TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH
A
rotina tumultuada do ambiente de trabalho leva cada vez mais pessoas a
apresentar os sintomas do Déficit de Atenção e Hiperatividade – a nova
doença do século da informação
Durante
muito tempo, acreditou-se que o Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade (ou simplesmente TDAH, como preferem os médicos) era um
problema de crianças. Poucas vezes, o distúrbio dos pequenos chegava a
preocupar os pais. Achava-se que, na pior das hipóteses, aquele típico
moleque irrequieto, que nunca se contentava com um único brinquedo, se
tornaria uma pessoa “normal” tão logo lhe brotassem os primeiros fios de
barba. Mas um levantamento recente publicado nos Estados Unidos mostra
que a coisa não é assim tão simples. Conhecido como National Comorbidity
Survey – Replication (NCS-R, ou “Pesquisa Nacional de Comorbidades”) e
divulgado oficialmente em maio último, o estudo analisou nada menos que 9
mil americanos ao longo de dois anos. E concluiu: cada vez mais, o TDAH
é um problema de adultos – algo capaz de arruinar a auto-estima, as
relações afetivas e principalmente o seu desempenho profissional.
Também
conhecido como DDA, o déficit de atenção e hiperatividade é
conseqüência de um defeito genético que prejudica o funcionamento da
região pré-frontal do cérebro, responsável por regular os impulsos e
filtrar as informações que a mente processa. As pessoas ficam
desprovidas dessa espécie de válvula cerebral e, assim, começam a
apresentar alguns traços particulares de comportamento. Os mais
freqüentes são a dificuldade de organização e concentração (tendem a
fazer várias coisas ao mesmo tempo), impulsividade nas relações pessoais
e, em muitos casos, a hiperatividade – que pode ser traduzida como uma
necessidade irresistível de movimento. Historicamente, achava-se que
esse distúrbio atingia entre 1,5% e 3% da população adulta. A nova
pesquisa, porém, revelou que a percentagem pode ser maior. Ao todo, 4,4%
dos adultos sofrem de TDAH nos Estados Unidos. Parece pouco, mas o
índice é considerado bastante alto para os padrões da psiquiatria. E
tende a ser igualmente alto em outros países, incluindo-se aí o Brasil.
“Isso significa que o TDAH, hoje, é uma das disfunções neurológicas mais
comuns entre os adultos e, portanto, uma das mais freqüentes no
ambiente de trabalho”, explica a AMANHÃ o professor Ronald Kessler, do
Departamento de Medicina da Universidade de Harvard e principal
coordenador da NCS-R.
Uma
olhar atento sobre a pesquisa de Kessler ajuda a entender o impacto que
o TDAH pode ter na trajetória profissional de um indivíduo. Conforme o
levantamento, as pessoas que sofrem desse mal são altamente suscetíveis a
outros distúrbios neuropsicológicos – chamados “comorbidades”. A
dificuldade de avançar na carreira e os fracassos freqüentes na lida
corporativa, por exemplo, fazem com que os portadores tenham seis vezes
mais chances de desenvolver algum tipo de comportamento compulsivo, como
o vício em jogo ou bulimia. Além disso, eles abusam mais de substâncias
como álcool, maconha e cocaína e apresentam o triplo de problemas
relacionados à ansiedade, como alergias, urticárias etc. O próprio
desempenho no trabalho acaba sendo afetado. Analisando pacientes
diagnosticados com TDAH, Kessler observou que muitos deles (15,8% do
grupo) passavam a maior parte do tempo ausentes de seu papel no emprego,
na sociedade ou mesmo na família. Entre as pessoas consideradas
saudáveis, apenas 6% se desviavam de suas obrigações. “Se somarmos todos
os prejuízos relacionados à doença, desde as dificuldades de
aprendizado até os custos com planos de saúde, veremos que seu impacto é
enorme”, constata Kessler.
O
publicitário gaúcho Rafael (o nome é fictício), de 25 anos, é uma das
pessoas que passaram a vida carregando esses e outros problemas. Ele só
foi saber que sofria de TDAH aos 21 anos, por insistência do pai – que,
meses antes, descobrira-se portador do distúrbio. Ao longo da vida,
Rafael sempre tivera dificuldades para se concentrar e para manter a
organização. Ainda mais trabalhando em um ambiente caótico por natureza,
como as agências de publicidade. “Há uma tendência de começar 2 mil
coisas diferentes e não terminar nenhuma delas. Os colegas de trabalho
começam a te ver como um irresponsável, que embarca em tudo que é
projeto, mas nunca leva nada até o fim”, descreve o jovem. Além disso,
como muitos outros casos de TDAH, Rafael criou uma indesejável mania.
“Eu mentia compulsivamente.” Para contornar o problema, o publicitário
procurou ajuda médica e iniciou uma terapia. Hoje, mantém-se na linha
usando medicamentos específicos para esse transtorno, à base de
Metilfenidato (um estimulante que “ativa” os filtros cerebrais).
Conhecido pelos pouquíssimos efeitos colaterais, o remédio tem sido de
boa ajuda. “Para mim, foi a solução ideal”, alegra-se.
Genética não é tudo
– Há, contudo, uma importante pergunta que as estatísticas de Kessler
não chegam a responder: já que o TDAH é um problema de origem genética –
e, portanto, só pode ser passado de pai para filho –, como explicar o
fato de que o número de diagnósticos vem crescendo? Há duas teses
aceitas. Uma delas é de que o distúrbio simplesmente tem sido mais
detectado pelos médicos. “Há cerca de 20 anos, acreditava-se que esse
problema desaparecia com a idade. Ou então as pessoas achavam que o
sujeito era avoado mesmo, e aí sequer procuravam ajuda”, recorda o
psiquiatra Mario Louzã, coordenador do Projeto de Déficit de Atenção e
Hiperatividade no Adulto do Hospital das Clínicas de São Paulo. Hoje, é
inegável que esse quadro mudou. O transtorno é facilmente reconhecido
pelos especialistas, e seu tratamento, em geral, exige apenas medicação e
algum tempo de terapia. Já a outra hipótese é bem mais polêmica: esse
aparente “surto” de TDAH seria nada menos do que um reflexo da rotina
tóxica que muitas pessoas enfrentam, atualmente, no local de trabalho.
As demandas do escritório (reuniões, telefonemas, acúmulo de tarefas e
pepinos de última hora), somadas às tecnologias da era da informação
(celular, e-mails, teleconferências e outras), estariam gerando uma dose
insuportável de estímulos para o cérebro humano. Resultado: mesmo
aquelas pessoas que não têm nenhuma predisposição genética para o TDAH
estariam desenvolvendo os sintomas dessa patologia.
Os
excessos do ambiente de trabalho fazem até mesmo as pessoas saudáveis
apresentarem os sintomas típicos do déficit de atenção e hiperatividade
Não
é por acaso que o célebre psiquiatra Edward Hallowell, autor de
Tendência à Distração – considerado um clássico sobre TDAH para leigos
–, criou o termo “Característica de Déficit de Atenção”, ou CDA. A
expressão designa as pessoas que apresentam os sintomas e sofrem os
mesmos prejuízos no dia-a-dia, mas clinicamente não têm o transtorno.
“Muitos indivíduos saudáveis agem como se tivessem TDAH diante dos
estímulos e demandas do trabalho. Ou seja, demonstram incapacidade de
hierarquizar tarefas e idéias, sofrem de altos níveis de ansiedade e
perdem muito da capacidade de interação social”, analisa Hallowell, em
entrevista a AMANHÃ. Em resumo, todo o mundo está sujeito a passar pelas
atrapalhações que, aparentemente, só os portadores de TDAH enfrentavam
até agora. Essa, aliás, é uma das observações que Hallowell faz em seu
novo livro, Delivery from Distraction, que deverá ser lançado nos
Estados Unidos, em dezembro deste ano. AMANHÃ antecipa com exclusividade
um pequeno trecho da obra (veja o quadro “Dois lados de uma síndrome”
no final da matéria).
O próprio
Hallowell lembra, porém, que a CDA não é uma doença. “Ela pode ser
considerada um mal comum, o jeito normal de ser nas empresas atuais.
Somente o TDAH merece acompanhamento clínico e medicação”, esclarece. Em
caso de dúvidas, acrescenta ele, a melhor saída ainda é procurar a
opinião de um especialista. Foi o que fez o jornalista Luís Nassif,
colunista do jornal Folha de São Paulo. Estressado e com alguns
dificuldades de memória e de concentração, Nassif estava convencido de
que tinha TDAH. “Cometi a asneira de ler um livro aventureiro que
listava um conjunto de características da síndrome e resolvi tirar a
limpo”, relata. Chegando ao médico, o diagnóstico foi até rápido: Nassif
não tinha qualquer problema dessa espécie. Tudo não passava de
estresse. “A verdade é que hoje nós temos muito mais motivos para
desviar nossa atenção”, opina o jornalista.
Uma pista
para quem desconfia que sofre do distúrbio é o histórico pessoal. É
simplesmente impossível que alguém desenvolva o déficit de atenção ao
longo da vida. Para que a doença realmente exista, é preciso que seus
sintomas façam parte da personalidade desde a infância. E mais: que em
algum momento tenham gerado prejuízos concretos para a saúde do
portador. “Na prática, as características do TDAH estão presentes em
quase todas as pessoas, em maior ou menor grau. Mas o que realmente
sinaliza a existência do transtorno é o fato de essas características
afetarem o funcionamento do indivíduo, seja na escola, no emprego ou em
casa”, alerta o psiquiatra Luís Augusto Rohde, coordenador geral do
Programa de Déficit de Atenção e Hiperatividade do Hospital de Clínicas
de Porto Alegre. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde
desenvolveu um pequeno questionário que ajuda a diagnosticar o TDAH.
Auto-aplicável, a tabela indica se a pessoa tem chances de ser portadora
– caso em que deve procurar um médico – ou se é apenas mais uma vítima
do fluxo de informações que inunda o ambiente de trabalho.
Doença da informação
– Não é de hoje que o ambiente corporativo serve de tubo de ensaio para
algumas patologias da mente. Primeiro, foi o estresse e seus derivados,
frutos da pressão por produtividade e resultados a qualquer custo.
Depois, veio a depressão, resultado de uma cultura maléfica na qual o
reconhecimento e a realização pessoal ficavam sempre em segundo plano.
Agora, parece ser a vez das “doenças da informação”, entre as quais se
enquadra o déficit de atenção e hiperatividade. “As empresas exigem que
estejamos sempre atualizados, acumulando novos conhecimentos em nosso
ofício”, percebe o consultor Ryon Braga, presidente da consultoria Hoper
Educacional, do Rio de Janeiro. “Só que isso gera uma ansiedade muito
grande. Porque, apesar de toda a pressão, não existe a menor chance de
uma pessoa absorver todos os dados que são gerados em cada disciplina”,
argumenta. Conforme Braga, a busca desenfreada por atualização pode
levar a um quadro conhecido como “síndrome da ansiedade da informação”.
Não se trata de uma doença, e sim de uma espécie de fadiga – geralmente
ocasionada pela descoberta de que, bem, não há como ler todos os livros,
revistas e jornais que se empilham no canto da mesa. Os sintomas dessa
síndrome são parecidos com os do TDAH: dificuldades de organização,
lapsos momentâneos de memória, estresse e uma sensação incômoda de
frustração ao final de cada dia de trabalho. “É a neurose do século 21”,
define Braga.
Tal
como o estresse, o TDAH traz embutido diversos malefícios secundários
que podem arruinar uma carreira. Um deles é a impulsividade – uma
tendência traiçoeira de falar ou fazer a primeira coisa que vem à cabeça
e só depois pensar a respeito. “Outro defeito muito observado é a
procrastinação”, acrescenta Rohde, do Hospital de Clínicas de Porto
Alegre. Juntos, esses dois problemas dão origem a um círculo vicioso.
Devido à impulsividade e ao hábito de deixar tudo para depois, as
pessoas com TDAH começam a vivenciar uma série de situações
conflituosas. São desde prazos estourados até brigas ocasionadas por um
comentário fora de hora. Isso sem contar o martírio que é focar a
atenção em uma determinada tarefa por um período prolongado. No final
das contas, os problemas geram ansiedade, que então gera novos
problemas. Foi o que aconteceu com a carioca Paula Prata, de 37 anos.
Atualmente trabalhando como analista de sistemas, Paula passou a maior
parte da vida enfrentando um percalço atrás do outro por causa do
déficit de atenção. Já na escola, era cobrada pela distração e aparente
falta de aplicação nas aulas. A pressão culminou num problema nervoso –
uma alergia que durou nada menos que 20 anos. “Eu ficava inchada. A pele
coçava tanto que, às vezes, eu chegava a desmaiar”, relata. Paula
lembra que teve diversos problemas no trabalho e na vida pessoal. Até
estudar para um concurso era complicado. “Você estuda um monte, vira a
noite, perde o fim de semana. Aí chega na hora, e aquilo tudo desaparece
da sua cabeça. Dá uma frustração muito grande, é algo que nos destrói”,
desabafa. De qualquer forma, Paula conseguiu construir uma carreira
sólida. Formou-se em Matemática, está empregada e, desde o ano passado,
trata devidamente o TDAH. “Meu caso até que foi fácil. Tem pessoas que
ficam no meio do caminho."
A
boa notícia é que os efeitos colaterais do TDAH podem ser atenuados –
embora não eliminados – a partir de mudanças sutis na forma de lidar com
o trabalho. “Já vi muitas pessoas se revelarem ainda mais eficientes na
profissão do que aquelas que não têm esse distúrbio”, relata a AMANHÃ a
americana Wilma Fellmann, especialista em aconselhamento de carreira
para adolescentes e adultos que sofrem de TDAH. A chave, garante ela, é
identificar os talentos e defeitos do indivíduo que tem o transtorno. E,
com base nisso, tomar as decisões que parecem mais promissoras para sua
carreira. “Vale lembrar que algumas características típicas do
transtorno ficam menos evidentes em determinadas profissões”, enfatiza
Wilma. Além disso, alguns psiquiatras recomendam que o paciente arranje
uma espécie de “anjo da guarda” no escritório. Trata-se de alguém que
possa atuar como um secretário honorário, ajudando o portador a se
organizar e a lembrar de compromissos ou datas importantes. “O portador
de TDAH tem todas as condições de ocupar cargos de alta responsabilidade
e de crescer na carreira. Mas isso será muito mais difícil se ele não
puder contar com uma excelente secretária”, comenta Enio Roberto de
Andrade, presidente da Associação de Apoio ao Transtorno de Déficit de
Atenção / Hiperatividade (Atodah), em São Paulo.
Apesar
dos problemas, os funcionários com déficit de atenção podem avançar
normalmente na carreira com a ajuda de medicação – e uma excelente
secretária
Além
disso, está mais do que comprovado que os indivíduos com TDAH são
capazes de manter um nível de concentração fora do comum – hiperfoco –
naquelas tarefas que lhes proporcionam prazer ou desafios. Um exemplo é o
porto-alegrense Juliano Colombo, de 24 anos. Hiperativo assumido, ele
demorou até encontrar uma atividade que satisfizesse sua necessidade de
agitação. “Na universidade, comecei fazendo Engenharia. Mas logo tive de
largar porque o curso era muito regrado. Ao mesmo tempo, passei por
quatro empregos diferentes em que a rotina era extremamente burocrática,
com baixa criatividade. Não fiquei mais do que seis meses em cada um
deles”, conta. Hoje, Juliano trabalha na equipe de vendas de uma empresa
de tecnologia na capital gaúcha. Assim, consegue saciar pelo menos uma
parte do desejo de movimento. “Todo dia é um dia diferente. Estou quase o
tempo todo na rua, visitando clientes, conhecendo pessoas novas”,
entusiasma-se. E ainda alia o trabalho à paixão por computadores, que
traz desde a infância. “Descobri que não adiantava negar minhas
características”, conclui.
A
propósito, um dos pontos que mais geram discussão entre os psiquiatras é
a possibilidade de o TDAH ter efeitos colaterais “positivos”. Ainda
hoje, há quem garanta que as pessoas afetadas pelo distúrbio são
geralmente inteligentes e muito, muito criativas. A tese é de que o
turbilhão que a todo momento passa por suas cabeças poderia facilitar,
por exemplo, a livre associação de idéias – requisito típico dos
processos criativos e reuniões de brainstorming. São famosas, aliás, as
listas de “vantagens e desvantagens” que o transtorno gera no emprego e
na vida pessoal.
O cérebro no limite
– As próprias empresas podem dar uma mãozinha para os profissionais que
têm (ou aparentam ter) déficit de atenção e hiperatividade. Isso pode
ser feito utilizando-se as regras básicas de planejamento e execução de
projetos, como definir metas claras, prazos exeqüíveis, delimitar bem as
tarefas etc. Um cuidado importante é saber dosar a pressão por
resultados. Devido a suas próprias dificuldades, muitos dos portadores
do distúrbio passam a infância inteira ouvindo críticas de professores
e, não raro, dos próprios pais. Por isso, eles costumam reagir muito mal
a cobranças. Muitos, por exemplo, até pioram de desempenho quando
submetidos à pressão. “Como qualquer pessoa, o trabalhador com TDAH lida
melhor com os estímulos do que com a repreensão. É necessário valorizar
esse lado”, aconselha Sérgio Bourbon, representante da Associação
Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), entidade que divulga
informações e promove eventos relacionados ao assunto, entre eles o
Congresso Internacional ABDA 2004.
Segundo
Edward Hallowell, as empresas precisam criar um ambiente favorável ao
funcionamento do cérebro. Só assim, as mentes terão condições de
funcionar em máxima rotação – ainda que algumas delas tenham lá suas
limitações. “O desafio é não cometer os erros que estimulam o
aparecimento da Característica do Déficit de Atenção”, resume Hallowell.
Um desses erros, por exemplo, é promover uma cultura organizacional que
valoriza a velocidade acima de tudo. Outro pecado capital é ignorar o
estresse que eventualmente surge durante o expediente. Por fim, deve-se
evitar que a corrida por produtividade sobrecarregue as pessoas com
tarefas e responsabilidades que, na verdade, não têm como ser realizadas
no prazo. “Não se pode agir como se a capacidade do cérebro fosse
ilimitada”, prega Hallowell. Pelo contrário, é necessário reconhecer
esses limites. E respeitá-los.
Essa reportagem foi retirada da revista Amanhã (http://amanha.terra.com.br/edicoes/201/capa01.asp)
Dois lados de uma síndrome
Se
o assunto é TDAH, poucas pessoas são tão lembradas quanto Edward
Halowell, autor do best-seller Tendência à Distração. O livro foi o
primeiro a revelar para leigos as causas, conseqüências e os tratamentos
do déficit de atenção. Agora, dez anos mais tarde, Hallowell prepara o
lançamento de sua segunda obra: Delivery from Distraction (algo como
"Causado pela Distração"). O livro deverá chegar às bancas dos EUA em
dezembro deste ano. AMANHÃ teve acesso a um trecho do texto e reproduz,
com exclusividade, um dos pontos mais curiosos - em que Hallowell
enumera os diferenciais e os problemas dos portadores de TDAH. Em tempo:
a maioria dos psiquiatras brasileiros sustenta que o distúrbio só traz
prejuízos.
DIFERENCIAIS - Têm muitos talentos criativos, que geralmente não aparecem até que o TDAH seja tratado - Demonstram ter pensamento original, "fora da caixa" - Tendem a adotar um jeito diferente de encarar a própria vida. Costumam ser imprevisíveis na maneira como abordam diferentes assuntos - Persistência e resiliência são suas características marcantes - mas, cuidado, às vezes podem parecer cabeças-duras - São geralmente muito afetivos e de comportamento generoso - São altamente intuitivos - Com freqüência, demonstram ter uma inteligência acima da média |
PROBLEMAS - Grande dificuldade para transformar suas grandes idéias em ação verdadeira - Problemas para se fazer entender ou explicar seus pontos de vista - Falta crônica de iniciativa - Humor volúvel, da raiva para a tristeza rapidamente - Pouca ou nenhuma tolerância à frustração - Problemas com organização e gerenciamento do tempo - Necessidade incessante de adrenalina. Inconscientemente, podem provocar conflitos apenas para satisfazer essa necessidade de estímulo - Tendência ao isolamento e à solidão - Raramente conseguem aprender com os próprios erros |
Fonte: Delivery from Distraction, novo livro de Edward Hallowell
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