Não importa o sexo dos noivos
Quando
vejo manifestações contra o casamento gay, não consigo entender o que
passa pela cabeça dos manifestantes. Juro que me esforço. Sou formada em
Ciências Sociais e aprendi que devemos ver os fatos sociais como
coisas, como dizia um dos pais da sociologia, Émile Durkheim. Seguindo
esse método, até entendo que alguém possa achar ruim que um amigo
próximo ou familiar case com outra pessoa do mesmo sexo. Existem os
argumentos religiosos, as pressões por constituir uma família nuclear e o
medo que a pessoa tenha uma vida mais difícil por causa do preconceito
que possivelmente enfrentará. (adendo: pessoalmente não concordo com
nada disso). Mas ser contra o casamento gay por princípio? Ser contra
pessoas que você não conhece se casarem com pessoas que você não
conhece? Mesmo?Alguns argumentam que, ao permitir a união estável, um governo já faz o bastante. Estaria assim garantindo direitos básicos para um cônjuge, como uma eventual herança. Acho isso bom, mas não o bastante. Eu mesma já moro com o meu namorado, mas quero um dia oficializar a nossa relação. Pra mim, isso é importante. Acredito que o amor deve ser celebrado e compartilhado – e adoro uma festa. Se eu sonho com o meu casamento desde pequena, por que a minha amiga que gosta de meninas não pode fazer o mesmo? Não é um capricho ou um detalhe. Casar com a pessoa que você ama, independentemente de cor, opção sexual ou classe econômica é, na minha opinião, um direito.
Por isso hoje me emocionei com um vídeo lindo sobre o casamento de dois namorados, o Alécio e o Luiz Felipe. O Bruno Astuto, colunista da revista, já falou sobre isso aqui. Os noivos trabalham no Itamaraty e se conheceram em um show, em 2008. Namoraram, juntaram os trapos e no ano passado casaram em uma cerimônia para 250 convidados. O mais lindo do casamento pra mim foi ver como é sempre a mesma coisa, não importa o sexo dos noivos: pais emocionados, lágrimas, daminhas e pajens descontroladas, decoração linda e muito amor.
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