Mulheres
ligadas a diversos setores da sociedade se reuniram na noite desta
terça-feira (5) em um ato realizado no Circo Voador, na Lapa, intitulado
Mulheres pela Democracia e contra o Golpe. No ato, elas protestaram
contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Para
a economista Maria da Conceição Tavares, que participou do ato, o
processo "é uma tentativa de golpe". "Este negócio de que impeachment
está na Constituição é claro, mas tem que ter crime de responsabilidade”,
disse. Segundo ela, se outros grupos políticos assumirem o poder,
dificilmente farão algo inovador para resolver a crise econômica, pois,
primeiro, terão de solucionar a crise política. “Eles não fariam nada
diferente, só fariam pior”. Mulheres ligadas a diversos setores se reuniram na noite desta terça-feira em ato no Circo VoadorUma das condutoras do ato foi a atriz
Bete Mendes, que se posicionou contra a possibilidade de impedimento da
presidenta Dilma Rousseff. “Estamos nos irmanando com a presidenta
Dilma e com todas as mulheres eleitoras dela. Eu sou política, atriz,
cidadã brasileira e já lutei contra a ditadura. É um golpe político,
sim”, disse Bete. A também atriz Cristina Pereira repudia a
possibilidade de retirada do atual governo. “A gente acredita neste
governo, que tem um legado inquestionável. Aconteceram problemas, sim.
Há muitas coisas a melhorar. Mas neste momento, uma presidenta que não
tem nenhum crime de responsabilidade ser ameaçada de impeachment, é um absurdo. Então nós, como mulheres, temos que nos posicionar. Não tem como ficar em casa tomando café”, afirmou. A líder do Movimento
dos Catadores de Materiais Recicláveis do Rio de Janeiro, Claudete
Costa, disse que as camadas mais pobres da população estão contra o impeachment,
embora não tenham visibilidade na mídia. “Somos contra e estamos
apreensivos com esta tentativa de golpe, porque este foi o único governo
que sempre respeitou a nossa categoria. Eu moro dentro de uma
comunidade chamada Cidade de Deus e lá todo mundo está contra o golpe.
Mas não é interesse da mídia mostrar isso”, disse Claudete. A
diretora de Políticas Educacionais da União Nacional dos Estudantes
(UNE), Bárbara de Almeida Cardoso, disse que os estudantes irão em massa
protestar nas ruas. “A UNE se coloca contra o golpe e em defesa da
democracia. Um processo de impeachment sem crime de
responsabilidade é golpe. Se isso acontecer, os estudantes vão para as
ruas ocupar todos os espaços e chamar a juventude”, disse. O
movimento Vem Pra Rua organizou nesta segunda-feira (4) uma
manifestação, na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro. De acordo com a
estilista Adriana Baltazar, líder do movimento, o ato chamado de Muro da
Vergonha foi marcado para divulgar a posição dos parlamentares em
relação ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “A gente
acredita que há razões suficientes e legais para isso, e a gente vai
cobrar o voto deles a favor do impeachment”, disse.
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