urnas 41,59% dos votos válidos, enquanto Aécio recebeu 33,55%, segundo o
resultado final apurado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O
levantamento mostra que se as eleições fossem hoje, o ex-governador de
Minas Gerais herdaria 64% dos eleitores de Marina Silva (PSB). Dilma
receberia apenas 18% do espólio da candidata derrotada no primeiro
turno.
A duas semanas das eleições, os índices do Ibope mostram que a melhor aceitação ao candidato do PSDB ocorre entre os moradores da Região Sul, onde ele lidera com folga por 61% a 33%. No Sudeste, Aécio continua na frente, mas com uma vantagem menor: 48% a 38%. No Norte e Centro- Oeste os dois estão empatados. O tucano tem 46% das intenções contra 43% da petista. A única região, onde Dilma tem a maioria do eleitorado é o Nordeste. Lá ela venceria por 59% a 32%.
Aécio Neves tem mais eleitores entre as pessoas com melhor condição financeira. Pesquisa feita com 3.010 pessoas revela que mais da metade dos que votariam no candidato mineiro ganha entre dois a cinco salários mínimos. Com Dilma, ocorre o inverso. Ela tem a preferência dos mais pobres. Do total, 58% dos votos são de trabalhadores que recebem até um salário mínimo.
Além da renda, a religião dos eleitores deverá interferir no segundo turno, em 26 de outubro. De acordo com as pesquisas, Aécio tem mais votos entre os evangélicos do que Dilma: 49% a 39% da intenções. Quanto aos católicos, novamente, os dois concorrentes empatam na preferência do eleitor, com uma pequena vantagem numérica para a petista, com 46% a 44% do tucano.
Dilma tem a maior rejeição nas pesquisas. Do total, 41% disseram que não votariam nela de jeito nenhum. Já Aécio é reprovado por 33% dos brasileiros, segundo o Ibope.
Aécio discorda de exigência de Marina
O candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) não quis se comprometer com a exigência de Marina Silva (PSB) sobre a redução da maioridade penal para 16 anos. A ex-candidata é contra a medida e quer que o tucano assuma posição similar para que ela o apoie no segundo turno. Aécio é a favor da proposta de Aloysio Nunes, seu vice na chapa, que defende a redução em casos de crimes hediondos, se houver recomendação do Ministério Público.
“Quando se busca um apoio no segundo turno ele não pode nos levar a abdicar daquilo que achamos essencial para o país”, disse o candidato. “Se formos construir um projeto desde o início, não estamos fazendo uma aliança”, afirmou em seu comitê no Rio de Janeiro.
Representantes da Rede Sustentabilidade, grupo político de Marina, vão se encontrar hoje com o candidato, no Rio, para apresentar suas demandas. Aécio também está alinhavando um encontro com o senador eleito Romário (PSB), ainda hoje, para angariar seu apoio. Ontem, ele fez afagos ao ex-jogador.
“Ele foi uma das belas surpresas no Congresso Nacional. E sempre fui admirador dentro dos campos”, disse o senador.
Aécio também falou sobre o escândalo da Petrobras, afirmando que a corrupção foi institucionalizada pelo PT no governo. “O vazamento de uma delação premiada aponta na direção de algo institucionalizado, que envolve diretamente o tesoureiro do partido político que governa o Brasil há 12 anos”, disse, se referindo à denúncia de que João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, operava os desvios de dinheiro na estatal. (Luísa Brasil)
Na Bahia, Dilma é de todos os santos
Em campanha na Bahia, a presidenciável Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, classificou de ‘escândalo’ o posicionamento de Armínio Fraga sobre salário mínimo. Fraga, economista responsável pelo programa econômico de Aécio Neves (PSDB), declarou que o mínimo não pode ser muito alto.
“Uma coisa grave é que eles implicam com o salário mínimo. Esse senhor [...]não gosta do salário mínimo. Eles acham que o salário mínimo é recessivo. Isso é um escândalo”, afirmou Dilma.
À tarde Armínio Fraga rebateu a declaração da presidenta Dilma. “Trata-se de um absurdo, que repilo com veemência. Ela está mal informada ou distorce os fatos”, rebateu Fraga, em nota.
Em Salvador, cidade símbolo do sincretismo religioso, a presidenta aproveitou para agradar a todos os santos: foi recebida pelas baianas do candomblé e também foi à igreja da Irmã Dulce. Dilma aproveitou ainda para se declarar “pardinha” e pediu uma vaga no Olodum, um dos mais tradicionais blocos afros da capital baiana.
“Eu inclusive já falei que, quando deixar de ser presidente, eu vou ver se eu consigo um espaçozinho para tocar lá no Olodum’, disse a presidente. “Eu sou meio pardinha, então eu acho que eu passo lá.”
Dilma também criticou o que chamou de “oposição ridícula” — segundo ela, criada pelos adversários — entre as regiões Sudeste e Nordeste. Logo após as eleições, foram criadas páginas com ofensas a nordestinos, que deram ao PT votação expressiva. Aécio e Marina Silva (PSB) ainda não se manifestaram a respeito. (Nonato Viegas)
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