Para cientistas, enzima não é a chave do processo, como se acreditava.
Experimento usou molécula que apaga lembranças em ratos.
Segundo a explicação prevalente até agora, esse tipo de memória dependeria de uma única enzima no cérebro, chamada PKM-zeta.
Mas a nova pesquisa, realizada pela Universidade Johns Hopkins, nos EUA, descobriu que ratos que não possuem essa enzima continuam aptos a formar memórias de longo prazo.
A enzima PKM-zeta foi descoberta pela equipe do cientista Todd Sacktor, do Suny Downstate Medical Center, em Nova York. Em 2006, o grupo de Sacktor criou uma molécula que parecia bloquear a ação da PKM-zeta. Essa molécula, chamada ZIP, foi capaz de apagar memórias de longo prazo em ratos, o que despertou uma discussão mundial sobre as implicações sociais e éticas do tema.
Resultado não esperado
No novo estudo da Johns Hopkins, os pesquisadores criaram ratos sem a enzima PKM-zeta. O objetivo era comparar as sinapses dos ratos modificados com as de ratos normais e encontrar pistas sobre como a enzima atua exatamente.
Mas, segundo Lenora Volk, uma das cientistas da equipe, o resultado não foi o esperado. "Achamos que a capacidade de fortalecimento das sinapses desses ratos ficaria prejudicada, mas não ficou”, diz.
Isso significa, de acordo com os pesquisadores, que a enzima PKM-zeta não é a molécula chave para a memória de longo prazo, como estudos anteriores sugeriram, apesar de que é possível que ela tenha algum papel na memória.
Volk diz que não se sabe onde a molécula ZIP, que apaga as memórias, está atuando exatamente. "Encontrar qual é o seu alvo será muito importante, porque aí poderemos começar a entender, no nível molecular, como as sinapses são fortalecidas e como as memórias se formam em resposta a estímulos.”
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