Academia alega que a apresentação não estava de acordo com a política de seu site
RIO - A Academia Brasileira de Letras (ABL) censurou a transmissão ao
vivo, em seu site, da conferência "O sexo não é mais como era",
proferida na quarta-feira passada pelo professor da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) Jorge Coli. A palestra fazia parte do
ciclo "Mutações - O futuro não é mais o que era", organizado pelo
filósofo Adauto Novaes, e discutia o sexo e a pornografia no contexto
atual de avanço do moralismo e do conservadorismo. Ao apresentar o
quadro "A origem do mundo", de Gustave Courbet, e usar a palavra
"buceta", a transmissão foi cortada.
Em nota publicada no site do ciclo "Mutações", Coli afirma que "tratava-se de uma análise reflexiva sobre as noções de pornografia, erotismo e sexualidade dentro das artes. Ela (a conferência) sublinhava o caráter conservador do moralismo atual e criticava os puritanismos repressivos que oprimem o imaginário, e não apenas ele". O professor explica que foi informado do corte quando citou "o trecho de um autor que continha algumas palavras indelicadas (crítica de Philippe Murray ao quadro de Courbet, "A origem do mundo", publicada em 1991 na revista Art Press)". Coli alega que, no início da sua apresentação, duas obras de Jeff Koons também foram suprimidas.
Em nota, a ABL afirmou que a transmissão ao vivo das conferências do ciclo não é uma obrigação contratual confirmou a suspensão da exibição. O texto diz que a medida "foi autorizada por não estar em conformidade com os parâmetros que permitem a sua utilização, notadamente diante das advertências apresentadas pelo conferencista, prof. Jorge Coli, entre outras, de que envolvia imagens impróprias até 18 anos e de que iria tratar de pornografia. O público-alvo das mensagens da Academia via internet abrange todas as idades, em destaque jovens estudantes de todos os graus de ensino". A ABL se posicionou contra qualquer forma de censura, mas "que é também consciente de sua responsabilidade da matéria que divulga em seu site".
O filósofo Adauto Novaes, responsável pelo "Mutações", criticou a medida da Academia. Para ele, a interrupção da transmissão é mais um sintoma da guinada conservadora e moralista observada recentemente no mundo e que era objeto da palestra.
- A ABL só entrou em contato comigo hoje para falar sobre o conteúdo da resposta que seria encaminhada aos jornais. Eu discordo totalmente. Há um conservadorismo geral dominando, li uma reportagem hoje que até censuraram a palavra vagina no título de um livro (a Apple censurou a obra de Naomi Wolf). Há um processo muito reacionário no mundo, no campo da política e da moral. Em um ciclo passado do “Mutações” tivemos uma conferência que falou do assunto de maneira muito mais aberta, no Palácio Gustavo Capanema. Hoje o conservadorismo é muito maior do que nos anos 1960 e 1970 - afirma o filósofo.
Em nota publicada no site do ciclo "Mutações", Coli afirma que "tratava-se de uma análise reflexiva sobre as noções de pornografia, erotismo e sexualidade dentro das artes. Ela (a conferência) sublinhava o caráter conservador do moralismo atual e criticava os puritanismos repressivos que oprimem o imaginário, e não apenas ele". O professor explica que foi informado do corte quando citou "o trecho de um autor que continha algumas palavras indelicadas (crítica de Philippe Murray ao quadro de Courbet, "A origem do mundo", publicada em 1991 na revista Art Press)". Coli alega que, no início da sua apresentação, duas obras de Jeff Koons também foram suprimidas.
Em nota, a ABL afirmou que a transmissão ao vivo das conferências do ciclo não é uma obrigação contratual confirmou a suspensão da exibição. O texto diz que a medida "foi autorizada por não estar em conformidade com os parâmetros que permitem a sua utilização, notadamente diante das advertências apresentadas pelo conferencista, prof. Jorge Coli, entre outras, de que envolvia imagens impróprias até 18 anos e de que iria tratar de pornografia. O público-alvo das mensagens da Academia via internet abrange todas as idades, em destaque jovens estudantes de todos os graus de ensino". A ABL se posicionou contra qualquer forma de censura, mas "que é também consciente de sua responsabilidade da matéria que divulga em seu site".
O filósofo Adauto Novaes, responsável pelo "Mutações", criticou a medida da Academia. Para ele, a interrupção da transmissão é mais um sintoma da guinada conservadora e moralista observada recentemente no mundo e que era objeto da palestra.
- A ABL só entrou em contato comigo hoje para falar sobre o conteúdo da resposta que seria encaminhada aos jornais. Eu discordo totalmente. Há um conservadorismo geral dominando, li uma reportagem hoje que até censuraram a palavra vagina no título de um livro (a Apple censurou a obra de Naomi Wolf). Há um processo muito reacionário no mundo, no campo da política e da moral. Em um ciclo passado do “Mutações” tivemos uma conferência que falou do assunto de maneira muito mais aberta, no Palácio Gustavo Capanema. Hoje o conservadorismo é muito maior do que nos anos 1960 e 1970 - afirma o filósofo.
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