Anúncio foi feito nesta sexta-feira (11) pelo Comitê do Nobel em Oslo.
Entidade supervisiona destruição do arsenal químico na Síria em guerra.
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Thorbjorn Jagland, chefe do Comitê do Nobel, faz o anúncio nesta sexta-feira (11) em Oslo (Foto: AFP)
A Opaq (Organização para a Proibição das Armas Químicas) foi laureada nesta sexta-feira (11) com o Prêmio Nobel da Paz.Thorbjoern Jagland, chefe do comitê, disse que a premiação foi um lembrete para os países com grandes estoques desse tipo de arma, como EUA e Rússia, para que se livrem deles, "especialmente porque eles estão exigindo que outros, como a Síria, façam o mesmo".
"Agora temos a oportunidade de nos livrarmos de toda uma categoria de armas de destruição em massa", disse. "Será um grande aontecimento histórico se conseguirmos."
A entidade, baseada em Haia, na Holanda, está atualmente supervisionando, com apoio da ONU, a destruição das armas químicas do regime do presidente Bashar al-Assad, na Síria, em meio à guerra civil que devasta o país e já matou mais de 115 mil pessoas, provocando uma crise humanitária e política que ameaça contaminar a região do Oriente Médio.
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A ameaça de ataque americana ocorreu após um ataque, provavelmente com gás sarin, que matou pelo menos 1.429 civis sírios, muitos deles crianças, nos subúrbios da capital, Damasco, em agosto.
O Ocidente, liderado pelos EUA, responsabilizou o regime de Assad pelo ataque.
O governo sírio se disse inocente e afirmou que o ataque foi levado por terroristas ligados à rede da Al-Qaeda.
O prêmio para a Opaq foi comemorado pelos países ocidentais.
Guerra continua
Mas, enquanto a inspeção e a destruição das armas químicas continua, com uma equipe de 27 pessoas em campo, as forças de Assad e os rebeldes continuam se enfrentando pelo país, com armas convencionais.
A entidade Human Rights Watch disse que rebeldes mataram pelo menos 190 civis na província de Latakia em agosto.
Volta às raízes
A premiação é uma volta às raízes pacifistas do prêmio ,após algumas premiações recentes, como a da União Europeia, no ano passado, e a do presidente ameriano Barack Obama, em 2009, que foram alvo de críticas.
O Nobel foi instituído pelo industrial sueco Alfred Nobel, inventor da dinamite.
Sua última vontade foi de que a láurea premiasse três causas: "fraternidade entre as nações", a abolição ou a redução dos exércitos e a formação e difusão de congressos de paz.
O prêmio, equivalente a US$ 1,25 milhões, deve ser formalmente entregue em uma cerimônia em Oslo em 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel, fundador do prêmio.
A TV pública norueguesa NRK, que costuma antecipar o nome dos laureados, anunciou a vitória da Opaq mais de uma hora antes do anúncio oficial.
Ahmet Uzumcu, diretor da Opaq (Organização para a Proibição das Armas Químicas) (Foto: AFP)
MalalaA decisão a favor da Opaq surpreendeu a imprensa, já que na reta final para o anúncio do prêmio a jovem paquistanesa Malala Yusufzai era considerada como favorita.
A adolescente de 16 anos foi baleada no ano passado pelos talibãs paquistaneses por defender a educação feminina em seu país.
A Opaq só começou a ser cogitada como vitoriosa "em cima da hora".
Economia
Após o anúncio desta sexta, resta saber quem será laureado com o Nobel de Economia, que será anunciado na próxima segunda em Estocolmo.
O Nobel da Paz é o único a ser anunciado e entregue fora de Estocolmo, por decisão do criador dos prêmios, o magnata sueco Alfred Nobel, já que, em sua época, a Noruega fazia parte do Reino da Suécia.
Na quinta-feira, o Nobel de Literatura foi dado à contista canadense Alice Munro.
Nos dias anteriores foram conhecidos os laureados no campo da ciência.
Na segunda-feira, os cientistas americanos James E. Rothman e Randy W. Schekman e o alemão Thomas C. Südhof dividiram o prêmio de Medicina.
Na terça-feira, o belga François Englert e o britânico Peter Higgs foram anunciados como os ganhadores do prêmio de Física, por terem descoberto a existência da partícula subatômica conhecida como Bóson de Higgs.
Na quarta-feira foi anunciado o último Nobel científico, o de Química, para o austríaco Martin Karplus, o sul-africano Michael Levitt e o israelense Arieh Warshel, os três estabelecidos nos Estados Unidos.
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