Laboratório nacional produzirá medicamento usado no tratamento de soropositivos
qui, 05/09/13
por mila |
O Tenofovir é um dos medicamentos mais
utilizados no coquetel para portadores de HIV no Brasil. O remédio, que
impede o vírus de se reproduzir, é distribuído aos pacientes do Sistema
Único de Saúde (SUS) desde 2009, por meio de Parcerias para o
Desenvolvimento Produtivo (PDPs) do governo federal com laboratórios
públicos e privados. Recentemente o governo federal anunciou que o
laboratório Cristália, em Itapira, São Paulo, também irá produzir esse
antirretroviral.
A medida vai beneficiar pessoas como o jornalista Paulo Giacomini, 51 anos, representante da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids. Ele começou a fazer o tratamento em 1991 e tomou diferentes remédios ao longo dos anos. “Descobri (a presença do vírus no organismo) em 1988, porque um namorado tinha falecido por causa da Aids e eu fui fazer o teste”, conta. Atualmente Giacomini usa uma dose combinada para controle do vírus: Tenofovir, Lamivudina e Efavirenz.
Para ele, essa combinação permitiu uma grande melhoria na qualidade de vida. “Meu CD4 (linfócitos T CD4+, células de defesa que são os principais alvos do HIV), que não passava de 300, hoje está em 600”, comemora. Segundo ele, uma das maiores vantagens da medicação é a baixa toxicidade. “O mais legal do Tenofovir é que ele tem poucos efeitos adversos”, brinca.
Esse medicamento atua na enzima transcriptase reversa, incorporando-se à cadeia de DNA que o vírus cria, tornando-a defeituosa e impedindo, assim, que o vírus se reproduza. Também atua contra a Hepatite B, doença sexualmente transmissível que costuma infectar os hepatócitos, as células do fígado.
PDPs
A inclusão do Tenofovir no rol de medicamentos produzidos no Cristália foi possível graças a uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). No total, o Ministério da Saúde assinou 88 desses acordos, que compreendem remédios, vacinas, produtos para saúde e pesquisas em desenvolvimento. As PDPs permitem negociar reduções significativas e progressivas de preços. Na medida em que a tecnologia é transferida e desenvolvida, proporciona uma economia de R$ 3 bilhões/ ano aos cofres públicos.
HIV/Aids
Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente o coquetel antiaids para todos que necessitam do tratamento. Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais, sendo dois medicamentos de classes diferentes, que poderão ser combinados em um só comprimido.
O tratamento é complexo, necessita de acompanhamento médico para avaliar as adaptações do organismo, os efeitos colaterais e as possíveis dificuldades em seguir corretamente as recomendações médicas. Por isso, é fundamental manter o diálogo com os profissionais de saúde, compreender todo o esquema de tratamento e nunca ficar com dúvidas.
A medida vai beneficiar pessoas como o jornalista Paulo Giacomini, 51 anos, representante da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids. Ele começou a fazer o tratamento em 1991 e tomou diferentes remédios ao longo dos anos. “Descobri (a presença do vírus no organismo) em 1988, porque um namorado tinha falecido por causa da Aids e eu fui fazer o teste”, conta. Atualmente Giacomini usa uma dose combinada para controle do vírus: Tenofovir, Lamivudina e Efavirenz.
Para ele, essa combinação permitiu uma grande melhoria na qualidade de vida. “Meu CD4 (linfócitos T CD4+, células de defesa que são os principais alvos do HIV), que não passava de 300, hoje está em 600”, comemora. Segundo ele, uma das maiores vantagens da medicação é a baixa toxicidade. “O mais legal do Tenofovir é que ele tem poucos efeitos adversos”, brinca.
Esse medicamento atua na enzima transcriptase reversa, incorporando-se à cadeia de DNA que o vírus cria, tornando-a defeituosa e impedindo, assim, que o vírus se reproduza. Também atua contra a Hepatite B, doença sexualmente transmissível que costuma infectar os hepatócitos, as células do fígado.
PDPs
A inclusão do Tenofovir no rol de medicamentos produzidos no Cristália foi possível graças a uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). No total, o Ministério da Saúde assinou 88 desses acordos, que compreendem remédios, vacinas, produtos para saúde e pesquisas em desenvolvimento. As PDPs permitem negociar reduções significativas e progressivas de preços. Na medida em que a tecnologia é transferida e desenvolvida, proporciona uma economia de R$ 3 bilhões/ ano aos cofres públicos.
HIV/Aids
Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente o coquetel antiaids para todos que necessitam do tratamento. Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais, sendo dois medicamentos de classes diferentes, que poderão ser combinados em um só comprimido.
O tratamento é complexo, necessita de acompanhamento médico para avaliar as adaptações do organismo, os efeitos colaterais e as possíveis dificuldades em seguir corretamente as recomendações médicas. Por isso, é fundamental manter o diálogo com os profissionais de saúde, compreender todo o esquema de tratamento e nunca ficar com dúvidas.
Anvisa acelera registro de medicamentos e vacinas
O governo federal está acelerando o processo
regulatório e os procedimentos para o licenciamento de vacinas,
medicamentos, insumos farmacêuticos, cosméticos e outros produtos
sujeitos à vigilância sanitária. O Decreto 8.077, assinado neste mês
pela presidenta da República, Dilma Rousseff, atualizou e
desburocratizou esse setor. Algumas das novas atribuições já estão sendo
regulamentadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e
outras estão em processo de implementação.
Além de reduzir o prazo para registros, o decreto dá prioridade aos produtos importantes para o Sistema Único de Saúde (SUS), como genéricos e similares, e facilita a importação de substâncias para pesquisas, o que beneficia diversas instituições e universidades.
Para garantir maior segurança à população, o novo dispositivo obriga a notificação de eventos adversos e queixas técnicas relacionadas a produtos sujeitos à vigilância sanitária, como cosméticos, perfumes e produtos de higiene. Outra melhoria estipulada no decreto é a comunicação prévia de um ano à Anvisa em casos de interrupções na fabricação de medicamentos. Com essas medidas, o governo espera reforçar a qualidade do monitoramento de produtos no mercado e melhorar o gerenciamento do risco de desabastecimento de remédios.
Com as mudanças, a apresentação de Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF) para o registro de equipamentos médicos, próteses e kits de diagnóstico deixa de ser obrigatória, ficando a critério da Anvisa, com base no risco específico de cada produto. Também foram eliminados os dispositivos que limitavam a transferência de titularidade de registro pelo fabricante.
O documento prevê ainda a possibilidade de reconhecimento da efetividade e eficácia de medicamentos fitoterápicos por meio do uso tradicional, facilitando o registro desses produtos em atendimento às políticas setoriais de saúde.
Oferta de medicamentos
A desburocratização dos processos normativos faz parte do Pacto Pela Saúde, conjunto de reformas institucionais pactuado entre as três esferas de gestão do SUS (União, Estados e Municípios), por meio de uma portaria publicada em 2006. Outro ponto considerado prioritário no pacto é a melhor distribuição de medicamentos. Para garantir o baixo custo e o maior acesso a remédios e vacinas, o Ministério da Saúde possui hoje 88 Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs).
Esses acordos envolvem transferência de tecnologia para produção nacional de vacinas contra o HPV, hepatite A e influenza, além de medicamentos oncológicos e antirretrovirais, entre outros produtos que garantem maior qualidade de vida à população brasileira.
Além de reduzir o prazo para registros, o decreto dá prioridade aos produtos importantes para o Sistema Único de Saúde (SUS), como genéricos e similares, e facilita a importação de substâncias para pesquisas, o que beneficia diversas instituições e universidades.
Para garantir maior segurança à população, o novo dispositivo obriga a notificação de eventos adversos e queixas técnicas relacionadas a produtos sujeitos à vigilância sanitária, como cosméticos, perfumes e produtos de higiene. Outra melhoria estipulada no decreto é a comunicação prévia de um ano à Anvisa em casos de interrupções na fabricação de medicamentos. Com essas medidas, o governo espera reforçar a qualidade do monitoramento de produtos no mercado e melhorar o gerenciamento do risco de desabastecimento de remédios.
Com as mudanças, a apresentação de Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF) para o registro de equipamentos médicos, próteses e kits de diagnóstico deixa de ser obrigatória, ficando a critério da Anvisa, com base no risco específico de cada produto. Também foram eliminados os dispositivos que limitavam a transferência de titularidade de registro pelo fabricante.
O documento prevê ainda a possibilidade de reconhecimento da efetividade e eficácia de medicamentos fitoterápicos por meio do uso tradicional, facilitando o registro desses produtos em atendimento às políticas setoriais de saúde.
Oferta de medicamentos
A desburocratização dos processos normativos faz parte do Pacto Pela Saúde, conjunto de reformas institucionais pactuado entre as três esferas de gestão do SUS (União, Estados e Municípios), por meio de uma portaria publicada em 2006. Outro ponto considerado prioritário no pacto é a melhor distribuição de medicamentos. Para garantir o baixo custo e o maior acesso a remédios e vacinas, o Ministério da Saúde possui hoje 88 Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs).
Esses acordos envolvem transferência de tecnologia para produção nacional de vacinas contra o HPV, hepatite A e influenza, além de medicamentos oncológicos e antirretrovirais, entre outros produtos que garantem maior qualidade de vida à população brasileira.
Parceria entre Ministério da Saúde e laboratório privado beneficia a população
A expansão do parque fabril do laboratório
nacional Cristália em Itapira, São Paulo, é um exemplo de como a
parceria entre o governo federal e a iniciativa privada podem render
melhorias para a saúde da população. O laboratório vai ampliar a unidade
farmoquímica (de produção de insumos) e dar início à construção de uma
fábrica de medicamentos oncológicos. Com isso a fábrica, que produz
metade dos insumos comercializados e importa o restante, vai desenvolver
100% deles no Brasil. Para dobrar essa capacidade produtiva, foram
investidos R$ 208 milhões no empreendimento, sendo R$ 58 milhões
financiados pelo governo federal.
A ação mostra como o governo federal tem usado o poder de compra para estimular a indústria nacional e apoiar a transferência de tecnologia. Parcerias com a iniciativa privada do setor de fármacos, como a feita com o laboratório Cristália, têm por objetivo garantir qualidade e barateamento da oferta de remédios para a população, entre eles os de alto custo, como os antirretrovirais e os oncológicos.
A produção de medicamentos no Brasil também promove a geração de trabalho, renda, desenvolvimento e conhecimento no país. Com a produção nacional, a população terá acesso garantido aos medicamentos, uma vez que o país se torna independente da importação desses produtos – e, portanto, menos suscetível à instabilidade do câmbio.
PDPs
No total, o Ministério da Saúde assinou 88 Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), que compreendem remédios, vacinas, produtos para saúde e pesquisas em desenvolvimento. Desses acordos, 24 são destinados à produção de medicamentos biológicos, produtos de alta tecnologia feitos com material vivo e manufaturados, a partir de processos que envolvem medicina personalizada e biologia molecular. Para esta fatia de medicamentos – que representa 5% do total da oferta por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) – o governo federal investe aproximadamente R$ 4 bilhões/ano (cerca de 43% dos gastos com medicamentos).
As parceiras permitem negociar reduções significativas e progressivas de preços. Na medida em que a tecnologia é transferida e desenvolvida, proporcionam uma economia de R$ 3 bilhões/ ano aos cofres públicos.
O laboratório Cristália está envolvido em 31 parcerias com laboratórios públicos e privados desenvolvidas pelo Ministério da Saúde para a produção nacional de medicamentos. Isso permite ao país a autonomia do processo de produção, desde o desenvolvimento até a disponibilização do medicamento no mercado.
Sete dos produtos – em processo de transferência de tecnologia – que envolvem a Cristália possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e cinco já são distribuídos aos pacientes do SUS: o Imatinibe, indicado para tratar Leucemia Mieloide Crônica; os antipsicóticos Clozapina, Olanzapina e Quetiapina; e o antirretroviral Tenofovir. Para a compra desses remédios, o governo federal investe cerca de R$ 400 milhões por ano.
HPV
Outro importante medida possibilitada pela assinatura de uma PDP é a introdução da vacina contra o papilomavírus (HPV) no SUS. O acordo vai envolver transferência de tecnologia entre o laboratório internacional Merck Sharp & Dohme e o Instituto Butantan, que passará a fabricar a vacina no Brasil.
A ação mostra como o governo federal tem usado o poder de compra para estimular a indústria nacional e apoiar a transferência de tecnologia. Parcerias com a iniciativa privada do setor de fármacos, como a feita com o laboratório Cristália, têm por objetivo garantir qualidade e barateamento da oferta de remédios para a população, entre eles os de alto custo, como os antirretrovirais e os oncológicos.
A produção de medicamentos no Brasil também promove a geração de trabalho, renda, desenvolvimento e conhecimento no país. Com a produção nacional, a população terá acesso garantido aos medicamentos, uma vez que o país se torna independente da importação desses produtos – e, portanto, menos suscetível à instabilidade do câmbio.
PDPs
No total, o Ministério da Saúde assinou 88 Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), que compreendem remédios, vacinas, produtos para saúde e pesquisas em desenvolvimento. Desses acordos, 24 são destinados à produção de medicamentos biológicos, produtos de alta tecnologia feitos com material vivo e manufaturados, a partir de processos que envolvem medicina personalizada e biologia molecular. Para esta fatia de medicamentos – que representa 5% do total da oferta por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) – o governo federal investe aproximadamente R$ 4 bilhões/ano (cerca de 43% dos gastos com medicamentos).
As parceiras permitem negociar reduções significativas e progressivas de preços. Na medida em que a tecnologia é transferida e desenvolvida, proporcionam uma economia de R$ 3 bilhões/ ano aos cofres públicos.
O laboratório Cristália está envolvido em 31 parcerias com laboratórios públicos e privados desenvolvidas pelo Ministério da Saúde para a produção nacional de medicamentos. Isso permite ao país a autonomia do processo de produção, desde o desenvolvimento até a disponibilização do medicamento no mercado.
Sete dos produtos – em processo de transferência de tecnologia – que envolvem a Cristália possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e cinco já são distribuídos aos pacientes do SUS: o Imatinibe, indicado para tratar Leucemia Mieloide Crônica; os antipsicóticos Clozapina, Olanzapina e Quetiapina; e o antirretroviral Tenofovir. Para a compra desses remédios, o governo federal investe cerca de R$ 400 milhões por ano.
HPV
Outro importante medida possibilitada pela assinatura de uma PDP é a introdução da vacina contra o papilomavírus (HPV) no SUS. O acordo vai envolver transferência de tecnologia entre o laboratório internacional Merck Sharp & Dohme e o Instituto Butantan, que passará a fabricar a vacina no Brasil.
Vacina que protege contra câncer e verrugas genitais será oferecida pelo SUS
Durante um banho, a estudante Joana* descobriu
um carocinho, parecido com uma espinha, na região genital. Não sentia
dor, mas decidiu procurar um médico para descobrir o que era. A
ginecologista logo lhe deu o diagnóstico: era HPV. O vírus, que
infecciona a pele ou as mucosas, principalmente por meio de contato
sexual, atinge grande parte da população em todo o mundo. Normalmente,
este vírus é eliminado pelo próprio corpo, sem causar problemas à saúde.
Mas é preciso esclarecer que também pode provocar o aparecimento de
lesões e até câncer de colo de útero, considerado um dos piores
cânceres.
Como mais uma forma de prevenção da doença, o Ministério da Saúde anunciou a vacinação gratuita de meninas de 10 e 11 anos contra o papilomavírus (HPV), a partir de 2014. A meta é vacinar 80% desse público-alvo, o que corresponde a 3,3 milhões de pessoas. A escolha da faixa etária foi baseada em evidências científicas, estudos sobre o comportamento sexual e a avaliação de especialistas que atuam no Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) – órgão vinculado ao Ministério da Saúde.
A vacina que estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) é a quadrivalente, usada na prevenção de quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer e os outros (6 e 11) podem causar verrugas.
Esse último foi o caso de Joana. Ela não chegou a desenvolver um tumor, mas ficou muito preocupada com a possibilidade. “Quando fiz o tratamento, só fui cair na real mesmo quando fiz a cauterização. Porque você se sente um pouco mutilada. Fica aquela ferida e até cicatrizar, até melhorar tudo direitinho você já pensa em milhões de coisas”, lembra.
Ela não havia tomado a vacina antes de começar a ter relações sexuais. Mas agora considera prioridade a aplicação desse e outros métodos preventivos, como o exame Papanicolau e o uso de preservativo em qualquer tipo de contato sexual. “Hoje em dia eu me cuido indo ao ginecologista de seis em seis meses e usando camisinha sempre”, acrescenta.
A introdução da vacina SUS foi possível por conta da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), com transferência de tecnologia entre o laboratório internacional Merck Sharp & Dohme e o Instituto Butantan, que passará a fabricar a vacina no Brasil. O acordo vai gerar economia aos cofres públicos, já que o Ministério da Saúde pagará cerca de R$ 30 por dose, o menor preço já praticado no mercado – 8% abaixo do valor do Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
A expectativa, em cinco anos, é de um valor 34% menor que o gasto atual (nesse período, o laboratório público passará a ter domínio de todas as etapas para a produção). Com isso, o custo vai cair de US$ 543 milhões para US$ 452,5 milhões – uma economia de US$ 90,5 milhões (ou cerca de R$ 200 milhões).
Papanicolau
A incorporação da vacina complementa as demais ações preventivas do câncer de colo do útero, como a realização do exame preventivo Papanicolau e o uso de preservativo em todas as relações sexuais. O Ministério da Saúde orienta que mulheres dos 25 aos 64 anos façam o Papanicolau a cada três anos. Em 2012, foram 11 milhões de exames no SUS. O Plano Nacional do Controle de Câncer do Colo do útero prevê investimentos de R$ 382,4 milhões até 2014.
*Nome fictício para preservar a privacidade da entrevistada
Como mais uma forma de prevenção da doença, o Ministério da Saúde anunciou a vacinação gratuita de meninas de 10 e 11 anos contra o papilomavírus (HPV), a partir de 2014. A meta é vacinar 80% desse público-alvo, o que corresponde a 3,3 milhões de pessoas. A escolha da faixa etária foi baseada em evidências científicas, estudos sobre o comportamento sexual e a avaliação de especialistas que atuam no Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) – órgão vinculado ao Ministério da Saúde.
A vacina que estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) é a quadrivalente, usada na prevenção de quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer e os outros (6 e 11) podem causar verrugas.
Esse último foi o caso de Joana. Ela não chegou a desenvolver um tumor, mas ficou muito preocupada com a possibilidade. “Quando fiz o tratamento, só fui cair na real mesmo quando fiz a cauterização. Porque você se sente um pouco mutilada. Fica aquela ferida e até cicatrizar, até melhorar tudo direitinho você já pensa em milhões de coisas”, lembra.
Ela não havia tomado a vacina antes de começar a ter relações sexuais. Mas agora considera prioridade a aplicação desse e outros métodos preventivos, como o exame Papanicolau e o uso de preservativo em qualquer tipo de contato sexual. “Hoje em dia eu me cuido indo ao ginecologista de seis em seis meses e usando camisinha sempre”, acrescenta.
A introdução da vacina SUS foi possível por conta da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), com transferência de tecnologia entre o laboratório internacional Merck Sharp & Dohme e o Instituto Butantan, que passará a fabricar a vacina no Brasil. O acordo vai gerar economia aos cofres públicos, já que o Ministério da Saúde pagará cerca de R$ 30 por dose, o menor preço já praticado no mercado – 8% abaixo do valor do Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
A expectativa, em cinco anos, é de um valor 34% menor que o gasto atual (nesse período, o laboratório público passará a ter domínio de todas as etapas para a produção). Com isso, o custo vai cair de US$ 543 milhões para US$ 452,5 milhões – uma economia de US$ 90,5 milhões (ou cerca de R$ 200 milhões).
Papanicolau
A incorporação da vacina complementa as demais ações preventivas do câncer de colo do útero, como a realização do exame preventivo Papanicolau e o uso de preservativo em todas as relações sexuais. O Ministério da Saúde orienta que mulheres dos 25 aos 64 anos façam o Papanicolau a cada três anos. Em 2012, foram 11 milhões de exames no SUS. O Plano Nacional do Controle de Câncer do Colo do útero prevê investimentos de R$ 382,4 milhões até 2014.
*Nome fictício para preservar a privacidade da entrevistada
Brasileiros entram no programa Mais Médicos para suprir carência de profissionais
O Brasil tem apenas 1,8 médico para cada mil
habitantes. A maioria deles está concentrada em grandes centros. Para
mudar essa situação, o governo federal criou o Programa Mais Médicos,
que visa reduzir a desigualdade na distribuição dos profissionais de
saúde pelo território brasileiro e garantir melhor atendimento à
população.
Suprir a carência de médicos no Brasil foi o motivo que levou o médico André Cardoso, especialista em ginecologia, obstetrícia e mastologia, a se inscrever no programa. “Espero que, com o Mais Médicos, seja possível garantir atendimento para toda a população”, afirma. Ele vai atuar em Fortaleza, no Ceará. O estado tem 1,05 médico para cada mil habitantes, índice abaixo da média nacional.
De acordo com o clínico geral Auro Pereira, a iniciativa do governo federal para levar profissionais de saúde às áreas prioritárias é uma “grande ideia”. Ele vai para Curitiba, capital do Paraná. O estado também possui um índice abaixo da média nacional, com apenas 1,68 médico para cada mil habitantes – cenário que ocorre em várias regiões do país.
Segundo Pereira, esse déficit de profissionais tem um efeito negativo para a população. “Por terem poucos profissionais na rede pública, o médico fica sobrecarregado.” Ele acredita que não é possível resolver todos os problemas da saúde de uma só vez, mas vê no programa uma medida fundamental para melhorar a vida dos pacientes. “Faz muita diferença ter um médico em municípios do interior. Há médico que sem ressonância, tomografia, acha que não é possível trabalhar. Não consegue fazer exames, identificar sintomas. Ter muitos equipamentos, às vezes, emburrece”, avalia.
O clínico geral soube do Mais Médicos por meio de uma rede social. “Depois que li, entrei no portal do Ministério da Saúde pra conhecer melhor o programa e achei muito interessante. Uma hora depois já havia me inscrito”, conta. Para ele, outro ponto positivo do Mais Médicos é a questão financeira. “Vou receber um bom recurso mensal. A prefeitura dá casa pra mim e pra minha família, alimentação. É a primeira vez que entro num programa que mostra preocupação com o bem-estar do médico, que o respeita”, destaca.
Regiões pobres e indígenas
O primeiro mês de seleção do programa Mais Médicos teve a adesão de 1.618 profissionais, que vão trabalhar em 579 municípios e 18 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Nesse grupo, há 1.096 profissionais que já atuam no Brasil, 358 estrangeiros e 164 brasileiros graduados no exterior. Os médicos vão atender cerca de 6,5 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A maior parte (67,3%) das regiões onde os profissionais brasileiros e estrangeiros vão trabalhar está em áreas de extrema pobreza e distritos de saúde indígena. Os outros (32,7%) irão atuar em periferias de capitais e regiões metropolitanas.
Suprir a carência de médicos no Brasil foi o motivo que levou o médico André Cardoso, especialista em ginecologia, obstetrícia e mastologia, a se inscrever no programa. “Espero que, com o Mais Médicos, seja possível garantir atendimento para toda a população”, afirma. Ele vai atuar em Fortaleza, no Ceará. O estado tem 1,05 médico para cada mil habitantes, índice abaixo da média nacional.
De acordo com o clínico geral Auro Pereira, a iniciativa do governo federal para levar profissionais de saúde às áreas prioritárias é uma “grande ideia”. Ele vai para Curitiba, capital do Paraná. O estado também possui um índice abaixo da média nacional, com apenas 1,68 médico para cada mil habitantes – cenário que ocorre em várias regiões do país.
Segundo Pereira, esse déficit de profissionais tem um efeito negativo para a população. “Por terem poucos profissionais na rede pública, o médico fica sobrecarregado.” Ele acredita que não é possível resolver todos os problemas da saúde de uma só vez, mas vê no programa uma medida fundamental para melhorar a vida dos pacientes. “Faz muita diferença ter um médico em municípios do interior. Há médico que sem ressonância, tomografia, acha que não é possível trabalhar. Não consegue fazer exames, identificar sintomas. Ter muitos equipamentos, às vezes, emburrece”, avalia.
O clínico geral soube do Mais Médicos por meio de uma rede social. “Depois que li, entrei no portal do Ministério da Saúde pra conhecer melhor o programa e achei muito interessante. Uma hora depois já havia me inscrito”, conta. Para ele, outro ponto positivo do Mais Médicos é a questão financeira. “Vou receber um bom recurso mensal. A prefeitura dá casa pra mim e pra minha família, alimentação. É a primeira vez que entro num programa que mostra preocupação com o bem-estar do médico, que o respeita”, destaca.
Regiões pobres e indígenas
O primeiro mês de seleção do programa Mais Médicos teve a adesão de 1.618 profissionais, que vão trabalhar em 579 municípios e 18 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Nesse grupo, há 1.096 profissionais que já atuam no Brasil, 358 estrangeiros e 164 brasileiros graduados no exterior. Os médicos vão atender cerca de 6,5 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A maior parte (67,3%) das regiões onde os profissionais brasileiros e estrangeiros vão trabalhar está em áreas de extrema pobreza e distritos de saúde indígena. Os outros (32,7%) irão atuar em periferias de capitais e regiões metropolitanas.
Médicos aderem a programa do governo para melhorar atendimento a pacientes
Um dos principais objetivos do programa Mais
Médicos, do governo federal, é oferecer à população profissionais com
uma visão mais humanista, que saibam examinar um paciente e não fiquem
só dependentes de equipamentos. No primeiro mês de seleção, o programa
atraiu muitos profissionais que são, sobretudo, especialistas em gente.
O médico Raimundo Lira faz parte desse grupo. Ele conta que prefere estar perto da população do que dentro de um consultório. “Gosto de mexer com o povo, estar mais próximo da comunidade”, diz. Lira é especialista em medicina do trabalho, mas se inscreveu no programa para atuar com saúde da família. Ele vai sair de Brasília para trabalhar em Vespasiano, município da região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
Para Lira, todo médico deveria atuar por, pelo menos, dois anos com saúde da família. “A atenção básica é muito importante. As pessoas precisam saber que perto delas há um médico que podem procurar, pedir orientação”, afirma.
Essa visão de que é importante humanizar o atendimento aos pacientes é compartilhada pela médica Debora Lessa. “Há muita gente, principalmente em área de periferia, que precisa de um atendimento melhor”, diz. Segundo ela, há muitas pessoas que se preocupam com o outro e querem atender bem, mas nem todos são assim.
Debora já trabalhou em Coutos, bairro do subúrbio ferroviário de Salvador, e no interior de Sergipe. Hoje em dia, atua em Santos, no litoral paulista, como médica do trabalho, área em que se especializou. Decidiu se inscrever no programa para voltar ao município onde nasceu, Aracaju, em Sergipe, e trabalhar com saúde da família. “Atualmente, atendo só adultos e o exame é mais direcionado. No saúde da família, a gente trata gestante, criança, idoso. Tem uma visão mais ampla”, compara.
Mais Médicos
O Programa Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde. O objetivo é acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde e ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país, como os municípios do interior e as periferias das grandes cidades. Os inscritos no programa vão receber bolsa federal de R$ 10 mil (paga pelo Ministério da Saúde) mais ajuda de custo. Os profissionais vão fazer uma especialização em Atenção Básica durante os três anos do programa.
Na primeira etapa de seleção, 1.618 profissionais aderiram ao Mais Médicos. Eles vão atuar em 579 municípios e 18 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Nesse grupo, há 1.096 médicos que já atuam no Brasil, 358 estrangeiros e 164 brasileiros graduados no exterior. Os profissionais vão atender cerca de 6,5 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A maior parte (67,3%) das regiões onde os médicos vão trabalhar está em áreas de extrema pobreza e distritos de saúde indígena. Os demais (32,7%) irão atuar em periferias de capitais e regiões metropolitanas.
O médico Raimundo Lira faz parte desse grupo. Ele conta que prefere estar perto da população do que dentro de um consultório. “Gosto de mexer com o povo, estar mais próximo da comunidade”, diz. Lira é especialista em medicina do trabalho, mas se inscreveu no programa para atuar com saúde da família. Ele vai sair de Brasília para trabalhar em Vespasiano, município da região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
Para Lira, todo médico deveria atuar por, pelo menos, dois anos com saúde da família. “A atenção básica é muito importante. As pessoas precisam saber que perto delas há um médico que podem procurar, pedir orientação”, afirma.
Essa visão de que é importante humanizar o atendimento aos pacientes é compartilhada pela médica Debora Lessa. “Há muita gente, principalmente em área de periferia, que precisa de um atendimento melhor”, diz. Segundo ela, há muitas pessoas que se preocupam com o outro e querem atender bem, mas nem todos são assim.
Debora já trabalhou em Coutos, bairro do subúrbio ferroviário de Salvador, e no interior de Sergipe. Hoje em dia, atua em Santos, no litoral paulista, como médica do trabalho, área em que se especializou. Decidiu se inscrever no programa para voltar ao município onde nasceu, Aracaju, em Sergipe, e trabalhar com saúde da família. “Atualmente, atendo só adultos e o exame é mais direcionado. No saúde da família, a gente trata gestante, criança, idoso. Tem uma visão mais ampla”, compara.
Mais Médicos
O Programa Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde. O objetivo é acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde e ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país, como os municípios do interior e as periferias das grandes cidades. Os inscritos no programa vão receber bolsa federal de R$ 10 mil (paga pelo Ministério da Saúde) mais ajuda de custo. Os profissionais vão fazer uma especialização em Atenção Básica durante os três anos do programa.
Na primeira etapa de seleção, 1.618 profissionais aderiram ao Mais Médicos. Eles vão atuar em 579 municípios e 18 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Nesse grupo, há 1.096 médicos que já atuam no Brasil, 358 estrangeiros e 164 brasileiros graduados no exterior. Os profissionais vão atender cerca de 6,5 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A maior parte (67,3%) das regiões onde os médicos vão trabalhar está em áreas de extrema pobreza e distritos de saúde indígena. Os demais (32,7%) irão atuar em periferias de capitais e regiões metropolitanas.
Mais Médicos é visto como boa oportunidade por profissionais experientes e recém-formados
Inscrita no programa Mais Médicos, a pediatra Beatriz Thomé atuou em
São Paulo, nos Estados Unidos e em vários países da África,
especializando-se no controle do vírus HIV. Já o médico recém-formado
Rafael Araújo, que também aderiu à iniciativa, sempre trabalhou no
estado do Rio de Janeiro e planeja fazer uma especialização. Com níveis
diferentes de experiência, os dois têm em comum o fato de considerarem o
programa do governo federal uma boa oportunidade de trabalho.
Beatriz viu no Mais Médicos uma opção interessante de reingresso no mercado de trabalho do país. Há seis meses no Brasil, ela passou os últimos oito anos como pesquisadora na organização International Center for AIDS Care and Treatment Programs, vinculada à Universidade de Columbia, em Nova York (EUA). Durante esse período, atuava como consultora técnica para tratamento de crianças com HIV em Moçambique e dividia o tempo entre as cidades de Maputo, Madeira e Nova York.
No momento, trabalha à distância para a universidade norte-americana, enquanto espera o início das atividades no âmbito do Mais Médico. “Estou curiosa pra conhecer o programa por dentro”, diz a médica, que é especialista em saúde pública.
Beatriz vai atuar no município de São Paulo, onde nasceu e se formou. Ela saiu do Brasil assim que terminou a residência e conta que sempre quis trabalhar no Sistema Único de Saúde (SUS). Para a pediatra, a humanização do atendimento é fundamental. “O médico tem que se aproximar do paciente, escutar. Esse é um dos pilares do SUS”.
O generalista Rafael Araújo concorda. “É preciso olhar o paciente não como doente, mas como pessoa”, afirma. Formado há dois anos, Araújo considera que o trabalho no Mais Médicos é uma boa chance de profissionais jovens como ele terem um bom emprego.
O médico vai atuar no Rio de Janeiro, município onde mora atualmente. “Mas, se precisarem de mim em outro lugar do estado, não vejo problema nenhum em ir. O Brasil precisa de atendimento para a população carente, não só para os que têm planos privados”, ressalta. Araújo está em dúvida sobre qual especialização fazer e acredita que passar um tempo no programa vai ajudá-lo a se decidir.
Seleção
O primeiro mês de seleção do Programa Mais Médicos teve a adesão de 1.618 profissionais, que vão trabalhar em 579 municípios e 18 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Esse grupo contempla 1.096 médicos que já atuam no Brasil, 358 estrangeiros e 164 brasileiros graduados no exterior. Os profissionais vão atender cerca de 6,5 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A maioria (67,3%) das regiões onde os médicos vão trabalhar, sejam brasileiros ou estrangeiros, está em áreas de extrema pobreza e distritos de saúde indígena. Os outros (32,7%) vão atuar em periferias de capitais e regiões metropolitanas.
Beatriz viu no Mais Médicos uma opção interessante de reingresso no mercado de trabalho do país. Há seis meses no Brasil, ela passou os últimos oito anos como pesquisadora na organização International Center for AIDS Care and Treatment Programs, vinculada à Universidade de Columbia, em Nova York (EUA). Durante esse período, atuava como consultora técnica para tratamento de crianças com HIV em Moçambique e dividia o tempo entre as cidades de Maputo, Madeira e Nova York.
No momento, trabalha à distância para a universidade norte-americana, enquanto espera o início das atividades no âmbito do Mais Médico. “Estou curiosa pra conhecer o programa por dentro”, diz a médica, que é especialista em saúde pública.
Beatriz vai atuar no município de São Paulo, onde nasceu e se formou. Ela saiu do Brasil assim que terminou a residência e conta que sempre quis trabalhar no Sistema Único de Saúde (SUS). Para a pediatra, a humanização do atendimento é fundamental. “O médico tem que se aproximar do paciente, escutar. Esse é um dos pilares do SUS”.
O generalista Rafael Araújo concorda. “É preciso olhar o paciente não como doente, mas como pessoa”, afirma. Formado há dois anos, Araújo considera que o trabalho no Mais Médicos é uma boa chance de profissionais jovens como ele terem um bom emprego.
O médico vai atuar no Rio de Janeiro, município onde mora atualmente. “Mas, se precisarem de mim em outro lugar do estado, não vejo problema nenhum em ir. O Brasil precisa de atendimento para a população carente, não só para os que têm planos privados”, ressalta. Araújo está em dúvida sobre qual especialização fazer e acredita que passar um tempo no programa vai ajudá-lo a se decidir.
Seleção
O primeiro mês de seleção do Programa Mais Médicos teve a adesão de 1.618 profissionais, que vão trabalhar em 579 municípios e 18 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Esse grupo contempla 1.096 médicos que já atuam no Brasil, 358 estrangeiros e 164 brasileiros graduados no exterior. Os profissionais vão atender cerca de 6,5 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A maioria (67,3%) das regiões onde os médicos vão trabalhar, sejam brasileiros ou estrangeiros, está em áreas de extrema pobreza e distritos de saúde indígena. Os outros (32,7%) vão atuar em periferias de capitais e regiões metropolitanas.
Profissionais se inscrevem no Mais Médicos para atender índios e quilombolas
O programa Mais Médicos, do governo federal,
contou com a adesão de profissionais com vontade de conhecer diferentes
culturas, ter novas experiências de trabalho e oferecer um melhor
atendimento aos pacientes.
É o caso da sanitarista Marta Damasco, de 50 anos. Nascida no Rio de Janeiro e moradora de Brasília, ela decidiu participar da iniciativa para atender a população do município de Cavalcante, no interior de Goiás, e, ao mesmo tempo, realizar uma pesquisa em antropologia médica sobre as comunidades quilombolas da região. “Além de poder ajudar a população do município, pretendo estudar os hábitos de vida e hábitos alimentares dos quilombolas. Acho que tenho muito a contribuir”, afirma.
A médica, que já trabalhou na periferia do Rio de Janeiro – Complexo da Maré e Morro do Borel – acredita que a humanização do atendimento é fundamental. “A população precisa de tecnologia, medicamentos, hospitais. Mas a tecnologia social é também muito importante, além de mais barata. Ao se aproximar das pessoas, conhecer os hábitos de vida delas, você pode ajudar muito mais”, diz.
O desejo de melhorar a saúde da população é compartilhado pelo médico Elton dos Santos. Ele optou por trabalhar no Distrito Sanitário Especial Indígena Médio Rio Purus, que fica em Labrea, no interior do Amazonas, próximo à divisa com Acre e Rondônia. Segundo o médico, a expectativa para início do trabalho é muito boa. “Acredito que vamos melhorar o atendimento. Os indígenas merecem”, afirma. No distrito, a etnia predominante é a Apurinã, com pouco mais da metade da população total.
Mas Santos já atendeu integrantes de diversas tribos indígenas. Especialista em saúde da família e psiquiatria, ele conta que entrou no programa para melhorar as condições de vida dos índios – mesmo motivo que o levou, 15 anos atrás, a sair de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, para trabalhar em municípios do interior amazonense, como Humaitá e Tapauá.
Homologação
A primeira etapa de seleção do programa Mais Médicos teve a adesão de 1.618 profissionais, que vão trabalhar em 579 municípios e 18 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Nesse grupo, há 1.096 médicos que já atuam no Brasil, 358 estrangeiros e 164 brasileiros graduados no exterior. Os profissionais vão atender cerca de 6,5 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A maior parte (67,3%) das regiões onde os médicos vão trabalhar está em áreas de extrema pobreza e distritos de saúde indígena. Os demais (32,7%) irão atuar em periferias de capitais e regiões metropolitanas.
É o caso da sanitarista Marta Damasco, de 50 anos. Nascida no Rio de Janeiro e moradora de Brasília, ela decidiu participar da iniciativa para atender a população do município de Cavalcante, no interior de Goiás, e, ao mesmo tempo, realizar uma pesquisa em antropologia médica sobre as comunidades quilombolas da região. “Além de poder ajudar a população do município, pretendo estudar os hábitos de vida e hábitos alimentares dos quilombolas. Acho que tenho muito a contribuir”, afirma.
A médica, que já trabalhou na periferia do Rio de Janeiro – Complexo da Maré e Morro do Borel – acredita que a humanização do atendimento é fundamental. “A população precisa de tecnologia, medicamentos, hospitais. Mas a tecnologia social é também muito importante, além de mais barata. Ao se aproximar das pessoas, conhecer os hábitos de vida delas, você pode ajudar muito mais”, diz.
O desejo de melhorar a saúde da população é compartilhado pelo médico Elton dos Santos. Ele optou por trabalhar no Distrito Sanitário Especial Indígena Médio Rio Purus, que fica em Labrea, no interior do Amazonas, próximo à divisa com Acre e Rondônia. Segundo o médico, a expectativa para início do trabalho é muito boa. “Acredito que vamos melhorar o atendimento. Os indígenas merecem”, afirma. No distrito, a etnia predominante é a Apurinã, com pouco mais da metade da população total.
Mas Santos já atendeu integrantes de diversas tribos indígenas. Especialista em saúde da família e psiquiatria, ele conta que entrou no programa para melhorar as condições de vida dos índios – mesmo motivo que o levou, 15 anos atrás, a sair de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, para trabalhar em municípios do interior amazonense, como Humaitá e Tapauá.
Homologação
A primeira etapa de seleção do programa Mais Médicos teve a adesão de 1.618 profissionais, que vão trabalhar em 579 municípios e 18 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Nesse grupo, há 1.096 médicos que já atuam no Brasil, 358 estrangeiros e 164 brasileiros graduados no exterior. Os profissionais vão atender cerca de 6,5 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A maior parte (67,3%) das regiões onde os médicos vão trabalhar está em áreas de extrema pobreza e distritos de saúde indígena. Os demais (32,7%) irão atuar em periferias de capitais e regiões metropolitanas.
Ministério da Saúde amplia recursos para o SAMU em todo o país
Os investimentos na melhoria da infraestrutura
do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) foram ampliados
em todo o país. O Ministério da Saúde dobrou os valores repassados aos
municípios para ampliação e construção de Centrais de Regulação das
Urgências, estabelecimentos responsáveis por organizar os serviços
prestados pelas unidades móveis, por meio das chamadas telefônicas
recebidas pelo 192.
Atualmente, o SAMU conta com 181 Centrais de Regulação, presentes em 2.538 municípios. Os novos valores para construção e melhoria dessas unidades variam conforme o tamanho da população. Nos municípios com mais de três milhões de habitantes, o recurso passou de R$ 175 mil para R$ 440 mil. No caso das cidades com população entre 350.001 e três milhões, a verba foi de R$ 150 mil para R$ 350 mil. Já as que abrigam menos de 350 mil moradores, o investimento subiu de R$ 100 mil para R$ 216 mil.
Além disso, os estados e municípios com unidades já habilitadas terão um incremento de 19% para manutenção do serviço, passando de R$ 744 milhões para R$ 884,2 milhões por ano. Atualmente, o Brasil possui 2.772 ambulâncias habilitadas, 197 motos, oito embarcações e cinco equipes de Aeromédicos.
Como e quando chamar
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) realiza o atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar: residências, locais de trabalho e vias públicas.
O socorro começa com a chamada gratuita, feita para o telefone 192. A ligação é atendida por técnicos que identificam a emergência e transferem o telefonema para um médico, que faz o diagnóstico da situação e inicia o atendimento no mesmo instante, orientando o paciente, ou a pessoa que fez a chamada, sobre as primeiras ações.
De acordo com a situação do paciente, o médico pode orientar a pessoa a procurar um posto de saúde, enviar ao local uma ambulância com auxiliar de enfermagem e socorrista ou uma UTI móvel, com médico e enfermeiro. Ao mesmo tempo ele avisa sobre a emergência ao hospital público mais próximo para que a rapidez do tratamento tenha continuidade.
O serviço funciona 24 horas por dia com equipes de médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e socorristas, que atendem as ocorrências de natureza traumática, clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e de saúde mental da população. Confira infográfico.
Em todo o país, 137 milhões de pessoas são beneficiados pelo SAMU, o que representa 70% da população brasileira. Nesses municípios, assim como em vários outros espalhados pelo Brasil, há relatos de como o SAMU ajuda a salvar vidas e reduzir o sofrimento dos pacientes. Confira essas histórias abaixo e saiba como e quando acionar o SAMU.
NORDESTE
“Foram anjos na minha vida”, diz jovem atendida pelo SAMU em João Pessoa
Há dois anos, um motorista embriagado tirou a vida da amiga e do namorado da recepcionista Vanessa Adelino de Oliveira, 19 anos. O carro que a jovem dividia com outras três pessoas cruzava uma avenida em João Pessoa, Paraíba, quando o condutor de outro automóvel ultrapassou o sinal vermelho e foi na direção deles. “Minha amiga ficou presa e morreu no hospital, por conta de uma hemorragia interna. Meu namorado faleceu na mesma hora. Eu fraturei a bacia e levei sete pontos na língua. Com o motorista do nosso veículo, que era o namorado da minha amiga, não aconteceu nada”, recorda.
Vanessa ficou inconsciente logo após a batida. Segundo ela, a ligação para o SAMU foi feita por um dos frentistas que trabalhavam em um posto de gasolina próximo ao local do acidente. Após ser socorrida, a jovem ficou dois dias internada no hospital e mais dois meses se recuperando. As primeiras semanas foram as mais difíceis. “Eu não conseguia andar nem sentar. Precisava ficar deitada o tempo todo. E sentia muitas dores, pra me mexer, pra respirar, tudo doía”.
Agora, a recepcionista se diz totalmente recuperada e grata por ter tido a oportunidade de conhecer todos os socorristas que a atenderam em um encontro promovido por uma emissora de TV local. “São pessoas maravilhosas. Com alguns, eu tenho contato até hoje, se tornaram meus amigos. Eu digo que eles foram anjos na minha vida”.
O SAMU de João Pessoa realiza, em média, 214 atendimentos médicos diários (por meio de envio de equipes ou por telefone). A Central de Regulação, com sede na capital paraibana, atende ligações de 59 municípios. Conforme a situação e a localidade, eles podem encaminhar um ou mais veículos (o município possui seis motolâncias, cinco UTIs móveis e sete ambulâncias de suporte básico) a partir da Central ou de uma das cinco bases descentralizadas distribuídas em vários pontos da região. O tempo médio de chegada ao local da ocorrência varia entre 27 e 50 minutos, dependendo da região.
NORTE
Para salvar vida de motorista, SAMU faz cirurgia no local do acidente
Na manhã do dia 21 de junho de 2009, o técnico de edificações Tarcísio Pontes Medeiros, 31 anos, estava a caminho de um retiro da Igreja de São Jorge, em Manaus, Amazonas. Ele dirigia uma Kombi, com dez passageiros, quando viu um motorista ultrapassar o canteiro central e colidir contra o veículo que conduzia. A batida ocorreu em frente a um quartel do Exército. Os militares, imediatamente, ligaram para o SAMU.
Quando a equipe de socorristas chegou, Medeiros estava com a perna presa nas ferragens do veículo. “A impressão que eu tenho é que eles vieram rápido. Deve ter demorado uns quatro ou cinco minutos”, relembra o técnico de edificações. No entanto, mesmo com a velocidade da chegada, o trabalho de remoção era complicado. Para livrar Medeiros das ferragens e evitar um risco de morte iminente, a equipe do SAMU precisou realizar uma cirurgia na perna dele, no local da batida.
Hoje, quatro anos após o acidente, o técnico de edificações agradece aos socorristas por terem salvado sua vida. “Naquele momento, eles fizeram tudo o que podiam”.
A Central de Regulação do SAMU de Manaus recebe cerca de 900 ligações por dia. De acordo com informações da Secretaria de Saúde do município, nos casos em que há necessidade de deslocamento de veículos, o tempo médio de chegada é de 12 minutos. O SAMU Manaus possui nove bases terrestres e uma fluvial. A frota é composta por sete UTIs móveis, 36 ambulâncias de suporte básico e nove ambulanchas.
SUL
Família agradece atenção do SAMU com idosa
No município de Chapecó, interior de Santa Catarina, o SAMU faz, em média, 65 atendimentos diários (por meio de envio de equipes ou por telefone), com tempo médio de chegada de 35 minutos. A Central de Regulação do município recebe chamadas de 78 localidades. Para atender a essa população, Chapecó conta com 14 ambulâncias de suporte básico e três UTIs móveis. Na noite do último dia 27 de julho, a avó do mecânico Rafael Gomes, 24 anos, precisou do suporte de uma dessas unidades.
Ela era diabética e havia feito uma cirurgia para amputar um dedo do pé, a fim de evitar que uma infecção se espalhasse pelo corpo. Segundo Gomes, a operação foi bem sucedida e a idosa, de 74 anos, teve alta na manhã daquele dia. Porém, depois de chegar em casa, ela começou a se sentir mal. “Eram umas oito e meia, nove horas quase da noite, e ela não tinha conseguido urinar. Estava inchada”, conta.
A família do jovem, então, entrou em contato com o SAMU. Na ligação, eles informaram à equipe da Central Reguladora que a pressão arterial da avó estava baixa, em 8/4, e que ela precisaria colocar uma sonda para conseguir urinar. Naquele instante, o SAMU não tinha ambulância disponível e pediu uma ao Corpo de Bombeiros. De acordo com Gomes, o pedido foi rápido. “Deu nem quinze minutos eles já estavam aqui. Um médico do SAMU com a ambulância dos Bombeiros”.
Ao chegar, o médico realizou os procedimentos de urgência e a senhora foi internada e acabou falecendo. Apesar do desfecho, a família do mecânico agradeceu a forma como foi feito o atendimento. “Nós ficamos totalmente satisfeitos com o serviço do SAMU. Fomos muito bem atendidos”, diz.
CENTRO-OESTE
Servidora do SAMU aciona serviço para salvar vida da filha
No Gama, cidade-satélite do Distrito Federal, uma funcionária do próprio SAMU precisou acionar o serviço, em abril do ano passado. A servidora Luciana Lima de Jesus, 41 anos, havia se levantado de madrugada para ir ao trabalho. Já estava de uniforme, no banheiro, quase pronta para sair, quando ouviu a filha de 10 anos bater na porta. Luciana abriu e a menina praticamente desmaiou em seus braços.
Ao notar que a criança suava frio e revirava os olhos, a servidora imediatamente ligou para o SAMU. “A médica disse para eu ficar calma, que já havia mandado a ambulância para a minha casa e perguntou se eu queria continuar com ela ao telefone até que a unidade móvel chegasse. Mas eu falei que não precisava”, relata.
Após desligar o telefone, Luciana procurou manter a calma. “A equipe levou de 10 a 12 minutos para chegar. Mas, nesses momentos, cada minuto parece uma hora”. Assim que entrou na casa, a equipe deu oxigênio para a menina e a levou ao Hospital do Gama. Luciana seguiu a UTI móvel de carro. Mais tarde, o diagnóstico revelou uma pneumonia atípica. “Minha filha passou onze dias internada na pediatria do hospital com uma doença que pode matar em 24 horas”, relembra a servidora. Depois de um período recebendo soro, oxigênio e antibióticos, a criança se recuperou. “Hoje, aos 11 anos, ela corre, pula. Não teve nenhum tipo de sequela”, diz Luciana.
O SAMU do Distrito Federal realiza, em média, de 390 a 400 atendimentos por dia. Para isso, conta com uma Central de Regulação e 26 bases distribuídas pelo território. Nesses estabelecimentos há 18 motos, 30 ambulâncias de suporte básico, oito UTIs móveis, 10 bicicletas (bikelâncias) e dois carros (veículos de intervenção rápida) prontos para atendimento. Além disso, o serviço tem convênios para usar o helicóptero do Corpo de Bombeiros (com enfermeiros do SAMU e médicos dos Bombeiros) e da Polícia Rodoviária Federal (com médicos e enfermeiros do SAMU).
O tempo médio de chegada da ambulância é de 6,9 minutos, da moto é de 3,2 min e dos veículos de intervenção rápida é de 2 min. As bikelâncias funcionam na sexta-feira, sábado e domingo, com duas bases localizadas no Parque da Cidade e no Zoológico de Brasília.
SUDESTE
SAMU salva idoso vítima de AVC em São Paulo
No último dia 8 de março, o analista de produção Ivan Rocha, 47 anos, viu o pai levantar da cama completamente desorientado, tonto, sem conseguir falar nem enxergar direito. Rocha suspeitou se tratar de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e logo ligou para o SAMU do município de São Paulo. A descrição dos sintomas fez o atendente encaminhar de imediato uma ambulância para a residência do analista de produção. “Não demorou nem quinze minutos. Foi muito rápido”, avalia Rocha.
Foi a primeira vez que Dalmar, de 79 anos, teve um AVC. A equipe do SAMU fez os procedimentos de urgência ainda na casa dele. “Eles mediram alguns sinais. Tentaram fazê-lo acordar, mas ele não acordava”, lembra. Os socorristas, então, levaram o paciente para o hospital.
A maneira como foi feito o atendimento rendeu uma nova ligação de Rocha para o SAMU, desta vez para elogiar o serviço. De acordo com o morador do município paulista, passados cinco meses desde o derrame cerebral, a saúde do pai melhorou bastante. “Ele está bem. Ainda tem dificuldade de se locomover, mas já está quase andando”.
Em São Paulo, o SAMU realiza, em média, 1.200 atendimentos por dia. Os veículos (107 ambulâncias de suporte básico, 15 UTIs móveis e 38 motos) partem da Central de Regulação ou de uma das cem bases distribuídas pelo município. O tempo médio de chegada é de 10 minutos para emergências onde há casos de risco de morte iminente.
Atualmente, o SAMU conta com 181 Centrais de Regulação, presentes em 2.538 municípios. Os novos valores para construção e melhoria dessas unidades variam conforme o tamanho da população. Nos municípios com mais de três milhões de habitantes, o recurso passou de R$ 175 mil para R$ 440 mil. No caso das cidades com população entre 350.001 e três milhões, a verba foi de R$ 150 mil para R$ 350 mil. Já as que abrigam menos de 350 mil moradores, o investimento subiu de R$ 100 mil para R$ 216 mil.
Além disso, os estados e municípios com unidades já habilitadas terão um incremento de 19% para manutenção do serviço, passando de R$ 744 milhões para R$ 884,2 milhões por ano. Atualmente, o Brasil possui 2.772 ambulâncias habilitadas, 197 motos, oito embarcações e cinco equipes de Aeromédicos.
Como e quando chamar
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) realiza o atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar: residências, locais de trabalho e vias públicas.
O socorro começa com a chamada gratuita, feita para o telefone 192. A ligação é atendida por técnicos que identificam a emergência e transferem o telefonema para um médico, que faz o diagnóstico da situação e inicia o atendimento no mesmo instante, orientando o paciente, ou a pessoa que fez a chamada, sobre as primeiras ações.
De acordo com a situação do paciente, o médico pode orientar a pessoa a procurar um posto de saúde, enviar ao local uma ambulância com auxiliar de enfermagem e socorrista ou uma UTI móvel, com médico e enfermeiro. Ao mesmo tempo ele avisa sobre a emergência ao hospital público mais próximo para que a rapidez do tratamento tenha continuidade.
O serviço funciona 24 horas por dia com equipes de médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e socorristas, que atendem as ocorrências de natureza traumática, clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e de saúde mental da população. Confira infográfico.
Em todo o país, 137 milhões de pessoas são beneficiados pelo SAMU, o que representa 70% da população brasileira. Nesses municípios, assim como em vários outros espalhados pelo Brasil, há relatos de como o SAMU ajuda a salvar vidas e reduzir o sofrimento dos pacientes. Confira essas histórias abaixo e saiba como e quando acionar o SAMU.
NORDESTE
“Foram anjos na minha vida”, diz jovem atendida pelo SAMU em João Pessoa
Há dois anos, um motorista embriagado tirou a vida da amiga e do namorado da recepcionista Vanessa Adelino de Oliveira, 19 anos. O carro que a jovem dividia com outras três pessoas cruzava uma avenida em João Pessoa, Paraíba, quando o condutor de outro automóvel ultrapassou o sinal vermelho e foi na direção deles. “Minha amiga ficou presa e morreu no hospital, por conta de uma hemorragia interna. Meu namorado faleceu na mesma hora. Eu fraturei a bacia e levei sete pontos na língua. Com o motorista do nosso veículo, que era o namorado da minha amiga, não aconteceu nada”, recorda.
Vanessa ficou inconsciente logo após a batida. Segundo ela, a ligação para o SAMU foi feita por um dos frentistas que trabalhavam em um posto de gasolina próximo ao local do acidente. Após ser socorrida, a jovem ficou dois dias internada no hospital e mais dois meses se recuperando. As primeiras semanas foram as mais difíceis. “Eu não conseguia andar nem sentar. Precisava ficar deitada o tempo todo. E sentia muitas dores, pra me mexer, pra respirar, tudo doía”.
Agora, a recepcionista se diz totalmente recuperada e grata por ter tido a oportunidade de conhecer todos os socorristas que a atenderam em um encontro promovido por uma emissora de TV local. “São pessoas maravilhosas. Com alguns, eu tenho contato até hoje, se tornaram meus amigos. Eu digo que eles foram anjos na minha vida”.
O SAMU de João Pessoa realiza, em média, 214 atendimentos médicos diários (por meio de envio de equipes ou por telefone). A Central de Regulação, com sede na capital paraibana, atende ligações de 59 municípios. Conforme a situação e a localidade, eles podem encaminhar um ou mais veículos (o município possui seis motolâncias, cinco UTIs móveis e sete ambulâncias de suporte básico) a partir da Central ou de uma das cinco bases descentralizadas distribuídas em vários pontos da região. O tempo médio de chegada ao local da ocorrência varia entre 27 e 50 minutos, dependendo da região.
NORTE
Para salvar vida de motorista, SAMU faz cirurgia no local do acidente
Na manhã do dia 21 de junho de 2009, o técnico de edificações Tarcísio Pontes Medeiros, 31 anos, estava a caminho de um retiro da Igreja de São Jorge, em Manaus, Amazonas. Ele dirigia uma Kombi, com dez passageiros, quando viu um motorista ultrapassar o canteiro central e colidir contra o veículo que conduzia. A batida ocorreu em frente a um quartel do Exército. Os militares, imediatamente, ligaram para o SAMU.
Quando a equipe de socorristas chegou, Medeiros estava com a perna presa nas ferragens do veículo. “A impressão que eu tenho é que eles vieram rápido. Deve ter demorado uns quatro ou cinco minutos”, relembra o técnico de edificações. No entanto, mesmo com a velocidade da chegada, o trabalho de remoção era complicado. Para livrar Medeiros das ferragens e evitar um risco de morte iminente, a equipe do SAMU precisou realizar uma cirurgia na perna dele, no local da batida.
Hoje, quatro anos após o acidente, o técnico de edificações agradece aos socorristas por terem salvado sua vida. “Naquele momento, eles fizeram tudo o que podiam”.
A Central de Regulação do SAMU de Manaus recebe cerca de 900 ligações por dia. De acordo com informações da Secretaria de Saúde do município, nos casos em que há necessidade de deslocamento de veículos, o tempo médio de chegada é de 12 minutos. O SAMU Manaus possui nove bases terrestres e uma fluvial. A frota é composta por sete UTIs móveis, 36 ambulâncias de suporte básico e nove ambulanchas.
SUL
Família agradece atenção do SAMU com idosa
No município de Chapecó, interior de Santa Catarina, o SAMU faz, em média, 65 atendimentos diários (por meio de envio de equipes ou por telefone), com tempo médio de chegada de 35 minutos. A Central de Regulação do município recebe chamadas de 78 localidades. Para atender a essa população, Chapecó conta com 14 ambulâncias de suporte básico e três UTIs móveis. Na noite do último dia 27 de julho, a avó do mecânico Rafael Gomes, 24 anos, precisou do suporte de uma dessas unidades.
Ela era diabética e havia feito uma cirurgia para amputar um dedo do pé, a fim de evitar que uma infecção se espalhasse pelo corpo. Segundo Gomes, a operação foi bem sucedida e a idosa, de 74 anos, teve alta na manhã daquele dia. Porém, depois de chegar em casa, ela começou a se sentir mal. “Eram umas oito e meia, nove horas quase da noite, e ela não tinha conseguido urinar. Estava inchada”, conta.
A família do jovem, então, entrou em contato com o SAMU. Na ligação, eles informaram à equipe da Central Reguladora que a pressão arterial da avó estava baixa, em 8/4, e que ela precisaria colocar uma sonda para conseguir urinar. Naquele instante, o SAMU não tinha ambulância disponível e pediu uma ao Corpo de Bombeiros. De acordo com Gomes, o pedido foi rápido. “Deu nem quinze minutos eles já estavam aqui. Um médico do SAMU com a ambulância dos Bombeiros”.
Ao chegar, o médico realizou os procedimentos de urgência e a senhora foi internada e acabou falecendo. Apesar do desfecho, a família do mecânico agradeceu a forma como foi feito o atendimento. “Nós ficamos totalmente satisfeitos com o serviço do SAMU. Fomos muito bem atendidos”, diz.
CENTRO-OESTE
Servidora do SAMU aciona serviço para salvar vida da filha
No Gama, cidade-satélite do Distrito Federal, uma funcionária do próprio SAMU precisou acionar o serviço, em abril do ano passado. A servidora Luciana Lima de Jesus, 41 anos, havia se levantado de madrugada para ir ao trabalho. Já estava de uniforme, no banheiro, quase pronta para sair, quando ouviu a filha de 10 anos bater na porta. Luciana abriu e a menina praticamente desmaiou em seus braços.
Ao notar que a criança suava frio e revirava os olhos, a servidora imediatamente ligou para o SAMU. “A médica disse para eu ficar calma, que já havia mandado a ambulância para a minha casa e perguntou se eu queria continuar com ela ao telefone até que a unidade móvel chegasse. Mas eu falei que não precisava”, relata.
Após desligar o telefone, Luciana procurou manter a calma. “A equipe levou de 10 a 12 minutos para chegar. Mas, nesses momentos, cada minuto parece uma hora”. Assim que entrou na casa, a equipe deu oxigênio para a menina e a levou ao Hospital do Gama. Luciana seguiu a UTI móvel de carro. Mais tarde, o diagnóstico revelou uma pneumonia atípica. “Minha filha passou onze dias internada na pediatria do hospital com uma doença que pode matar em 24 horas”, relembra a servidora. Depois de um período recebendo soro, oxigênio e antibióticos, a criança se recuperou. “Hoje, aos 11 anos, ela corre, pula. Não teve nenhum tipo de sequela”, diz Luciana.
O SAMU do Distrito Federal realiza, em média, de 390 a 400 atendimentos por dia. Para isso, conta com uma Central de Regulação e 26 bases distribuídas pelo território. Nesses estabelecimentos há 18 motos, 30 ambulâncias de suporte básico, oito UTIs móveis, 10 bicicletas (bikelâncias) e dois carros (veículos de intervenção rápida) prontos para atendimento. Além disso, o serviço tem convênios para usar o helicóptero do Corpo de Bombeiros (com enfermeiros do SAMU e médicos dos Bombeiros) e da Polícia Rodoviária Federal (com médicos e enfermeiros do SAMU).
O tempo médio de chegada da ambulância é de 6,9 minutos, da moto é de 3,2 min e dos veículos de intervenção rápida é de 2 min. As bikelâncias funcionam na sexta-feira, sábado e domingo, com duas bases localizadas no Parque da Cidade e no Zoológico de Brasília.
SUDESTE
SAMU salva idoso vítima de AVC em São Paulo
No último dia 8 de março, o analista de produção Ivan Rocha, 47 anos, viu o pai levantar da cama completamente desorientado, tonto, sem conseguir falar nem enxergar direito. Rocha suspeitou se tratar de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e logo ligou para o SAMU do município de São Paulo. A descrição dos sintomas fez o atendente encaminhar de imediato uma ambulância para a residência do analista de produção. “Não demorou nem quinze minutos. Foi muito rápido”, avalia Rocha.
Foi a primeira vez que Dalmar, de 79 anos, teve um AVC. A equipe do SAMU fez os procedimentos de urgência ainda na casa dele. “Eles mediram alguns sinais. Tentaram fazê-lo acordar, mas ele não acordava”, lembra. Os socorristas, então, levaram o paciente para o hospital.
A maneira como foi feito o atendimento rendeu uma nova ligação de Rocha para o SAMU, desta vez para elogiar o serviço. De acordo com o morador do município paulista, passados cinco meses desde o derrame cerebral, a saúde do pai melhorou bastante. “Ele está bem. Ainda tem dificuldade de se locomover, mas já está quase andando”.
Em São Paulo, o SAMU realiza, em média, 1.200 atendimentos por dia. Os veículos (107 ambulâncias de suporte básico, 15 UTIs móveis e 38 motos) partem da Central de Regulação ou de uma das cem bases distribuídas pelo município. O tempo médio de chegada é de 10 minutos para emergências onde há casos de risco de morte iminente.
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