Presidenta afirmou ainda que será preciso fazer uma "campanha pela Copa" no país e falou sobre as cobranças que teria feito ao presidente Barack Obama
A presidenta Dilma Rousseff afirmou
que sem as manifestações populares de junho o governo dificilmente
conseguiria destinar os recursos dos royalties de petróleo para educação
e colocar em prática o programa Mais Médicos, que ainda tramita no
Legislativo. "Dificilmente, sem as manifestações de junho nós teríamos
conseguido os royalties para a educação. Eu já tinha mandado duas vezes
para o Congresso (a proposta)", disse Dilma em entrevista ao Programa do
Ratinho exibida na noite desta segunda-feira. "(Dificilmente) nós não
teríamos conseguido de uma forma tão rápida estruturar e agora estar
conseguindo aprovar, já aprovamos na comissão (especial), o Mais
Médicos."
Em junho, milhares de pessoas foram
às ruas em todo país protestar por melhores serviços públicos e contra a
corrupção. Após os protestos, a avaliação da presidenta nas pesquisas
de opinião despencou e Dilma ainda não recuperou o apoio que tinha antes
dos protestos.
A destinação de 75 por cento dos recursos dos
royalties obtidos com a exploração de petróleo na camada pré-sal foi
aprovada pelo Congresso em agosto e era uma dos pactos sugeridos pela
presidenta para dar uma resposta às manifestações.O programa Mais Médicos, que deve ser aprovado no plenário da Câmara nesta semana, também foi uma proposta de Dilma como resposta aos protestos e ainda gera polêmica com as entidades médicas.
Copa do Mundo
Dilma afirmou ainda que será preciso fazer uma "campanha pela Copa" no país e defendeu os investimentos feitos para construir e reformar os estádios para o torneio mundial de 2014. Segundo ela, o governo federal não destinou recursos do Orçamento para as arenas e apenas disponibilizou 400 milhões de reais de financiamento para cada uma delas.
Os estádios que sediaram a Copa das Confederações neste ano foram cenário de várias manifestações, com a população questionando os gastos nas arenas em detrimento de mais recursos para saúde e educação.
"Do Orçamento da União não colocamos um tostão (nos estádios). Colocamos em mobilidade urbana e telecomunicações", argumentou a presidenta.
Erpionagem
Questionada sobre que cobranças teria feito ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, depois das denúncias espionagem ao Brasil e à autoridades brasileiras, Dilma afirmou que pediu que ele se desculpasse e que garantisse que não haveria mais ações nesse sentido.
Segundo ela, como Obama não atendeu ao pedido foi obrigada a adiar a visita de Estado que faria aos Estados Unidos.
"Deixei claro para ele duas coisas: primeiro, que o Brasil sabia se defender, então ninguém precisa defender o Brasil contra terrorismo; segundo, que não é possível afirmar direitos humanos de um país em detrimento dos direitos humanos de outro país", afirmou Dilma.
As denúncias de espionagem são baseadas em documentos vazados pelo ex-prestador de serviços da NSA Edward Snowden e têm sido divulgadas pela mídia revelando que a agência norte-americana usou programas secretos de vigilância da Internet para monitorar as comunicações no Brasil.
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