9.04.2010

Dengue: vacina em teste

Voluntários já começaram a receber o imunizante contra os quatro subtipos da doença

Rio - Uma vacina contra os quatro tipos de dengue está sendo testada em humanos no Brasil há duas semanas. Até ontem, 23 voluntários já haviam sido vacinados. Segundo pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), nenhum apresentou reação ao imunizante. A vacina é parceria da UFES com o laboratório Sanofi-Pasteur.

O produto foi desenvolvido a partir de uma cepa do vírus da dengue vivo, geneticamente modificado. De acordo com o coordenador dos testes, Reynaldo Dietze, a imunização será feita em três etapas. Na primeira, voluntários com idades entre 9 e 16 anos tomarão uma dose a cada 6 meses. Eles serão acompanhados pelo período de um ano e meio, relatando ao grupo de pesquisa a mínima reação.

Inicialmente, o teste será aplicado em 150 voluntários no Espírito Santo para, depois, ser ampliado para outros estados. Segundo Dietze, o processo deve demorar cerca de um ano e seis meses. De acordo com o Ministério da Saúde, só após a conclusão desses testes é que será definido se a vacina tetravalente antidengue será, de fato, comercializada.

Os testes com voluntários foram divulgados um dia depois de o Ministério da Saúde lançar o ‘Risco Dengue’, metodologia que vai calcular as chances de epidemia nos municípios e orientar as secretarias de saúde no combate à dengue.

RIO: ALTO RISCO DE EPIDEMIA

Como O DIA publicou ontem, o município do Rio de Janeiro foi uma das quatro cidades-piloto para o ‘Risco Dengue’ — juntamente com Belo Horizonte, Goiânia e Boa Vista. O primeiro boletim divulgado pelo Ministério da Saúde apontou que 55 bairros cariocas correm risco alto ou muito alto de ter epidemia no próximo verão. E pior: mais de 40% da população vive nessas locais.

Ontem, O DIA procurou o secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, para comentar os altos índices. Entretanto, ele não quis falar sobre o assunto.

Fumacê e limpeza urbana

As novas ações de combate à dengue no município do Rio ainda não foram oficialmente divulgadas, entretanto há a possibilidade de o fumacê voltar a circular.

Segundo o Ministério da Saúde, nos locais onde o risco de dengue é maior os esforços devem se concentrar em visitas domiciliares, mutirões de limpeza urbana, reforço da coleta de lixo, eliminação e tratamento de criadouros nas residências, aplicação de larvicidas e inseticidas e busca ativa de casos e óbitos suspeitos de dengue.
O Dia

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