Exagero na malhação dos glúteos pode provocar inflamação e até mesmo artrose
Rio -
Mania nacional, o bumbum costuma ser alvo de preocupação entre as
mulheres, que sonham em abolir qualquer imperfeição nessa área do corpo.
Porém, o exagero de exercícios na região glútea pode acarretar a
‘Síndrome do Bumbum Sarado’, que é mais comum em mulheres de 20 a 50
anos. Apesar de pouco conhecido, o problema é uma das principais causas
de artrose em jovens.
Segundo Ricon Junior, médico especialista em quadris, fazer exercícios pesados rapidamente,
forçando demais glúteos e coxas, após passar o dia na posição sentada,
costuma desencadear a síndrome. O problema consiste na inflamação do
músculo piriforme, que vai da pelve ao glúteo.
Usar anabolizantes ou próteses de silicone nas nádegas também aumenta o risco da doença, pois a musculatura é comprimida. “Na ânsia de ganhar massa muscular ou melhorar a performance, as pessoas ultrapassam os próprios limites”, explica o médico.
Dona de um bumbum indiscutivelmente avantajado, a cantora Valesca Popozuda garante que, apesar de malhar duas horas e meia diariamente, toma cuidado para não sofrer lesões. “Não faço nada por conta própria, sigo à risca o treinamento do meu personal trainer e tenho alimentação balanceada”, afirma a artista.
Mesmo com acompanhamento de profissionais, dores constantes na virilha, nádega ou face lateral do quadril devem ser comunicadas a um especialista. Segundo Ricon Júnior, o tratamento é com fisioterapia, analgésicos, botox e, nos piores casos, massagem local e cirurgia.
Problemas nas articulações
A sobrecarga de exercícios também pode causar problemas nas articulações provocando outra doença, a Síndrome do Impacto no Quadril. Esse distúrbio costuma aparecer em pessoas que praticam corrida, tênis, futebol e algumas lutas marciais. Pode parecer rara, mas essa síndrome já acometeu personalidades como Lady Gaga, Cauã Reymond, o tenista Guga e até Pelé.
Recente pesquisa de uma rede de tratamentos corporais, realizada com 3.500 mulheres em todas as regiões do Brasil, sobre as preocupações estéticas da brasileira, mostrou que a maioria não está segura com o próprio corpo. Uma das áreas que mais incomoda é a região glútea (26%) – segundo a pesquisa, elas também querem melhorar o aspecto da barriga (69%) e dos seios (46%). Não é de se espantar, portanto, o empenho nas academias em busca do corpo sarado – especialmente para definição de abdômen e firmeza do bumbum.
Só que pessoas que exercitam excessivamente os glúteos – com musculação, exercícios localizados, corrida ou bike – podem desenvolver a “síndrome do bumbum sarado” ou, como é cientificamente conhecida, a síndrome do piriforme. Estudos apontam predominância maior de casos femininos, na proporção de seis mulheres para cada homem.
Músculo piriforme
Para entender a patologia é preciso conhecer a anatomia do piriforme, um músculo em forma de pera que faz parte de um conjunto de músculos localizados profundamente na região glútea.
“A função dele é fazer a rotação externa da coxa, além de auxiliar a abdução (abertura da coxa). Sua extensão vai da bacia até a cabeça do fêmur”, explica o neurologista Luiz Alcides Manreza, do Hospital São Luiz. Por baixo desse músculo passa o nervo ciático.
“A irritação ou a inflamação desse nervo provoca a dor na região do quadril. As causas podem ser traumas locais (cair sentado), hábitos posturais não saudáveis e sobrecarga de exercícios na região”, diz Gilbert Bang, especialista em reabilitação ortopédica e esportiva do Hospital Israelita Albert Einstein.
O médico adverte que, além da musculação executada de maneira errada ou com muito peso, a corrida (especialmente em subidas) e o ciclismo podem levar à síndrome. O implante de silicone na região glútea seria outra forma de comprimir o músculo piriforme e causar a irritação do ciático. Tratamento
A patologia tem difícil diagnóstico – talvez por isso não seja considerada tão comum. “Realizamos o exame físico, investigamos e chegamos a um diagnóstico por exclusão de outros quadros”, revela Luiz Manreza. Em relação a exames, a ressonância magnética pode auxiliar a detectar o problema.
Na fase aguda, para aliviar os sintomas da “síndrome do bumbum sarado”, os especialistas costumam prescrever relaxante muscular, analgésico e antiinflamatório.
Repouso ou diminuição da carga de exercícios também é necessário. Acupuntura e fisioterapia podem complementar o tratamento.
“Depois, é essencial que se faça um trabalho de reequilíbrio muscular e alongamento. Em casos crônicos, podemos usar até a toxina botulínica para bloquear o músculo e impedir a compressão do ciático”, explica Gilbert Bang.
Dicas
- Nos exercícios com quatro apoios, procure contrair o abdômen para não forçar a coluna ao elevar a perna
- Não exagere na carga de exercícios para os glúteos
- Passar o dia sentada e malhar muito depois aumenta as chances de se desenvolver a síndrome. Levante-se e alongue com frequência
- Atenção em caso de queda sentada, especialmente se deixar um hematoma na região glútea
- Caso a dor persista por mais de três semanas, procure um especialista em quadril
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Valesca Popozuda não tem o problema: ela malha duas horas por dia, mas sempre com orientação profissional | Foto: Marcelo Regua / Agência O Dia
Usar anabolizantes ou próteses de silicone nas nádegas também aumenta o risco da doença, pois a musculatura é comprimida. “Na ânsia de ganhar massa muscular ou melhorar a performance, as pessoas ultrapassam os próprios limites”, explica o médico.
Dona de um bumbum indiscutivelmente avantajado, a cantora Valesca Popozuda garante que, apesar de malhar duas horas e meia diariamente, toma cuidado para não sofrer lesões. “Não faço nada por conta própria, sigo à risca o treinamento do meu personal trainer e tenho alimentação balanceada”, afirma a artista.
Mesmo com acompanhamento de profissionais, dores constantes na virilha, nádega ou face lateral do quadril devem ser comunicadas a um especialista. Segundo Ricon Júnior, o tratamento é com fisioterapia, analgésicos, botox e, nos piores casos, massagem local e cirurgia.
Problemas nas articulações
A sobrecarga de exercícios também pode causar problemas nas articulações provocando outra doença, a Síndrome do Impacto no Quadril. Esse distúrbio costuma aparecer em pessoas que praticam corrida, tênis, futebol e algumas lutas marciais. Pode parecer rara, mas essa síndrome já acometeu personalidades como Lady Gaga, Cauã Reymond, o tenista Guga e até Pelé.
A patologia tem incidência aumentada em mulheres que malham com muita intensidade os músculos da região glútea
Recente pesquisa de uma rede de tratamentos corporais, realizada com 3.500 mulheres em todas as regiões do Brasil, sobre as preocupações estéticas da brasileira, mostrou que a maioria não está segura com o próprio corpo. Uma das áreas que mais incomoda é a região glútea (26%) – segundo a pesquisa, elas também querem melhorar o aspecto da barriga (69%) e dos seios (46%). Não é de se espantar, portanto, o empenho nas academias em busca do corpo sarado – especialmente para definição de abdômen e firmeza do bumbum.
Só que pessoas que exercitam excessivamente os glúteos – com musculação, exercícios localizados, corrida ou bike – podem desenvolver a “síndrome do bumbum sarado” ou, como é cientificamente conhecida, a síndrome do piriforme. Estudos apontam predominância maior de casos femininos, na proporção de seis mulheres para cada homem.
Músculo piriforme
Para entender a patologia é preciso conhecer a anatomia do piriforme, um músculo em forma de pera que faz parte de um conjunto de músculos localizados profundamente na região glútea.
“A função dele é fazer a rotação externa da coxa, além de auxiliar a abdução (abertura da coxa). Sua extensão vai da bacia até a cabeça do fêmur”, explica o neurologista Luiz Alcides Manreza, do Hospital São Luiz. Por baixo desse músculo passa o nervo ciático.
“A irritação ou a inflamação desse nervo provoca a dor na região do quadril. As causas podem ser traumas locais (cair sentado), hábitos posturais não saudáveis e sobrecarga de exercícios na região”, diz Gilbert Bang, especialista em reabilitação ortopédica e esportiva do Hospital Israelita Albert Einstein.
O médico adverte que, além da musculação executada de maneira errada ou com muito peso, a corrida (especialmente em subidas) e o ciclismo podem levar à síndrome. O implante de silicone na região glútea seria outra forma de comprimir o músculo piriforme e causar a irritação do ciático. Tratamento
A patologia tem difícil diagnóstico – talvez por isso não seja considerada tão comum. “Realizamos o exame físico, investigamos e chegamos a um diagnóstico por exclusão de outros quadros”, revela Luiz Manreza. Em relação a exames, a ressonância magnética pode auxiliar a detectar o problema.
Na fase aguda, para aliviar os sintomas da “síndrome do bumbum sarado”, os especialistas costumam prescrever relaxante muscular, analgésico e antiinflamatório.
Repouso ou diminuição da carga de exercícios também é necessário. Acupuntura e fisioterapia podem complementar o tratamento.
“Depois, é essencial que se faça um trabalho de reequilíbrio muscular e alongamento. Em casos crônicos, podemos usar até a toxina botulínica para bloquear o músculo e impedir a compressão do ciático”, explica Gilbert Bang.
Dicas
- Nos exercícios com quatro apoios, procure contrair o abdômen para não forçar a coluna ao elevar a perna
- Não exagere na carga de exercícios para os glúteos
- Passar o dia sentada e malhar muito depois aumenta as chances de se desenvolver a síndrome. Levante-se e alongue com frequência
- Atenção em caso de queda sentada, especialmente se deixar um hematoma na região glútea
- Caso a dor persista por mais de três semanas, procure um especialista em quadril
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