BRASÍLIA -O anúncio de Joaquim
Levy para o comando da Fazenda, crescem as dúvidas sobre o que pode ser
feito para corrigir os rumos da economia em 2015. O novo ministro, exigirá reformas cujos
grandes efeitos só aparecerão em 2016. Por isso, a principal arma de
Levy para levantar a economia este ano é a credibilidade. Ele é
considerado o novo Antonio Palocci (ex-ministro do governo Lula).Tudo que o Levy fizer antes terá que ser aprovado pela presidenta.
A presidenta Dilma Rousseff dará liberdade ao ministro para implementar as mudanças que ele julgar necessárias, desde que, as mesmas não interfiram no "projeto de nação". Mantega sempre foi um fiel escudeiro da Presidenta Dilma.. Já Palocci era tido como independente. Manteve sua credibilidade como formulador de política econômica intacta, apesar de perder duas vezes o cargo de ministro em escândalos diferentes. A atual indagação é se a credibilidade de Levy conseguirá recuperar a confiança na economia.
Levy tem condição de ser um novo Palocci. O limite que ele tem é o limite político - avalia o ex-diretor do Banco Central Carlos Thadeu de Freitas.
Levy tem de administrar um orçamento apertado, com a queda na arrecadação e gastos já contratados, como a conta das desonerações que chegaram a R$ 93 bilhões de janeiro a novembro do ano passado e terão impacto expressivo nas contas de 2015.
Recuperar a confiança na economia é considerado crucial pelos analistas em um momento de tantas dificuldades, já que o cenário para 2015 já estaria dado e a maior parte de medidas de efeito estrutural só teriam efeito no ano que vem.
Para aumentar impostos, por exemplo, o governo tem de respeitar a regra de anualidade. Ou seja, teria de esperar um ano para elevar a maioria dos tributos com margem para ajustes. As únicas exceções são impostos considerados regulatórios, como a Cide, que incide sobre os combustíveis; o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Há margem também para recompor a alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre bens duráveis.
Mas a ideia de aumentar a carga de tributos divide opiniões. Para Freitas, mexer no IOF, por exemplo, seria um erro neste momento. Só haveria espaço para elevar a Cide. Já para o ex-secretário de Política Econômica da Fazenda Júlio Gomes de Almeida seria um caminho melhor do que as medidas anunciadas de aumento dos juros dos financiamentos do BNDES e o endurecimento das regras para a concessão de empréstimos.
Almeida espera que as próximas medidas anunciadas não sejam muito duras para não travar de vez a estagnada economia:
- A mexida no BNDES já não respeitou esse requisito e foi forte demais. Vai concorrer para que o investimento caia ainda mais do que já está caindo. Já as medidas trabalhistas seguiram a diretriz de tirar excessos, mas cortaram na carne como nas pensões e talvez não passem no Congresso - disse.
Levy tem mapeado outros cortes e contingenciamentos a serem feitos.
Para arrumar as contas públicas, o efeito disso é imediato. No entanto,
para frear a inflação, o ajuste fiscal só deverá ter reflexo no ano que
vem. Agora, o que pode ser feito é alterar as expectativas de inflação
futura que contaminam o índice e contribuem para uma indexação informal
da economia.
- O mercado ainda está em lua de mel (com Levy), porque ela não acaba no primeiro dia. Ele tem condições de trabalhar para recuperar a credibilidade do país - frisou Freitas.
Colaborou Cristiane Bonfanti
A presidenta Dilma Rousseff dará liberdade ao ministro para implementar as mudanças que ele julgar necessárias, desde que, as mesmas não interfiram no "projeto de nação". Mantega sempre foi um fiel escudeiro da Presidenta Dilma.. Já Palocci era tido como independente. Manteve sua credibilidade como formulador de política econômica intacta, apesar de perder duas vezes o cargo de ministro em escândalos diferentes. A atual indagação é se a credibilidade de Levy conseguirá recuperar a confiança na economia.
Levy tem condição de ser um novo Palocci. O limite que ele tem é o limite político - avalia o ex-diretor do Banco Central Carlos Thadeu de Freitas.
Levy tem de administrar um orçamento apertado, com a queda na arrecadação e gastos já contratados, como a conta das desonerações que chegaram a R$ 93 bilhões de janeiro a novembro do ano passado e terão impacto expressivo nas contas de 2015.
Recuperar a confiança na economia é considerado crucial pelos analistas em um momento de tantas dificuldades, já que o cenário para 2015 já estaria dado e a maior parte de medidas de efeito estrutural só teriam efeito no ano que vem.
Para aumentar impostos, por exemplo, o governo tem de respeitar a regra de anualidade. Ou seja, teria de esperar um ano para elevar a maioria dos tributos com margem para ajustes. As únicas exceções são impostos considerados regulatórios, como a Cide, que incide sobre os combustíveis; o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Há margem também para recompor a alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre bens duráveis.
Mas a ideia de aumentar a carga de tributos divide opiniões. Para Freitas, mexer no IOF, por exemplo, seria um erro neste momento. Só haveria espaço para elevar a Cide. Já para o ex-secretário de Política Econômica da Fazenda Júlio Gomes de Almeida seria um caminho melhor do que as medidas anunciadas de aumento dos juros dos financiamentos do BNDES e o endurecimento das regras para a concessão de empréstimos.
Almeida espera que as próximas medidas anunciadas não sejam muito duras para não travar de vez a estagnada economia:
- A mexida no BNDES já não respeitou esse requisito e foi forte demais. Vai concorrer para que o investimento caia ainda mais do que já está caindo. Já as medidas trabalhistas seguiram a diretriz de tirar excessos, mas cortaram na carne como nas pensões e talvez não passem no Congresso - disse.
- O mercado ainda está em lua de mel (com Levy), porque ela não acaba no primeiro dia. Ele tem condições de trabalhar para recuperar a credibilidade do país - frisou Freitas.
Colaborou Cristiane Bonfanti
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