Os
portadores da SFC sofrem de uma fadiga inexplicada e debilitante que
pode persistir indefinidamente. Seus sintomas, semelhantes aos de uma
gripe, que são fadiga (falta de energia), mal-estar, dor muscular, dor
de garganta, febre baixa e linfonodos inchados, geralmente permanecem
por muito mais tempo do que simplesmente uma gripe, mononucleose ou
alguma outra doença infecciosa.
A depressão, comum em muitas doenças crônicas, pode acompanhar os outros sintomas da SFC.
Da mesma forma, os problemas cognitivos, como confusão e esquecimento, assim como distúrbios do sono.
Existem
muitas teorias sobre a causa da síndrome da fadiga crônica, mas, até
aqui, ninguém apareceu com uma resposta definitiva. É um vírus? Há uma
tendência genética para desenvolvê-la? É desencadeada por estresse? É um
mau funcionamento do sistema imunológico? Ninguém sabe.
Até o
diagnóstico da SFC pode ser incerto, já que não existe disponível,
atualmente, nenhum exame de sangue ou raio X que diga "sim, esse
paciente tem SFC". Ao contrário, continua sendo principalmente um
diagnóstico de exclusão.
Isto
é, seu médico deve primeiro descartar outros problemas de saúde, como
anemia, esclerose múltipla, doenças da tireóide, lupus e até câncer, que
podem provocar sintomas semelhantes.
A
fadiga crônica, apesar de tudo, é uma das queixas mais comuns que os
médicos escutam dos pacientes. Por isso, para que o diagnóstico da SFC
seja um pouco mais claro, consistente e confiável, os Centros de
Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos estabeleceram
diretrizes para diagnosticar o problema com base no trabalho de
cientistas internacionais que estudam a síndrome.
Diagnóstico
A
comediante norte-americana Gilda Radner foi diagnosticada erroneamente
com síndrome da fadiga crônica, que retardou a descoberta do câncer de
ovário que, no fim, a matou. Esse é um dos piores cenários que podem
ocorrer com a SFC. Por isso, se suspeitar que tem a síndrome da fadiga
crônica, tenha certeza de que seu médico descartou quaisquer outros
problemas que possam causar sintomas semelhantes.
Como
não há um teste que diagnostique a SFC, o Centros de Controle de Doenças
(CDC) estabeleceu diretrizes, em 1994, para seu diagnóstico. De acordo
com elas, você deve ter fadiga crônica grave se os sintomas durarem seis
meses ou mais e forem excluídos, por meio de diagnósticos médicos,
quaisquer outros problemas de saúde conhecidos. E você deve apresentar,
simultaneamente, quatro ou mais sintomas descritos a seguir:
-diminuição significativa da memória ou concentração;
-dor de garganta;
-linfonodos sensíveis;
-dor muscular;
-dor, sem inchaço nem vermelhidão, em várias articulações;
-dor de cabeça de um novo tipo, padrão ou gravidade;
-sono intranquilo;
-mal-estar que ocorre após esforço e dura mais de 24 horas.
Esses sintomas devem persistir ou recorrer durante seis meses consecutivos ou mais e não devem ocorrer antes da fadiga.
Estratégias para lidar com a síndrome da fadiga crônica
Aqui
vão as estratégias para lidar com a síndrome da fadiga crônica conforme
recomendação dos especialistas: médicos, psicoterapeutas e pacientes.
Algumas tratam do lado físico da doença, outras, do lado emocional de se
viver com uma doença crônica, e outras ainda simplesmente dão dicas
práticas. Junto com as recomendações e cuidados de seu médico, elas
podem ajudá-lo a lidar com a SFC, no seu dia-a-dia.
Estabeleça
uma parceria com sua equipe de tratamento. Encontre um médico em quem
você confie e que leve a síndrome da fadiga crônica a sério (já que a
existência verdadeira da SFC como uma única condição médica não é
universalmente aceita no campo médico). Passe por vários médicos, se
necessário, e faça muitas perguntas. E na hora de escolher, confie na
sua intuição. Além disso, trabalhe com seu médico e outros profissionais
de saúde aprendendo sobre a síndrome da fadiga crônica.
Exercício
Uma
quantidade apropriada de atividade física ajuda a mantê-lo emocional e
fisicamente saudável. Entretanto, é importante saber quanto fazer e
quando parar. Fale com seu médico ou consulte-se com um fisioterapeuta
para saber que atividades você pode fazer. Pode ser que você consiga
fazer caminhada, natação, hidroterapia, alongamento, ioga ou tai chi.
Faça o que puder pelo seu corpo
Faça o
básico para levar uma vida saudável: Faça uma dieta nutritiva, descanse
e participe de um programa de exercícios moderados, mesmo que seja
apenas uma caminhada diária de cinco minutos.
Sofra pelo que você perdeu
É normal ficar chateado por ter desenvolvido uma doença crônica. Admitir isso pode ajudá-lo a aceitá-la.
Não se culpe
Você não tem culpa de estar doente.
Encontre apoio
Falar
de sua condição com outros portadores da SFC pode ser de grande ajuda.
Eles entendem o que você está passando e podem oferecer apoio, conselho,
amizade e informação. Pergunte a seu médico ou a hospitais da região
sobre grupos de apoio locais ou procure nas páginas amarelas ou na
Internet. Entretanto, evite grupos de apoio que usam as reuniões como
pontos de vendas de produtos alternativos. Você também pode procurar
aconselhamento profissional, já que a depressão geralmente faz parte de
qualquer condição crônica.
Gaste suas energias com sabedoria
Muitos
pacientes falam em usar seus preciosos depósitos de energia como se
fossem moedas de um cofrinho: racionam com cuidado e utilizam somente
quando necessário. Sente-se, em vez de ficar em pé, evite ficar subindo e
descendo escadas desnecessariamente, estacione na vaga para
deficientes, de modo que fique próximo de seu destino, peça para que
suas compras sejam entregues em domicílio e/ou contrate alguém para
limpar sua casa. Tudo isso é para guardar energia para fazer as tarefas
do dia-a-dia.
Estabeleça metas justas
Seja
realista ao determinar as metas diárias, tendo em mente como você
realmente se sente, e não como gostaria de se sentir. Se estabelecer
metas muito altas, ficará desapontado caso não consiga cumpri-las. Se
tiver expectativas razoáveis, você poderá cumprir suas metas e ficará
com a sensação de realização e controle.
Programe períodos de descanso
Ouça seu corpo e respeite sua necessidade de descansar antes e depois das atividades.
Estabeleça prioridades
Pode
ser que você tenha tempo somente para as duas ou três primeiras tarefas
de sua lista, então, procure colocar as mais importantes no topo dela.
Mantenha os horários do trabalho e da casa na mesma agenda.
Dessa
forma, você não se sobrecarrega, por exemplo, marcando uma reunião de
trabalho importante no mesmo dia da festa de aniversário de seu filho.
Aprenda a se adaptar
Encontre
maneiras de se socializar que não o desgastem. Assista a um vídeo em
casa com os amigos em vez de ir ao cinema, ou peça comida em vez de se
reunir em um restaurante. Os amigos e familiares que realmente se
preocupam com você não se importarão com isso.
Divirta-se
Com
menos energia para concluir as coisas, você pode querer trabalhar sempre
que se sentir bem e considerar a socialização uma extravagância que não
conseguirá aguentar. Equilibre sua vida deixando um tempo para os
amigos e a família.
Tenha um diário
Mesmo que você não escreva nele todo dia, o diário pode ajudá-lo a colocar seus sentimentos em evidência.
Não ignore sua sexualidade
Você
pode programar o sexo para quando se sentir bem. E isso pode ser em uma
manhã ou uma tarde, caso geralmente fique muito cansado à noite.
Tenha senso de humor
Procure
filmes engraçados, livros, programas de televisão e pessoas que
distraiam você de seu estresse diário, e não que o incentivem a se
afogar nele.
Viva o hoje
Tente não se prender ao passado nem ao futuro.
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