1.31.2011

Neuropatia Diabética

Neuropatia Diabética, uma complicação devastadora do diabetes

A Neuropatia Diabética pode se apresentar de diversas formas, segundo Rodrigo Moreira, médico endocrinologista. Uma das apresentações mais comuns é a Polineuropatia Simétrica, que consiste na existência de uma lesão dos nervos, principalmente nos mais longos, afetando, desta forma, predominantemente os membros inferiores. Os pacientes inicialmente apresentam os sintomas nos dedos dos pés e, com o tempo e o descontrole do Diabetes Mellitus, estes sintomas vão progredindo em sentido ascendente. Os sintomas mais comuns são a parestesia (termo médico utilizado para dormência ou formigamento) e a hipoestesia (termo técnico utilizado para perda de sensibilidade). Neste caso específico, o paciente começa a apresentar uma alteração dos diferentes tipos de sensibilidade, como a sensibilidade dolorosa (não sente dor), térmica (não sente temperatura e não consegue discriminar entre quente e frio) e táctil (não consegue sentir o contato de objetos com sua pele). Com o tempo, evolui com anestesia (perda completa de sensibilidade nos membros inferiores). Além disso, estes pacientes podem também apresentar um outro sintoma devastador: a chamada dor neuropática. “A dor neuropática é considerada um dos piores sintomas da Neuropatia Diabética. O paciente se queixa de dor, normalmente de forte intensidade, localizada principalmente nos pés, que piora a noite”, afirma o médico. Essa dor pode se apresentar de diversas formas: queimação (“pé pegando fogo”), congelando (“parece que o pé está congelando”), “tomando choques” ou “tomando facadas”. A dor normalmente é tão forte que compromete o sono do paciente e leva a uma piora significativa da qualidade de vida. O diagnóstico da polineuropatia simétrica, causada pelo diabetes, é eminentemente clínico, baseado numa história clínica e no exame físico do paciente. No exame clínico, o exame dos pés é parte indispensável em uma consulta endocrinológica e deve ser realizado conforme recomendações técnicas específicas. “Existem também alguns exames que podem ajudar no diagnóstico da Neuropatia Diabética, como a eletroneuromiografia e a biópsia. Mas estes exames são normalmente reservados para as situações onde o diagnóstico ainda é controverso e normalmente são solicitados por um neurologista”, informa o endocrinologista. A principal complicação da Neuropatia Diabética é a amputação dos membros inferiores. Outras complicações já relacionadas aos sintomas da neuropatia incluem diversas doenças psiquiátricas, incluindo quadros depressivos e ansiosos. Além desta apresentação mais comum, a neuropatia também afeta nervos que acometem outros importantes órgãos, como o trato gastrointestinal, levando a diarréia ou constipação intestinal; trato urogenital, sendo uma das causas da disfunção eréctil (impotência) e aparelho cardiovascular, levando a um aumento no risco de infarto, incluindo do chamado “Infarto Silencioso”. “A medida mais efetiva para evitar essas complicações é um controle glicêmico vigoroso, de forma a manter os níveis de glicemia dentro dos recomendados”, alerta o médico. No caso da dor neuropática, existem diversas classes de medicamentos que podem ser utilizados: alguns anti-depressivos, anti-convulsivantes e analgésicos já se mostraram particularmente efetivos nestes pacientes. Entretanto, estes medicamentos aliviam apenas a dor, não atuando na fisiopatologia da doença. O ácido tióctico é hoje um dos medicamentos com comprovada eficácia, além de um excelente perfil de segurança. Além disso, o ácido tióctico também pode ser comprovadamente utilizado para o tratamento da dor neuropática, tanto em pacientes sem outra droga como em pacientes já em uso (não satisfatório) de outras medicações.

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