Zelar por essa película protetora colada às nossas unhas ajuda a afastar diversas infecções.
Saiba o jeito certo de conservá-la e evite problemas
Foi-se o tempo em que manter as unhas bonitas e bem aparadas era uma preocupação meramente estética. Se a maioria das mulheres nunca deixou de prezar por elas, hoje cada vez mais homens procuram o salão de beleza para ficar com mãos mais asseadas. Acontece que, nessas horas, está em jogo (ou melhor, pode ser jogada fora) uma pequena parte do seu corpo que cumpre um papel nobre: afastar infecções. E a personagem dessa história, infelizmente, vem sendo relegada a segundo plano. É a cutícula. Esse delicado tecido, que une a pele do dedo à unha, funciona como uma barreira capaz de repelir qualquer invasor, por mais imperceptível que seja. Mas poucos lhe dão a devida importância. Pena.
“Sem a cutícula, a pele em volta da unha fica desprotegida, o que propicia a entrada de fungos e bactérias”, explica o dermatologista Luis Fernando Tovo, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Entre as infecções mais comuns estão aquelas provocadas por fungos dermatófitos, que adoram umidade e se alimentam de queratina — proteína endurecida encontrada na unha, na pele e nos cabelos. A mais recorrente em donas de casa e profissionais que se expõem constantemente à água é a paroníquia, conhecida como unheiro. “A paroníquia é uma inflamação crônica da pele ao redor das unhas, geralmente causada pela levedura Candida albicans ou, ocasionalmente, por bactérias”, define o dermatologista Ricardo Romiti, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Para evitar surpresas desagradáveis, desconfie caso sua unha se torne inchada, avermelhada, dolorida, esbranquiçada, opaca, amarelada, espessa, quebradiça ou descolada nas bordas — qualquer um desses sinais pode indicar uma infecção. “As micoses de unha acometem cerca de 20% da população adulta entre 40 e 60 anos”, estima a dermatologista Cristina Figueira de Mello, da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, no interior paulista.
Quanto antes diagnosticado o problema, melhor. O tratamento pode variar de pequenos cuidados — como o uso de luvas com forro de algodão para proteger as mãos contra a umidade — à ingestão de antifúngicos, que também podem ser utilizados sob a forma de cremes, pomadas, soluções e esmalte. “Para cada caso há uma indicação terapêutica. E a duração do tratamento depende de quanto a unha foi comprometida e se o paciente pode ou não fazer uso dessas medicações”, alerta Paulo Velho, professor de dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.
Apesar dos riscos evidentes, não são poucos aqueles que insistem em eliminar essa película protetora. “Toda manicure é orientada a perguntar à cliente se ela quer que retire a cutícula. Tentamos convencê-las de que não é bom. Isso porque a unha fica suscetível a infecções, mas algumas insistem mesmo assim”, conta Cassiane Santos Silva, responsável pelo curso profissionalizante da Soho Academy, em São Paulo.
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