A palavra pode ser plena como a poesia que caça a essência das coisas e nos espeta com sentidos inusuais. A palavra pode ser como a prosa que mergulha no mundo e se derrama pelos livros de referência. A palavra pode ser vazia, conversa fiada. A palavra cria amantes, gera guerras, e, pode funcionar como um atentado terrorista, mas também acalma, nina, aconchega. É um instrumento extremamente poderoso.
Uma das primeiras pacientes de Freud, antes da psicanálise se transformar num conjunto de conhecimento aceito pela comunidade, chamou o tratamento que fazia com ele de cura pela fala.
Ao falar nos revelamos, nos escondemos, nos traímos. Quando conseguimos dizer o que queremos (é preciso coragem) nos colocamos de forma singular no mundo, mas o silêncio também faz parte da comunicação e pode significar indiferença, superioridade, medo de se mostrar, insegurança.
A palavra inibida, quase casta, lutando contra a autonomia do homem ou palavra liberta, capaz de estender as fronteiras do pensamento? Os psicanalistas perceberam a importância da palavra plena de afeto no tratamento dos sofrimentos psíquicos. Desenvolveram um dispositivo que permite a livre expressão do sujeito. A singularidade é seu fruto. É também e sempre um alto um preço a se pagar
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