Ministros do Supremo Tribunal Federal fazem duras críticas a denúncia da Lava Jato contra Lula
De acordo com jornal, magistrados afirmam que procuradores "estão decolando"
Os procuradores da Lava Jato conseguiram uma quase unanimidade ao apresentarem denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: praticamente todos os setores criticaram a falta de argumentos da peça.
Segundo a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo desta segunda-feira (19), ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) fizeram muitas ressalvas à apresentação da denúncia pelo procurador Deltan Dallagnol e consideraram o comportamento dos investigadores "espetaculoso". Um dos magistrados comentou que os procuradores, sentindo-se apoiados por parte da imprensa, "estão decolando", perdendo a base, a referência.
Em artigo recente publicado no Jornal do Brasil, o jurista Dalmo Dallari classificou a denúncia como uma "exibição circense muito espalhafatosa":
"Por qual motivo, apresentando publicamente e com linguagem pirotécnica uma espetaculosa denúncia, ele (Deltan Dallagnol) não apontou fatos que a justificassem e não fez o enquadramento jurídico da denúncia? A conclusão final destas considerações é que a Procuradoria Geral da União deve ser alertada e deve agir com rigor para impedir que outros Procuradores, pela ambição de ganhar evidência ou por qualquer outra razão também inaceitável, envolva desse modo o nome da instituição, que tem a mais alta responsabilidade social e que deve ter desempenho inatacável, para gozar da confiança e da admiração do povo brasileiro", afirmou Dallari.
A situação se agravou com a notícia de que a denúncia da força-tarefa da Lava Jato contra o ex-presidente Lula, apresentada na última quarta-feira (14), contém uma informação que só aparece no esboço da delação premiada do empresário Léo Pinheiro, que foi recusada pela Procuradoria-Geral da República. Pinheiro, sócio da OAS, disse que a empreiteira descontava os repasses que fez para o apartamento tríplex do Guarujá de uma espécie de conta-corrente que a empresa mantinha com o PT, usada para pagar propina de obras da Petrobras.
No documento que fez para negociar o acordo de delação premiada, Pinheiro, sócio da OAS que já foi condenado a 16 anos de prisão, dizia: "Ficou acertado com [João] Vaccari que esse apartamento seria abatido dos créditos que o PT tinha a receber por conta de propinas em obras da OAS na Petrobras".
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