3.12.2013

O segredo da felicidade está na bioquímica


  • Pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram que a hipocretina é a responsável pelo bom humor e estado de alerta em humanos
O Globo 

Descoberta pode mudar tratamentos para depressão e narcolepsia
Foto: Latinstock
Descoberta pode mudar tratamentos para depressão e narcolepsia Latinstock
CALIFÓRNIA - Não é poder, ou dinheiro, muito menos uma coisa abstrata. Os pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram que o segredo para a felicidade está em um peptídeo (uma proteína simples) chamado hipocretina. Durante o estudo, publicado semana passada na revista “Nature Communications”, os níveis de hipocretina subiam quando os assuntos tratados eram relacionados à felicidade e desciam quando se tratava de tristeza.
A descoberta tem implicações tanto nos tratamentos de depressão quanto no estudo de narcolepsia, um distúrbio do sono que pode ter relação com a depressão. A pesquisa examinou dois peptídeos no cérebro, o MCH (hormônio de concentração da melanina), que aumentam no início do sono, e a hipocretina, que fica mais alta de manhã, ao acordar.
Para checar o relacionamento entre hipocretina, depressão e narcolepsia, os pesquisadores acompanharam os exames em hospital de oito pacientes epiléticos que já estavam sendo monitorados com eletrodos implantados. Eles mediram os dois peptídeos enquanto os pacientes assistiam TV, falavam com funcionários do hospital e com seus familiares, durante os exames clínicos e o sono. A cada hora os pacientes davam cotação a seus humores em um questionário.
Quando eles tinham experiência com emoções positivas, como raiva, interações sociais e também quando acordavam, os níveis de hipocretina subiam. Quando estavam com dor ou dormindo, os níveis de hipocretina ficavam muito mais baixos. Já os níveis de MCH ficavam maiores quando os pacientes estavam pegando no sono ou logo depois de comer, e menores quando tinham dor ou interagiam socialmente.
- Este e estudos anteriores sugerem que o uso de hipocretina aumenta tanto o humor quanto o estado de alerta em humanos - diz um dos autores do estudo, Jerome Siegel, professor de Psiquiatria da Universidade da Califórnia que estuda distúrbios do sono.

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