Irã responderá com toda força a qualquer agressão, diz aiatolá
DA FRANCE PRESSE
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O Irã responderá "com toda a sua força" a qualquer agressão militar por parte dos Estados Unidos ou de Israel, afirmou nesta quinta-feira o guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, em um discurso para oficiais do exército. DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
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"Os inimigos, em particular os EUA, seus vassalos e o regime sionista, devem saber que a nação iraniana não quer agredir nenhum país, mas responderá com toda a sua força a qualquer agressão ou a qualquer ameaça, de modo que os agressores serão destruídos desde o seu interior", disse, segundo seu site.
O líder supremo iraniano alertou para que não seja realizada nenhuma ação militar contra as instalações nucleares no país, dizendo que quem tentar isso receberá uma resposta com "punhos de ferro".
"Quem pensar em uma agressão contra a República Islâmica do Irã deve se preparar para receber poderosos golpes e os punhos de aço do exército, dos Guardas da Revolução ou dos Basij (milícia islâmica)".
Autoridades iranianas esgrimiram nos últimos dias a ameaça de um ataque militar contra o Irã, num momento em que a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) expressou na terça-feira "sérias inquietações" sobre uma "possível dimensão militar" do programa nuclear iraniano.
Reuters | ||
Mahmoud Ahmadinejad discursa durante visita à província iraniana de Chahar Mahaal e Bakhtiari na quarta |
RELATÓRIO
A AIEA revelou na terça-feira que há indício claro de que o Irã pode estar desenvolvendo armas nucleares, afirmando que tem "sérias preocupações a respeito das dimensões militares do programa nuclear iraniano".
Citando informações "confiáveis" de inteligência estrangeira e investigações próprias, a entidade indicou que o Irã "praticou atividades relevantes para o desenvolvimento de um dispositivo nuclear explosivo".
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, pediu que a comunidade internacional "detenha a corrida do Irã para a arma nuclear", após a publicação do documento. "O relatório significa que a comunidade internacional deve conseguir deter a corrida do Irã para armas nucleares que colocam em perigo a paz do mundo e do Oriente Médio", afirmou.
Mais cedo, o chefe de Estado-Maior adjunto das Forças Armadas iranianas, o general Masud Jazayeri, ameaçou destruir Israel se o Estado hebreu atacar as instalações nucleares do Irã.
O presidente iraniano, Marmoud Ahmadinejad, afirmou que seu país "não retrocederá nem um pingo" em seu programa nuclear e qualificou como "absurdas" as acusações contidas no relatório.
Ahmadinejad acusou a AIEA de "perder seu prestígio" ao aceitar as pressões dos Estados Unidos e outros países ocidentais na redação do relatório sobre seu programa nuclear, segundo informou o site da rede de televisão oficial iraniana.
22.ago.04 - France Presse | ||
Imagem de 2004 mostra técnicos iranianos trabalhando na usina nuclear de Bushehr, ao sul da capital, Teerã |
PRESSÃO EXTERNA
A divulgação do documento da agência nuclear da ONU repercutiu em diversos países e organismos internacionais.
Na quarta-feira, a União Europeia afirmou que o conteúdo do relatório "agrava as preocupações existentes" sobre as intenções do programa nuclear do Irã. O porta-voz da chefe da diplomacia, Catherine Ashton, disse que documento "confirma a contínua expansão das atividades de enriquecimento de urânio do Irã", em violação às resoluções da AIEA e do Conselho de Segurança da ONU.
A França informou que pretende pedir a convocação do Conselho de Segurança e que poderá pressionar por sanções sem precedentes contra o Irã.
"Se o Irã se recusar a atender às demandas da comunidade internacional e recusar qualquer cooperação séria, nós estaremos firmes para adotar sanções em uma escala sem precedentes, com outros países que também estão dispostos a isso", disse o ministro de Relações Exteriores da França, Alain Juppé.
Diante da possibilidade de imposição de novas sanções contra o regime de Teerã, a China pediu diálogo e cooperação. "A China sempre acredita que o problema nuclear iraniano pode ser solucionado mediante o diálogo e a cooperação", afirmou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hong Lei.
Editoria de arte/Folhapress | ||
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