Americano-britânico e casal de noruegueses dividirão prêmio.
Eles identificaram estruturas cerebrais que permitem nos localizarmos.
John O'Keefe, May-Britt e Edvar Moser, ganhadores do Nobel de Medicina de 2014 (Foto: Divulgação/Prêmio Nobel)
O americano-britânico John O'Keefe(Foto: AP Photo/ David Bishop/UCL/PA)
Mais de três décadas depois, o casal Moser identificou outro tipo de célula nervosa que forma um sistema de coordenadas no nosso cérebro, permitindo-nos encontrar caminhos e saber nosso posicionamento de forma precisa.
A importância dos trabalhos dos pesquisadores, segundo o Instituto Karolinska, é que eles resolveram dúvidas que cientistas e filósofos discutiam há séculos: como sabemos onde estamos e por onde nos deslocaremos?
A descoberta de que o cérebro é capaz de trabalhar com "mapas" internos pode ajudar a compreender o que ocorre na mente de pessoas com o mal de Alzheimer, por exemplo, que comumente perdem seu senso de orientação. A compreensão do "GPS cerebral" também é importante porque pode servir de paralelo para entender outras funções cognitivas complexas.
Trajetórias
May-Britt e Edvard Moser, em foto de 2007 (Foto: AFP)May‐Britt Moser nasceu em Fosnavåg, na Noruega, em 1963. Formada em psicologia na Universidade de Oslo, onde estudou com seu marido, também ganhador, ela concluiu o doutorado em 1995. Ela passou pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, e também no University College,e em Londres, até retornar à Noruega em 1996, na Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia de Trondheim.
Edvard Moser nasceu em 1962 em Ålesund, também na Noruega, e obteve o PhD em neuropsicologia na Universidade de Oslo, em 1995. Trabalhou com May-Britt na Universidade de Edimburgo e foi cientista visitante no laboratório de O'Keefe, em Londres.
Nobel de Medicina
O Nobel de Medicina é oferecido desde 1901 e já reconheceu o trabalho de mais de 200 pessoas – entre elas, onze mulheres. Não há premiações póstumas.
O pesquisador mais novo a receber esse Nobel foi Frederick G. Banting, que tinha 32 anos em 1923, pela descoberta da insulina.
Por nove vezes, o prêmio – que ganhou esse nome em homenagem ao inventor da dinamite, Alfred Nobel – não foi anunciado: em 1915, 1916, 1917, 1918, 1921, 1925, 1940, 1941 e 1942.
Medicina é sempre a primeira área valorizada com o Nobel a cada ano. Nesta terça-feira (7), será anunciado o de Física, na quarta (8) o de Química, na quinta (9) o de Literatura, e na sexta (10) o da Paz. O de Economia será anunciado na segunda-feira da próxima semana (13).
Os vencedores são geralmente informados pelo júri no dia do anúncio oficial e não há uma lista de concorrentes disponível previamente, o que torna a divulgação sempre uma surpresa – embora haja favoritos.
May-Britt fala ao telefone nesta segunda-feira (6) após saber que é uma das ganhadoras do Nobel (Foto: AP Photo/Ned Alley)2013: James Rothman (EUA), Randy Schekman (EUA) e Thomas Südhof (Alemanha)
2012: Shinya Yamanaka (Japão) e John B. Gurdon (Reino Unido), por trabalhos com células-tronco
2011: Bruce Beutler (EUA), Jules Hoffmann (França) e Ralph Steinman (Canadá), por descobertas sobre o sistema de defesa do corpo humano
2010: Robert Edwards (Reino Unido), pelo desenvolvimento da fertilização in vitro
2009: Elizabeth Blackburn (Austrália-EUA), Carol Greider e Jack Szostak (EUA), pela descoberta de uma enzima que protege as extremidades dos cromossomos
2008: Harald zur Hausen (Alemanha), pela descoberta do vírus do papiloma humano (HPV), causador do câncer de colo do útero; Françoise Barré-Sinoussi e Luc Montagnier (França), por descobertas sobre o vírus da imunodeficiência humana (HIV), que causa a Aids
2007: Mario Capecchi (EUA), Oliver Smithies (EUA) e Martin Evans (Reino Unido), por trabalhos com células-tronco e manipulação genética em modelos animais
2006: Andrew Z. Fire (EUA) e Craig C. Mello (EUA), pela descoberta da ribointerferência, um mecanismo exercido por moléculas de RNA
2005: Barry J. Marshall (Austrália) e J. Robin Warren (Austrália), pela dascoberta da bactéria Helicobacter pylori e seu papel na gastrite e úlcera estomacal
2004: Richard Axel (EUA) e Linda B. Buck (EUA), por descobrir os receptores de cheiro e a organização do sistema olfativo
2003: Paul C. Lauterbur (EUA) e Peter Mansfield (Reino Unido), pela invenção da ressonância magnética nuclear
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