9.04.2013

EUA: comissão aprova texto autorizando intervenção na Síria

Oriente Médio


Texto que prevê ação limitada em resposta a ataque químico ainda será analisado pelo plenário


O secretário de Estado americano John Kerry participa de audiência no Congresso sobre intervenção na Síria. Ao fundo, manifestantes contrários a ação militar
O secretário de Estado americano John Kerry participa de audiência no Congresso sobre intervenção na Síria. Ao fundo, manifestantes contrários a ação militar (Jason Reed/Reuters)
A Comissão de Relações Exteriores do Senado americano aprovou nesta quarta-feira uma resolução autorizando o uso da força militar na Síria. A ação é uma resposta ao ataque químico do governo sírio que deixou mais de 1 400 mortos há duas semanas, segundo a Casa Branca. O texto deverá ser analisado na próxima semana pelo plenário do Senado - e também precisará ser aprovado pela Câmara dos Deputados. A aprovação mostrou que os parlamentares estão divididos: foram 10 votos a favor e 7 contra.

Amplamente debatida pelos integrantes da comissão, a resolução prevê que a intervenção ocorrerá pelo prazo máximo de 90 dias e impede o envio de tropas à Síria. É uma ação mais limitada do que a proposta originalmente pelo presidente, mas atende ao objetivo da administração Obama de realizar uma ação punitiva na Síria. Muitos congressistas, no entanto, temem que esta ação leve os EUA a mais uma guerra prolongada. 
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Os termos da resolução foram divulgados na noite de terça. A aprovação, nesta quarta, veio depois de ter sido acrescentado um trecho indicando que a meta dos EUA é “alterar a dinâmica no campo de batalha” da guerra civil, no sentido de forçar Bashar Assad a concordar em negociar uma solução para o fim do conflito e uma transição para a democracia. A emenda foi promovida pelo republicano John McCain e pelo democrata Chris Coons, que também defenderam que o governo amplie seus esforços para fornecer apoio letal e não letal aos rebeldes, informou o Wall Street Journal
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A divisão entre os senadores não deixou democratas de um lado e republicanos de outro, como ocorre tradicionalmente. Ao contrário, houve congressistas dos dois partidos votando contra ou a favor da ação contra o ditador Bashar Assad. Os líderes da comissão, o democrata Robert Menendez, presidente do colegiado, e o republicano Bob Corker, pressionaram por um texto limitando a duração e a natureza dos ataques. Enquanto nomes como McCain defendiam que o escopo da ação fosse mais amplo, para atingir o regime. Uma proposta apresentada pelo republicano Rand Paul, que liderava a oposição aos ataques, foi desconsiderada. Ela declarava que a autoridade do presidente para agir unilateralmente teria efeito apenas quando a nação fosse atacada, informou o jornal The New York Times
A aprovação ocorreu horas depois de o presidente Barack Obama afirmar que o mundo “não pode se calar diante da barbárie na Síria” e ressaltar que a ‘linha vermelha’ para o conflito não foi traçada por ele, mas pela comunidade internacional. “O mundo estabeleceu a linha vermelha quando os governos que representam 98% da população mundial assinaram um tratado proibindo o uso de armas químicas em guerras”.

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