Respiração Artificial
Chama-se respiração
artificial ao processo mecânico empregado para restabelecer a respiração, que
deve ser ministrado imediatamente,
em todos casos de asfixia, mesmo quando houver parada cardíaca. Os casos de
asfixia começam com uma parada respiratória e podem evoluir para uma parada
cardíaca. Garantindo-se a oxigenação pulmonar, há grande probabilidade de
reativação do coração e da respiração.
A respiração artificial só obterá êxito se o paciente for atendido o
mais cedo possível. Se o paciente for atendido nos primeiros dois minutos, a
probabilidade de salvamento será de 90%. Portanto, o atendimento deve ser
imediato, no próprio local do acidente e por qualquer pessoa presente.
Não se deve interromper a respiração artificial em um acidentado
asfixiado até a constatação da morte real, que só pode ser verificada por um
médico.
Respiração
Artificial ( Boca a boca )
Como o nome indica,
trata-se de uma técnica simples em que o socorrista procura apenas encher os
pulmões do acidentado, soprando fortemente em sua boca.
Para garantir a livre entrada de ar nas vias respiratórias a cabeça do
acidentado tem que estar na posição adequada ( o pescoço deve ser erguido e
flexionado para trás ).
Técnica:
-mantendo
a cabeça da vítima para trás, aperte as narinas para evitar que o ar escape
-coloque
a boca aberta sobre a boca do paciente, e sopre com força até notar a expansão
do peito da vítima
-afaste
a boca para permitir a expulsão do ar e esvaziamento dos pulmões do
acidentado
-repita
a manobra quantas vezes for necessário, procurando manter um ritmo de 12
respirações por minuto
Em caso de asfixia por gases ou outros tóxicos, não é aconselhável
usar o método boca a boca, pelo perigo de envenenamento do próprio socorrista.
Em casos de ferimentos nos lábios, pratique o método
boca-a-nariz. Esse método é quase igual ao boca a boca, com a diferença de
exigir o cuidado de fechar a boca do acidentado enquanto se sopra o nariz.
Reanimação Cardíaca
A asfixia pode ser
acompanhada de parada cardíaca. Nesses casos graves deve-se tentar reanimar os
batimentos cardíacos por meio de um estímulo exterior, de natureza mecânica,
fácil de ser aplicado por qualquer pessoa.
A parada cardíaca é de fácil reconhecimento, graças a alguns sinais
clínicos, tais como:
-inconsciência
-ausência
de batimentos cardíacos
-parada
respiratória
-extremidades
arroxeadas
-palidez
intensa
-dilatação
das pupilas
A primeira providência antes da chegada do médico, é a massagem cardíaca.
Trata-se da compressão ritmada do tórax do paciente, na altura do coração,
por efeito de pressão mecânica. Em casos de asfixia, o procedimento pode e
deve ser combinado com a respiração boca a boca e deve ser realizado
continuamente até a chegada do médico ou no caso de morte comprovada da vítima.
Técnica:
-deite
o paciente de costas, sobre uma superfície plana e rígida.
-faça
a pressão sobre o bordo inferior do esterno, aproximadamente dois centímetros
acima de onde ele termina, para comprimir o coração de encontro ao arco costal
posterior e à coluna vertebral.
-descomprima
rapidamente
-repita
a manobra, em um ritmo de 60 vezes por minuto, até batimentos espontâneos ou
até a chegada do médico.
Ressuscitação
cardiopulmonar ( RCP )
As finalidades da RCP são:
-irrigação
imediata, com sangue oxigenado, dos órgãos vitais através de técnicas de
ventilação pulmonar e massagem cardíaca
-restabelecimento
dos batimentos cardíacos
A RCP realizada por 1 socorrista consta de 15 compressões cardíacas por
2 insuflações pulmonares.
A RCP realizada por 2 socorristas consta de 5 compressões cardíacas por
1 insuflação pulmonar.
Hemorragia
É a perda de sangue por rompimento de um vaso, que tanto pode ser uma
veia quanto uma artéria.
Qualquer
hemorragia deve ser controlada imediatamente. Hemorragias abundantes podem levar
a vítima à morte em 3 ou 5 minutos se não forem controladas. As hemorragias
devem ser controladas através de estancamento.
Técnica:
-aplique
uma compressa limpa de pano, lenço, toalha ou gaze sobre o ferimento e
pressione com firmeza. Use uma tira de pano, atadura, gravata ou cinta para
manter a compressa firme no lugar.
-se
o ferimento for pequeno estanque a hemorragia com o dedo, pressionando-o
fortemente sobre o corte.
-se
o ferimento for em uma artéria, ou em um membro, pressione a artéria acima do
ferimento para interromper a circulação, de preferência apertando-a contra o
osso.
-em
caso de hemorragia abundante em braços ou pernas, aplique um torniquete,
sobretudo se houve amputação parcial pelo acidente.
Torniquete:
-faça
um nó em uma faixa ou cinto. Coloque um pedaço de madeira e repita um segundo
nó por sobre esta madeira.
-faça
uma torção do graveto de madeira até haver pressão suficiente da atadura
para interromper a circulação.
-fixe
o torniquete com outra atadura e marque o tempo de interrupção da circulação.
Nunca use arames ou fios.
-deixe
o torniquete exposto, não o cubra.
Marque o tempo de interrupção da circulação. A cada 15 minutos,
desaperte o torniquete com cuidado. Se a hemorragia parar, deixa-se o torniquete
no lugar, porém frouxo, de forma que possa ser apertado no caso do sangue
voltar.
Se o paciente tiver sede, deve-se dar-lhe de beber, exceto se houver lesão
no ventre ou se estiver inconsciente.
Transporte de
Acidentados
A remoção ou movimentação de um acidentado deve ser feita com o máximo cuidado para não agravar as lesões já existentes. Antes de transportar o paciente, devem se tomar as seguintes providências:
-controle
a hemorragia. Na presença de hemorragia abundante, a movimentação da vítima
pode levá-la rapidamente ao estado de choque.
-se
houver parada respiratória, inicie imediatamente a respiração boca a boca.
-no
caso de parada circulatória, faça massagem cardíaca associada à respiração
artificial
-imobilize
as fraturas.
-movimente
o acidentado o menos possível.
-evite
arrancadas bruscas ou súbitas paradas durante o transporte.
Mantenha
a calma, o transporte deve ser feito sempre em baixa velocidade, é mais seguro
e mais cômodo para o paciente.
-não
interrompa, sob nenhum pretexto, a respiração artificial ou a massagem cardíaca,
se estas forem necessárias. Nem mesmo durante o transporte.
O que fazer diante de uma situação de emergência? Qual é a melhor forma de prestar socorro a pessoas com doenças cardiovasculares? Múcio Tavares, cardiologista do Incor, explica os procedimentos corretos
Juliana Santos
Em situações de emergência, o pronto-atendimento é essencial para
aumentar as chances de sobrevivência e reduzir possíveis sequelas dos
pacientes. As doenças cardiovasculares são responsáveis por grande parte
dos atendimentos emergenciais no país, além de ser a principal causa de
óbitos. O Acidente Vascular Cerebral (AVC), quadro em que ocorre a
perda de funções neurológicas devido ao entupimento ou rompimento de
vasos sanguíneos no cérebro, é a doença cardiovascular que mais causa
mortes no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, a maior parte das
pessoas que sobrevivem a um AVC necessita de reabilitação para as
sequelas neurológicas. Aproximadamente 70% não retornam ao seu trabalho e
30% precisam de ajuda para caminhar.Outras emergências cardiovasculares recorrentes são a parada cardiorrespiratória e o infarto. No primeiro caso, a realização da massagem cardíaca é essencial para aumentar as chances de salvamento da vítima. Múcio Tavares, cardiologista e diretor da Unidade Clínica de Emergência do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP), explica nos vídeos abaixo quais devem ser os procedimentos em cada situação de emergência cardíaca, além da forma correta de realizar a massagem cardíaca em adultos e crianças.
Quais os mitos relacionados aos primeiros socorros?
Múcio Tavares, cardiologista e diretor da
Unidade Clínica de Emergência do Incor (Instituto do Coração do Hospital
das Clínicas da USP)
- Quais os mitos relacionados aos primeiros socorros?
- Como reconhecer uma vítima de parada cardiorrespiratória?
- Como deve ser o socorro para uma vítima de parada cardiorrespiratória?
- A respiração boca a boca deve ser realizada?
- Como deve ser feita a massagem cardíaca?
- Como reconhecer uma vítima de AVC?
- Como deve ser o socorro para uma vítima de AVC?
- Como reconhecer uma vítima de infarto?
- Como deve ser o socorro para uma vítima de infarto?
- Os sintomas dessas doenças podem ser identificados com antecedência?
- Em que ordem deve ser prestado o socorro?
- Qual o uso correto do desfibrilador em caso de parada cardíaca?
*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.
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