1.25.2013

Petróleo no quintal


BA: obra em casa expõe poço de petróleo desativado há 30 anos

24 de Janeiro de 2013
Família do bairro de Lobato encontra \ Família do bairro de Lobato encontra "duto de petróleo" no quintal de casa, em Salvador, nesta quinta-feira
Foto: Eduardo Martins / A Tarde / Futura Press

A reforma de uma residência na rua Getúlio Vargas, no bairro do Lobato, expôs parte de uma história enterrada no subúrbio de Salvador (BA). Há cerca de uma semana, durante escavações no terreno, os moradores encontraram um pedaço da tubulação de um dos primeiros poços de petróleo do País, descoberto em 1939, antes ainda da criação da Petrobras, e desativado na década de 80. Apesar de não jorrar petróleo cru, como o imaginário popular sugeriria, a pequena quantidade de óleo residual contida na tubulação preocupou os moradores, que acionaram a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Uma equipe da ANP foi até o local e constatou que não há vazamento de grandes proporções. "Era um óleo residual que tinha na própria estrutura. Com a movimentação de máquinas durante a obra - havia um trator no terreno -, houve uma modificação na estrutura, e algum óleo residual vazou. Mas não é petróleo que esteja jorrando de um poço", afirmou Ubirajara Souza da Silva, chefe do escritório da ANP em Salvador.
De acordo com Silva, a região abrigou, há mais de 70 anos, um dos primeiros poços de petróleo a serem explorados no Brasil, que foram desativados na década de 80 "devido ao esgotamento", que os tornaram "economicamente inviáveis". "É um poço de 70 anos, desativado. Antes de ser devolvido à União, o terreno passou por um trabalho para conter qualquer possibilidade de vazamento. Se coloca uma espécie de tampão no poço, que é aterrado", afirmou.
Questionado sobre os eventuais riscos à segurança e à saúde da população vizinha, o representante da ANP afirmou que não há registro de qualquer incidente na região deste que o poço foi desativado, mas fez uma ressalva: "aquela região não era habitada na época que o poço foi devolvido à União. Depois é que, com a expansão da cidade, alguns moradores se instalaram lá", disse.
A ANP já acionou a Petrobras, responsável pela segurança do local, para inspecionar o terreno. "A Petrobras mandou uma equipe de segurança ambiental para o local para dar as garantias de segurança ao meio ambiente e às pessoas ao redor", disse Silva, que minimizou a possibilidade de um acidente em decorrência da presença de óleo no terreno. "Não tem risco nenhum de combustão. Até porque aquilo é considerado o que se chama no setor de 'óleo morto', é absolutamente residual aquele produto", explicou o representante da ANP, que garantiu que o órgão fiscalizará a resposta da Petrobras à ocorrência.

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