5.03.2011

Amores mal vividos

Parece que as pessoas só querem ver os sentimentos medidos em expressões, se é amor tem que mostrar, se é sentido tem que aparecer. Para muitos o valor de um amor se encontra em um anel, sem encontra em cerimônias, em fotos, em álbuns em paginas sociais, para muitos o amor só é valido mostrado... Não revelado no sentimento com o outro, e sim imprimido para os outros. Para muitos o amor é o eu te amo, a palavra saindo da boca como uma declaração dos deuses, pobre é esse amar só para demonstrar, pobre é esse sentir no falar. Amor de verdade é aquele em que muitas vezes não se diz se soletra no intimo. Não se vê, enxerga com a alma. Não se descreve, ilustra no peito. Modernidade quem dizer babaquismo? Anseia-se não o amor, mas o desejo de estar amando, o desejo de poder dizer para todos - eu tenho namorado. Anseia-se descobrir sem ao menos estar pronto para isso, se quer porque é o que os outros tem, se tem para satisfazer um antigo querer. Não há nada demais quem querer provar desse sabor, o problema é quando se faz isso por simplesmente querer sentir algo que nem existe. Não se cria amor, não se cresce num namoro mal fundado, em um sentimento mal explicado. Quando é pra ser, é sentido e não ensaiado. O problema é que na espera da velocidade, de um dia dos namorados com historia e de um beijo para deixar de ser bv, perdemos o mais gostoso que é a de descobrir aos poucos tudo aquilo que um dia vai ser. Não sou contra a rapidez nem contra as micaretas, só não gosto dos namoros forçados para exibição publica, só não gosto de amor em quadrinhos, amor em pouquinhos, amizade mal entendida... Eu não gosto de brincarem com o sentimento, de criarem uma miragem por cima de qualquer conhecimento. Não gosto desse gosto falso de saliva mal amada, desse toque mal dado, de amores mal vividos, não gosto de rejeitarem a realidade para se refugiarem num amor de faz de conta, num amor irreal, não gosto do que é banal. Ficadas e beijos dados por puro prazer são bem vindos desde que não se confunda prazer com amar, desde que não se “ame” para obter prazer, desde que ao iniciar algo mais sério procure antes de tudo conhecer o outro e a si mesmo. 


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