“A frase é conhecida: “Na guerra, a primeira vítima é a
verdade”. A autoria é controversa, mas a aplicação tem sua vertente
diante de crises políticas mais agudas. A revista IstoÉ tem
se esforçado para trazer a máxima ao presente, sombrear o quanto pode a
verdade e jogar na lata do lixo da história qualquer rastro de
credibilidade que um dia já teve.
Seria fácil rebater minuciosamente a escandalosa, leviana,
sexista, covarde e – por que não? – risível peça de ficção que produz
na edição deste fim de semana. Mas fazer isso seria tratar como
jornalismo o que não é; seria conferir respeito ao que, no fundo, é
inqualificável; seria pensar que algo ali pode ser crível e confiável, o
que está muito longe de ser. O único respeito que merece é para os
eventuais remédios que se possa tomar contra os delírios e surtos de
descontrole da revista. Uma publicação fora de si.
A democracia trouxe a liberdade de imprensa e de
expressão, cláusulas pétreas de uma sociedade madura como a brasileira.
Exercê-las, no entanto, exige responsabilidade com que se escreve e se
publica. Por essas razões, e de tão inconsistente e intolerável, a única
resposta adequada são as medidas judiciais que a Presidência da
República tomará contra a revista.
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