11.12.2011

MÉDIUNS SIM, ÚTEIS, TALVEZ



Todos nós somos médiuns, isto é, estamos em constante contato com os seres vivos da espiritualidade, influenciando-os e sendo por eles influenciados. Dessa forma, torna-se imprescindível saber de que forma poderemos tirar o melhor proveito dessa situação de intermediários entre os dois planos da vida que jamais cessa para o Ser, a partir do instante da sua criação.

Isto porque, somos esclarecidos através das obras da codificação do espiritismo, mais particularmente pelo contido em O Livro dos Médiuns, que esse contato se faz através da mediunidade de que somos portadores, uns em grau mais avançados, isto é, por serem portadores de uma mediunidade mais ostensiva, e outros em grau menos perceptível, em razão do desenvolvimento que cada um haja realizado nas diversas encarnações que tivemos ao longo dos séculos.

Faz-se necessário, portanto, que o interessado busque se empenhar no estudo sério e constante da doutrina espírita, para entender que por mais que estejamos preparados para o exercício decente da mediunidade, ainda assim, estaremos sujeitos a enganos e equívocos, pois, médium perfeito como muitos de nós nos julgamos, ainda estamos bem longe de ser.

“227. Se o médium, do ponto de vista da execução, não passa de um instrumento, exerce, todavia, influência muito grande, sob o aspecto moral. Pois que, para se comunicar, o Espírito desencarnado se identifica com o Espírito do médium, esta identificação não se pode verificar, senão havendo, entre um e outro, simpatia e, se assim é lícito dizer-se, afinidade. A alma exerce sobre o Espírito livre uma espécie de atração, ou de repulsão, conforme o grau da semelhança existente entre eles. Ora, os bons têm afinidade com os bons e os maus com os maus, donde se segue que as qualidades morais do médium exercem influência capital sobre a natureza dos Espíritos que por ele se comunicam. Se o médium é vicioso, em torno dele se vêm grupar os Espíritos inferiores, sempre prontos a tomar o lugar aos bons Espíritos evocados. As qualidades que, de preferência, atraem os bons Espíritos são: a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração, o amor ao próximo, o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam são: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões que escravizam o homem à matéria”. ¹

Precisamos atentar também para o fato de que, estagiamos na presente oportunidade em um planeta de provas e expiações, o que justifica a maior incidência da influência dos espíritos imperfeitos e ignorantes sobre seus habitantes, pois, o próprio planeta segue também como cada indivíduo aqui reencarnado, sua trajetória evolutiva, na escala dos mundos.

O espiritismo nos chama a atenção para que estejamos sempre em vigília, e em prece, pois, mesmo nos tornando médiuns simpáticos aos bons espíritos, não estaremos livres da influência e da ação maléfica e enganosa dos maus espíritos em nossos pensamentos, palavras e atos, conforme esclarecimentos que seguem.

10ª Se ele só com os bons Espíritos simpatiza, como permitem estes que seja enganado?

"Os bons Espíritos permitem, às vezes, que isso aconteça com os melhores médiuns, para lhes exercitar a ponderação e para lhes ensinar a discernir o verdadeiro do falso. Depois, por muito bom que seja, um médium jamais é tão perfeito, que não possa ser atacado por algum lado fraco. Isto lhe deve servir de lição. As falsas comunicações, que de tempos a tempos ele recebe, são avisos para que não se considere infalível e não se ensoberbeça. Porque, o médium que receba as coisas mais notáveis não tem que se gloriar disso, como não o tem o tocador de realejo que obtém belas árias movendo a manivela do seu instrumento." ²

Meditemos, pois, em todas as ações que praticamos no dia a dia de nossas vidas para observar se estamos sendo veículos do bem, na utilização de nossa mediunidade na Seara de Jesus, ou se ao contrário estamos sendo soldados a serviço da sombra, consolidando o império do mal em nossa sociedade.

Que Jesus nos guarde em sua paz, hoje e sempre.


Francisco Rebouças

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