2.18.2011

Compaixão


Compaixão, de Adolphe Bouguereau (1897).
Compaixão (do latim compassione) pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outrem; não deve ser confundida com empatia. A compaixão freqüentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outro ser senciente, bem como demonstrar especial gentileza com aqueles que sofrem. A compaixão pode levar alguém a sentir empatia pelo outro. A compaixão é frequentemente caracterizada através de acções, na qual uma pessoa agindo com espírito de compaixão busca ajudar aqueles pelos quais se compadece.
A compaixão diferencia-se de outras formas de comportamento prestativo humano no sentido de que seu foco primário é o alívio da dor e sofrimento alheios. Actos de caridade que busquem principalmente conceder benefícios em vez de aliviar a dor e o sofrimento existentes, são mais correctamente classificados como actos de altruísmo, embora, neste sentido, a compaixão possa ser vista como um subconjunto do altruísmo, sendo definida como o tipo de comportamento que busca beneficiar os outros minorando o sofrimento deles.
wikipédia

Quando sente compaixão, você não comete erros.


Você só pode cometer um erro quando se esquece que a outra pessoa está sofrendo. Temos a tendência de acreditar que só nós sofremos, e que a outra pessoa está feliz por nos fazer sofrer. Quando achamos isso, fazemos coisas más e cruéis para magoar o outro. A consciência de que a outra pessoa sofre muito, ajudará você a ouvir profundamente. A compaixão se torna possível e você consegue mantê-la viva enquanto escuta. Agindo assim, você será um excelente terapeuta para o outro.

Talvez a outra pessoa seja muito crítica e diga palavras de acusação, mostrando-se amarga. No entanto, como a compaixão está em você, essas atitudes não afetam tanto. O néctar da compaixão é maravilhoso. Se você se empenhar em mantê-lo vivo, estará garantindo sua proteção. O que a outra pessoa diz não desencadeará raiva e irritação em você, porque a compaixão é o verdadeiro antídoto da raiva. Somente a compaixão é capaz de curar a raiva. É por isso que a prática da compaixão é maravilhosa.

Só é possível existir compaixão quando a compreensão está presente. Compreensão de que? O entendimento de que a outra pessoa sofre e precisa da minha ajuda.

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A raiva é uma coisa viva. Ela brota e precisa de tempo para abrandar. [...] Quando você desliga um ventilador, ele continua a girar durante algum tempo antes de parar. A raiva também é assim. Não espere que a outra pessoa pare imediatamente de sentir raiva. Deixe que ela desapareça aos poucos, lentamente.

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A paciência é a marca do verdadeiro amor. Se queremos amar, precisamos aprender a ser pacientes, tanto com os outros quanto com nós mesmos. A prática de abraçar a raiva requer tempo, mas, se você praticar durante apenas cinco minutos a respiração consciente , o andra consciente e abraçar sua raiva, poderá alcançar um resultado eficaz. Se cinco minutos não forem suficientes, leve dez. e se dez não bastarem, leve quinze. Leve o tempo que precisar.

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Quando está chovendo, parece que não existe a luz do sol. Mas se ultrapassarmos as nuvens, veremos que a luz está sempre presente. Mesmo num momento de raiva ou desespero, nosso amor continua presente. Nossa capacidade de comunicação, de perdão, de sentir compaixão, ainda existe. Tenha certeza: somos mais do que a nossa raiva, mais do que o nosso sofrimento. Se você souber que tem dentro de si a capacidade de amar. compreender e sentir compaixão, não sentirá desespero quando chover. Você sabe que a chuva está presente, mas a luz do sol continua existindo em algum lugar e, quando a chuva parar, o sol voltará a brilhar. Se nos momentos de raiva você conseguir lembrar que os sentimentos positivos continuam dentro de você e da outra pessoa, saberá que é possível abrir caminho para eles, de modo que o que há de melhor em vocês volte a se manifestar.

Extraído do livro "Aprendendo a lidar com a raiva"

Thich Nhat Hanh

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