1.06.2015

Quando o desejo termina


Falta de apetite sexual afeta metade das mulheres no mundo. Tratamentos dão bom resultado em 80% dos casos

- “Hoje não dá, estou com dor de cabeça”. A frase é a ponta do iceberg de um problema muito mais comum do que se imagina na vida conjugal. Pelo menos 50% das mulheres do mundo sofrem de falta de desejo sexual em algum momento de suas vidas, segundo estudos de especialistas da Fundação Americana de Doenças Urológicas (FADU). A boa notícia é que tratamentos devolvem o prazer aos casais em cerca de 80% dos casos.

O Desejo Sexual Hipoativo (DSH) é a diminuição ou ausência total de fantasias e de vontade de ter atividade sexual. Acontece quando o sexo simplesmente passa a não fazer mais falta, o que acarreta um grande sofrimento para o casal. O DSH já foi chamado de “frigidez” — termo não mais utilizado pelos especialistas da área pela conotação pejorativa.

Entre julho e novembro, o sexólogo carioca Amaury Mendes Júnior realizou estudo com 46 mulheres de diversas faixas etárias, casadas, divorciadas e solteiras. Segundo ele, a falta de desejo sexual apresenta tanto sintomas físicos como também psicológicos.

“O tratamento requer acompanhamento médico, se a causa for orgânica, ou terapia sexual, que pode ser aplicada à mulher ou ao casal. Bons resultados aparecem em três ou quatro meses, em 80% dos casos”.

Amaury explica ainda que, para haver um equilíbrio na intimidade, nenhuma das três etapas da relação sexual deve ser desprezada: o desejo, que é aguçado pelos sentidos; a excitação, quando ocorrem os primeiros sinais orgânicos no casal; e o orgasmo, que é a última fase do ato sexual, quando o cérebro estimula o sentimento de prazer intenso com a relação. Segundo ele, a maioria dos problemas de falta de desejo sexual está relacionada com a ausência de cuidado do casal com a primeira etapa.

VOLTA POR CIMA

Um casal depois de 30 anos de casados resolveram pedir ajuda a um sexólogo para enfrentar juntos as dificuldades a dois.O casal participou de encontros com o sexólogo e conta que, somente em contato com outras pessoas, teve coragem de expor o problema: “Faltava muita comunicação no meu relacionamento. Eu não sabia dizer como me sentir mais confortável na hora do sexo, mas acredito que, se ainda houver amor, é possível ter prazer” .

‘Desculpas’ são o primeiro sintoma

Segundo o sexólogo, é comum as mulheres dizerem que o problema da falta de desejo é hormonal — assim, creditam a “culpa” ao corpo, e não à sua forma de perceber o relacionamento. Durante as reuniões, o especialista registrou os principais problemas ligados ao DSH: ressecamento vaginal (tanto pela menopausa, quanto pela ausência de estímulos), o que causa dor no ato sexual; infecções vaginais; e ausência do orgasmo, a anorgasmia.

“São comuns os casos de moças mais jovens que chegam aqui com dificuldades sexuais por conta da inexperiência com o próprio corpo e a afobação para agradar seus parceiros, tentando atingir rapidamente o orgasmo. Já para as mulheres de mais idade, a falta abertura no relacionamento para falar sobre o assunto é marcante. Como resultado, são comuns as desculpas para não fazer sexo. Aliás, esse hábito é o primeiro sintoma da falta de desejo”, afirma.

O maior desafio da mulher a partir da menopausa é expor para o parceiro a ausência de lubrificação da vagina. “Nesta fase, o eixo do hipotálamo com o ovário fica mais estreito, e o corpo começa a produzir menos estrogênio (hormônio responsável pela lubrificação vaginal e aparência mais jovem das mulheres)”.

. Tratamentos dão bom resultado em 80% dos casos

Fonte: O Dia

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