Medicamento para perder peso vai ser banido
Venda de sibutramina e emagrecedores que atuam no sistema nervoso central, como derivados de anfetamina, pode ser proibida a partir de março pela Anvisa
Rio - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apertou o cerco contra emagrecedores. O órgão quer proibir a venda de todas as drogas usadas para emagrecer que atuam no sistema nervoso central: a sibutramina e os derivados da anfetamina (femproporex, dietilpropiona e mazindol). Na próxima quarta-feira, a agência vai fazer uma audiência pública para definir se esses emagrecedores serão banidos do País.
“Fizemos uma avaliação técnica e concluímos que os malefícios destas drogas são maiores do que os benefícios. Há risco de sérios efeitos adversos, como problemas cardiovasculares, enfartes e problemas no sistema nervoso central. O uso dos medicamentos não se justifica na medida em que têm pouca eficácia frente aos riscos”, defende a chefe do Núcleo de Investigação em Vigilância Sanitária da Anvisa, Maria Eugênia Cury.
O parecer que está sendo elaborado pela Anvisa leva em consideração os resultados do SCOUT (sigla de Sibutramine Cardiovascular Outcome Trial). O estudo avaliou os efeitos da sibutramina em portadores de doenças cardiovasculares — a bula do produto contra-indica o uso da substância nessas circunstâncias. Segundo o trabalho, o uso da sibutramina por esses pacientes aumenta em 16% o risco de doenças cardiovasculares.
A posição da Anvisa gerou críticas de entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade. “Se a sibutramina for proibida, pessoas que sofrem de obesidade serão prejudicadas”, afirma o presidente da sociedade, Ricardo Meirelles.
“O medicamento não resolve a obesidade mundial. Para emagrecer, é necessário mudar hábitos, praticar exercícios físicos e alimentar-se bem. Às vezes a pessoa tem dificuldades nessa última parte. Nesses casos, a sibutramina, com supervisão de um endocrinologista, ajuda muito”, ressalta Ricardo, acrescentando que a própria obesidade é um fator de risco para doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes. “E é por isso que precisamos ter armas contra ela”,
O dia
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