Arroz branco ou arroz integral?
O arroz (Oryza sativa) é um dos cereais mais produzidos e consumidos, caracterizando-se como principal alimento para mais da metade da população mundial. Sua importância é destacada principalmente em países em desenvolvimento, tais como o Brasil, desempenhando papel econômico e social estratégico.
No Brasil, o consumo per capita é de 108 gramas ao dia, contribuindo com 14% dos carboidratos, 10% das proteínas e 0,8% dos lipídeos da dieta. Portanto, devido à importância do arroz na alimentação de grande parte da população, sua qualidade nutricional afeta diretamente a saúde.
Diversos componentes do arroz presentes no farelo e/ou no endosperma têm sido relacionados a diferentes efeitos no organismo. Pesquisadores relatam propriedades benéficas à saúde, como auxílio no controle da glicose sanguínea, redução dos lipídeos séricos e da pressão arterial, auxiliando na prevenção e no controle de doenças crônicas.
O grão de arroz consiste da cariopse (80%) e da casca (20%). Por meio da descascagem, separa-se a casca da cariopse, obtendo-se o arroz integral. Este pode ser polido para remoção do farelo (pericarpo, tegumento, camada de aleurona e gérmen) e submetido ou não à parboilização.
O arroz é constituído principalmente por amido, apresentando quantidades menores de proteínas, lipídeos, fibras e cinzas. Entretanto, a composição do grão está sujeita a variações ambientais, de manejo, de processamento e de armazenamento, produzindo grãos com características nutricionais diferenciadas. Além disso, os nutrientes não estão uniformemente distribuídos nas diferentes frações do arroz. As camadas externas apresentam maiores concentrações de proteínas, lipídeos, fibra, minerais e vitaminas, enquanto o centro é rico em amido. Dessa forma, o polimento resulta em redução no teor de nutrientes, exceto de amido, originando as diferenças na composição entre o arroz integral e o polido.
Estudo realizado em 2004 apresentou variações nutricionais (%) importantes entre os tipos de arroz:
Nutriente | Arroz integral | Arroz branco polido | Arroz branco parboilizado |
Amido | 74,12 | 87,58 | 85,08 |
Proteínas | 10,46 | 8,94 | 9,44 |
Lipídeos | 2,52 | 0,36 | 0,69 |
Fibras | 11,76 | 2,87 | 4,15 |
A concentração de minerais difere nas frações do grão. Enquanto no arroz com casca o silício é componente dominante, no arroz integral e polido, destacam-se fósforo, potássio e magnésio. De forma geral, os minerais apresentam-se em maior concentração nas camadas externas do grão, com aproximadamente 72% no farelo e 28% no grão polido. Com a parboilização, observa-se aumento no conteúdo mineral comparado ao arroz branco polido, relacionado à migração de minerais das camadas externas para o endosperma durante o processamento.
Em relação às vitaminas, o arroz contém principalmente as do complexo B e vitamina E. A concentração também é maior nas camadas externas do grão, sendo que, para tiamina, riboflavina, niacina e vitamina E, aproximadamente 78, 47, 67 e 95%, respectivamente, estão presentes no farelo. Dessa forma, o polimento reduz significativamente a concentração de vitaminas.
Portanto, cada vez mais, o arroz se destaca não somente como um dos principais alimentos para a população, mas também como um alimento de qualidade, que pode auxiliar na manutenção da saúde, devendo ser incentivada a produção e o consumo desse cereal, principalmente na forma integral.
Tabagismo na gestação
O cigarro representa prejuízos que vão além do organismo materno: os efeitos sobre o desenvolvimento fetal podem ser inúmeros, desde o baixo peso ao nascer e partos prematuros até as mortes perinatais e súbita da criança.
A nicotina causa vasoconstrição dos vasos uterinos e placentários, provocando diminuição do fluxo sanguíneo, comprometendo, assim, a oferta de oxigênio e nutrientes para o feto. A exposição pré e perinatal à nicotina já foi relacionada a alterações da cognição e do desenvolvimento psicomotor e sexual no jovem.
O monóxido de carbono, também presente no cigarro, se liga a hemoglobina materna, formando a carboxihemoglobina, prejudicando o transporte de gases para o feto. Suas altas concentrações geram, portanto, hipóxia, o que leva ao aumento do processo de eritropoiese, implicando num aumento da viscosidade sanguínea na gestante e feto. Como conseqüência, maior risco de retardo de crescimento fetal, infarto cerebral no neonato e mau desempenho da placenta.
O cigarro pode, ainda, implicar em alterações funcionais respiratórias na infância, com risco aumentado de desenvolvimento de doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer e doenças cardiovasculares.
O tabagismo causa também a diminuição da capacidade fagocitária e alteração dos níveis de IgA, correlacionado-se ao maior risco ruptura da membrana e consequente abortamento. Outro fator que favorece a fragilidade da membrana placentária é a diminuição da concentração de vitamina C no líquido amniótico, expondo o feto e placenta a um intenso estresse oxidativo, além de comprometer a formação de colágeno.
Apesar de os maiores benefícios para o desenvolvimento do feto acontecerem se a interrupção do tabagismo ocorrer ainda no início da gravidez, a interrupção em qualquer momento, ou mesmo no após, tem significativo impacto positivo na saúde de toda a família.
Propriedade nutracêuticas do óleo de coco extra virgem
O óleo de coco extra virgem é o produto natural obtido da espécie Cocos nucifera L., por processo de prensa a frio, sem ser submetido às etapas de refinamento e desodorização. É extraído a partir da polpa do coco fresco por processos físicos, passando pelas fases de trituração, prensagem e tripla filtração. Seu índice de acidez é no máximo até 0,5%, o que o caracteriza como um óleo extra virgem.
Esse produto é rico em ácidos graxos saturados, porém estes ácidos são de cadeia média (65%), portanto de fácil metabolização e baixa capacidade de oxidação, tanto no ambiente quanto no organismo. Dentre os ácidos graxos presentes, destacam-se: ácido láurico 44-52%, mirístico 13-19%, palmítico 7,5-10,5%, caprílico 5,5-9,5%, oléico 5,8%, cáprico 4,5-9,5%, linoléico 1,5-2,5%, esteárico 1-3%, capróico 0,3-0,8% e araquídico 0,04%.
O óleo de coco vem sendo estudado como coadjuvante o tratamento de distúrbios do metabolismo lipídico. A propriedade hipocolesterolêmica desse óleo é um resultado direto da capacidade de estimulação da função da tireóide. Na presença do hormônio da tireóide, o colesterol (especialmente o LDL) é convertido a pregnenolona, progesterona e DHEA (hormônios esteróides).
Além disso, os ácidos láurico e cáprico, presentes no óleo de coco, balanceiam os níveis do HDL e reduzem a oxidação do LDL, prevenindo o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Esses ácidos graxos possuem ainda atividade antimicrobiana, auxiliando no combate a microrganismos. Estudos demonstram que o ácido láurico pode aumentar a capacidade do sistema imunitário ao ativar a liberação da interleucina 2, que induz proliferação de células T e B e ativação de células NK. Nos intestinos, o ácido láurico é fragmentado pela lipase, sendo convertido à monolaurina, que é responsável pela destruição da membrana de lipídeos que envolvem vírus, bactérias, leveduras e fungos. A principal vantagem é que a monolaurina só atua contra microrganismos patogênicos, não afetado as bactérias da flora intestinal benéfica.
O óleo de coco é indicado para a prevenção e tratamento de disfunções relacionadas à: cândida, clamídia, citomegalovirus, estreptococos, estafilococos, H. pylori, herpes, influenza, listeria, giárdia, dentre outros.
Já o ácido cáprico, no organismo é convertido em monocaprina, um composto também com propriedades antimicrobianas, notadamente contra o vírus HIV, a clamídia e ambos os tipos de herpes, simples e zoster.
Outro nutriente de extrema importância do óleo de coco é a vitamina E. Esta é a principal vitamina antioxidante transportada na corrente sanguínea, responsável pela integridade das membranas celulares.
Recentes pesquisas comprovam a atividade anti-inflamatória do óleo de coco devido à sua capacidade de elevar os níveis de interleucina 10. Além disso, reduz o risco de câncer, regulariza o ritmo intestinal, ajuda a controlar a glicemia, melhora a digestão e absorção de nutrientes, aumenta o metabolismo, auxilia na perda de peso, ajuda a prevenir a osteoporose, incrementa os níveis de energia, mantém a pele macia e, pela sua ação antioxidante, retarda o processo de envelhecimento.
De uma maneira geral, não possui contra-indicações quando consumido em uma quantidade de 30 a 45mL ao dia (2 a 3 colheres de sopa). Recomenda-se começar seu consumo com uma pequena quantidade (equivalente a ½ colher de sopa) e ir aumentando gradualmente. A ingestão excessiva pode ocasionar enjôos e mal estar.
Propriedades nutricionais da lichia
Os relatos de cultivo da lichia (Litchi chinensis Sonn) datam de 1500 aC. Foi inicialmente feito pelo povo de ascendência malaia e, atualmente, China, Índia, África do Sul, Austrália, Ilhas Maurício, Madagascar e Tailândia são os principais países produtores mundiais. É cultivada também na América Central e América do Sul. No Brasil, a colheita dos frutos ocorre entre novembro e janeiro.
A polpa, gelatinosa, translúcida e sucosa é utilizada fresca, enlatada, desidratada ou processada em sucos, vinhos, picles, compotas, sorvetes e iogurtes e sucos.
Quanto a composição nutricional, 100g de polpa possui, em média, 65 kcal, sendo aproximadamente 1,0g de proteína, 0,1g de lipídeo e 15g de carboidratos. Apresenta vitaminas do complexo B, além de ser fonte de eletrólitos, principalmente, sódio, potássio, cálcio e fósforo. Possui, também, considerável quantidade de cobre.
As características antioxidantes da fruta se sobressaem: é excelente fonte de vitamina C, sendo que suas concentrações são influenciadas pela disponibilidade de luz: dias mais longos e intensidades maiores de luz influenciam beneficamente as concentrações de ácido ascórbico.
É também fonte de substâncias bioativas antioxidantes: substâncias fenólicas, representadas pelas antocianinas (cianidina-3-rutinosídeo, cianidina-3-glicosídeo, quercetina-3-rutinosídeo e quercetina-3-glicosídeo), flavonóides (procianidina B4, procianidina B2 e epicatequina) e taninos condensados (proantocianidinas poliméricas).
As antocianinas, responsáveis pela coloração avermelhada do fruto, quando oxidadas, especialmente por processo enzimático, dão uma característica escurecida ao pericarpo, comprometendo o valor comercial da lichia.
Aproveite que estamos na época da lichia e inclua essa saborosa fruta, rica em propriedades antixiodantes, ao seu cardápio!
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