Variações de genes podem modificar efeito do café na saúde das pessoas.
Estudo chegou a 8 variantes genéticas relacionadas ao consumo da bebida.
DNA pode determinar quantidade de café que cada um toma, segundo estudo (Foto: AP Photo/Keith Srakocic)
Os cientistas já sabiam que o DNA podia influenciar na quantidade de
café que as pessoas consumiam. Agora, um grande estudo identificou
alguns genes que podem desempenhar esse papel.Seu efeito aparente é bem pequeno. Mas variações desses genes podem modificar o efeito do café na saúde das pessoas, por isso pesquisas genéticas devem ajudar os cientistas a explorar o tema, diz a pesquisadora Marilyn Cornelis, da Escola de Saúde Pública de Harvard. Ela liderou a pesquisa, que foi publicada nesta terça-feira (7) na revista científica "Molecular Psychiatry".
O projeto analisou os resultados de cerca de 12 estudos anteriores que, juntos, avaliaram 120 mil participantes. Esses participantes descreveram a quantidade de café que bebiam por dia e permitiram que seu DNA fosse "lido" pelos pesquisadores.
O trabalho observou pequenas diferenças em seu DNA que estavam associadas com beber mais ou menos café. Os pesquisadores descobriram oito dessas variantes, duas das quais já tinham sido ligadas ao consumo de café.
Quatro das seis novas variantes implicam genes que estão envolvidos com a cafeína, seja em como o corpo processa essa substância, seja em seus efeitos estimulantes.
Os outros dois genes foram uma surpresa porque não têm ligação biológica clara com café ou cafeína, segundo Marilyn. Eles estão envolvidos com os níveis de colesterol e de açúcar no sangue.
Marian Neuhouser, uma pesquisadora de nutrição no Centro de Pesquisa em Câncer Fred Hutchinson, em Seattle, e co-autora do estudo, diz que identificar genes relacionados ao consumo pode um dia ajudar os médicos a identificar pacientes que precisam de uma ajuda extra para moderar o consumo de café em situações especiais. Por exemplo: mulheres grávidas são aconselhadas a consumir apenas quantidades moderadas de cafeína por causa do risco de aborto e parto prematuro.
Nenhuma das variantes genéticas identificadas estava relacionada com a intensidade com a qual a pessoa sente o gosto do café. Isso surpreendeu Marilyn, que conta que não bebe café por "não suportar" o gosto.
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