A vacina foi capaz de reduzir a carga viral em pacientes infectados de forma significativa e sem o uso de antirretrovirais. Eficácia, no entanto, foi temporária
Vírus HIV: vacina terapêutica controla carga viral na corrente sanguínea de pacientes infectados
(Thinkstock)
CONHEÇA A PESQUISAO estudo testou a vacina terapêutica em 36 pessoas infectadas pelo vírus HIV que faziam uso de terapia antirretroviral, um grupo de medicamentos que ajudam a controlar a carga viral no organismo de pacientes com aids. Os cientistas retiraram amostras do vírus e também de células saudáveis (chamadas de dendríticas) dos próprios indivíduos. Essas células ativam o sistema imunológico quando um vírus tenta atacar as células de defesa.
Título original: A Dendritic Cell–Based Vaccine Elicits T Cell Responses Associated with Control of HIV-1 Replication
Onde foi divulgada: revista Science Translational Medicine
Quem fez: Felipe García, Nuria Climent, Alberto Guardo, Cristina Gil, Agathe León, Brigitte Autran, Jeffrey Lifson, Javier Martínez-Picado, Judit Dalmau, Bonaventura Clotet, Josep Gatell, Montserrat Plana e Teresa Gallart
Instituição: Universidade de Barcelona, Espanha
Dados de amostragem: 36 pacientes com aids
Resultado: A vacina terapêutica desenvolvida a partir de amostras de HIV e células dendríticas reduziu de forma significativa, mas temporariamente, a carga viral em pacientes com aids sem a necessidade da terapia antirretroviral
Para validar os resultados, os pesquisadores inativaram as amostras de HIV, que ainda assim continuavam capazes de provocar uma resposta do sistema imunológico, e expuseram as células saudáveis ao vírus. Com isso, a equipe tinha como objetivo fazer as células "instruírem o sistema de defesa para que ele pudesse lutar contra o vírus HIV, o que ele não faz normalmente", segundo explicou Felipe Garcia, coordenador do estudo.
Testes — Antes de aplicarem a vacina nos participantes, os cientistas pediram que eles deixassem de fazer uso da terapia antirretroviral por um tempo. Assim, o HIV conseguiria voltar a se replicar naturalmente e os pesquisadores poderiam comparar os reais efeitos da substância testada. Segundo os resultados, a carga viral caiu de forma significativa na maioria dos pacientes, que passaram a apresentar um nível muito baixo de vírus no sangue mesmo sem o uso dos antirretrovirais. Além disso, a vacina se mostrou segura, sem provocar os fortes efeitos colaterais causados pela terapia convencional.
No entanto, a eficácia da vacina caiu 24 semanas após a aplicação. Por esse motivo, outros estudos ainda são necessários para entender de que forma seus efeitos positivos podem ser estendidos. Mesmo assim, a equipe está otimista em relação aos resultados. "Essa é a demonstração mais forte que há na literatura científica de que uma vacina terapêutica é possível. Embora ainda não promova a cura, os resultados deixam em aberto a possibilidade de conseguirmos criar a vacina ideal para combater a doença", escreveram os pesquisadores em um comunicado.
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Caio Rosenthal, infectologista do hospital Emílio Ribas
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