1.23.2013

Estudo revela como células dos olhos sofrem danos

Pesquisa pode ajudar a prevenir casos de cegueira causados por quebra da estrutura dos bastonetes

O Globo 


Imagem mostra um bastonete danificado na região onde se concentram grandes quantidades de rodopsina, proteína sensível à luz nas células dos olhos
Foto: Divulgação

Imagem mostra um bastonete danificado na região onde se concentram grandes quantidades de rodopsina, proteína sensível à luz nas células dos olhos Divulgação
RIO – As células sensíveis à luz nos olhos, conhecidas como bastonetes, dependem de estruturas em sua parte posterior para converter a luz em sinais neurais que possam ser interpretados pelo cérebro, dando-nos assim a visão. Mas devido a seu formato cilíndrico único, estas células são vulneráveis a danos, o que pode levar à cegueira. Estudo publicado nesta terça-feira no periódico científico “Biophysical Journal”, no entanto, fornece uma primeira análise das propriedades mecânicas destas células que podem fazer com que quebrem sob pressão. As descobertas teóricas e experimentais podem ajudar a explicar a origem de muitas doenças da vista e prevenir estes tipos de cegueira.
- Até onde sabemos, esta é a primeira teoria que explica como a rigidez estrutural na parte posterior dos bastonetes podem deixá-los vulneráveis a danos – disse Aphrodite Ahmadi, principal autora do artigo e pesquisadora da Universidade Estadual de Nova York em Cortland. - Nossa teoria representa um avanço significativo na nossa compreensão de doenças degenerativas da retina.
Os fotorreceptores dos bastonetes consistem em discos contendo uma proteína sensível à luz batizada rodopsina. Os discos criados à noite são diferentes dos produzidos de dia, dando às células um padrão listrado observado pela primeira vez em sapos mas comum a várias espécies de animais. Mutações que afetem estes fotorreceptores frequentemente desestabilizam os segmentos posteriores dos bastonetes e podem danificar os discos, levando à morte celular, degeneração da retina e, por fim, à cegueira. Até agora, porém, não estava claro como as características estruturais da célula determinavam sua susceptibilidade a danos.
Para responder à questão, Ahmadi e sua equipe examinaram os fotorreceptores de girinos enquanto eles eram submetidos à força de fluidos. Eles descobriram que as listras com maior densidade, isto é, com uma maior concentração de rodopsina, ficavam muito rígidas, o que as tornava mas suscetíveis a quebras do que as que tinham menor quantidade da proteína. O modelo confirmou seus resultados experimentais e revelou os fatores que determinam a força necessária para danificar os bastonetes. Os achados indicam que as mutações que fazem a rodopsina se agregar podem desestabilizar as células, eventualmente levando à cegueira.
- Futuras refinações do modelo podem levar à criação de maneiras de estabilizar a região posterior dos bastonetes e assim adiar a chegada da cegueira – acrescentou Ahmadi.

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