9.22.2016

Função da lava jato: tirar o Lula de circulação

PF diz lamentar prisão de Mantega no hospital

Links Em coletiva de imprensa sobre a 34ª fase da Lava Jato, o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula diz que a corporação "desconhecia totalmente" a situação de que o ex-ministro estaria hoje no hospital Albert Einstein acompanhando sua esposa em uma cirurgia; a equipe "foi na casa dele esperando que ele estivesse lá", afirmou, acrescentando que ele não estava no centro cirúrgico e que a equipe não entrou no hospital; o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que "coincidências como essas são tristes, mas acontecem, e não há como não cumprir (os mandados)"; "As prisões eram necessárias", afirmou; para defesa, prisão era desnecessária, uma vez que Mantega não representaria risco para a sociedade que justificasse uma medida de força 
Em coletiva de imprensa concedida nesta manhã sobre a 34ª fase da Lava Jato, o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula disse que a corporação "desconhecia totalmente" a situação de que o ex-ministro Guido Mantega, preso hoje, estaria no hospital Albert Einstein, em São Paulo, acompanhando sua esposa em uma cirurgia após tratamento contra um câncer.
A equipe "foi na casa dele esperando que ele estivesse lá", afirmou o delegado, acrescentando que Mantega não estava no centro cirúrgico e que a equipe não entrou em nenhum momento no hospital. Segundo ele, Mantega desceu até à frente do prédio e acompanhou a equipe até seu apartamento, onde foram realizadas buscas. De lá, ele foi levado para a sede da PF em São Paulo.
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou em seguida que "coincidências como essas são tristes, mas acontecem, e não há como não cumprir (os mandados)". "As prisões eram necessárias, estavam há muito tempo deferidas, e não havia como prever o episódio de hoje", disse, em referência ao fato de que Mantega estaria no hospital.
Eles informaram que o empresário Eike Batista, cujo depoimento levou Mantega à prisão temporária, foi ouvido na condição de testemunha, e não de colaborador. "Ele falou o que gostaria de falar", disse o procurador Santos Lima. O delegado da PF Igor Romário de Paula acredita que até 21h desta quinta todos os presos estarão em Curitiba. 
Para a defesa de Guido Mantega, a prisão era desnecessária, uma vez que ele não representaria risco para a sociedade que justificasse uma medida de força.
Leia mais na reportagem da Agência Brasil:
Mantega chega à sede da Polícia Federal em São Paulo e será levado para Curitiba
Fernanda Cruz – O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, preso temporariamente hoje (22) na Operação Arquivo X da Polícia Federal, chegou às 9h30 à sede da Polícia Federal, em São Paulo. Malotes resultantes da busca e apreensão na residência e escritório do ex-ministro também foram trazidos.
A Polícia Federal esteve às 6h no apartamento onde mora o ex-ministro, mas encontrou apenas o seu filho adolescente e uma empregada no local. Os policiais foram, então, ao Hospital Albert Einstein, onde Mantega acompanhava a esposa, que está internada.
Em nota, a polícia informou que fez contato telefônico com o investigado, "que se apresentou espontaneamente na portaria do edifício". Segundo a PF, Mantega, seu advogado e a equipe de policiais foram até o apartamento do ex-ministro, na região de Pinheiros, zona oeste de São Paulo.
"Tanto no local da busca como no hospital todo o procedimento foi realizado de forma discreta, sem qualquer ocorrência e com integral colaboração do investigado", diz a nota da PF.
A operação
No total, são cumpridos 48 mandados em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.
De acordo com nota do Ministério Público Federal no Paraná, em julho de 2012, o Consórcio Integra Ofsshore, formado pelas empresas Mendes Júnior e OSX, firmou contrato com a Petrobras no valor de US$ 922 milhões, para a construção das plataformas P-67 e P-70.
Em depoimento ao Ministério Público, o empresário Eike Batista, ex-presidente do Conselho de Administração da OSX, disse que, em novembro de 2012, Guido Mantega, que à época era presidente do Conselho de Administração da Petrobras, teria pedido R$ 5 milhões para o Partido dos Trabalhadores (PT).
Para operacionalizar o repasse, Eike firmou contrato falso com empresa ligada a publicitários já denunciados na Operação Lava Jato por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes. Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012, em abril de 2013 constatou-se a transferência de US$ 2,350 milhões, no exterior, entre contas de Eike Batista e dos publicitários.
As consorciadas, que não tinham tradição no mercado específico de construção e integração de plataformas, viabilizaram a contratação mediante o repasse de valores a pessoas ligadas a agentes públicos e políticos.
O ex-ministro Mantega será levado ainda hoje para a sede da Polícia Federal em Curitiba. Os procuradores e delegados da Polícia Federal concedem entrevista coletiva ainda hoje para dar detalhes da operação.

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