4.27.2013

Cientistas produzem rim em laboratório

Cientistas americanos conseguiram criar pela primeira vez um rim em laboratório, que depois transplantaram num rato. O rim é o órgão humano mais procurado para transplante em todo o mundo.

Imagem do rim artificial fabricado pela equipa de cientistas americanos Ott Laboratory/Reuters Imagem do rim artificial fabricado pela equipa de cientistas americanos
Um grupo de cientistas americanos do Massachusetts General Hospital e da Harvard Medical School, em Boston, conseguiu fazer crescer pela primeira vez um rim de rato em laboratório, com base na bioengenharia.
Quando foi testado, o rim produziu 23% da urina de um rim natural, e depois de transplantado num rato, a sua eficiência caiu 5%. Em todo o caso, este resultado abre perspetivas para se criar nos seres humanos uma alternativa mais vantajosa no transplante de rim, o órgão mais procurado em todo o mundo para transplantes.
O líder da equipa de cientistas americanos, Harald Ott, afirmou à BBC que este nível de eficiência na produção de urina - 10% a 15% de um rim natural - já é suficiente "para tornar os doentes renais independentes da hemodiálise".  Harald Ott afirma, por isso, que "o impacto clínico potencial de um tratamento com sucesso seria enorme".

Acabar com fenómenos de rejeição nos transplantes


O processo de fabrico do rim usado pelos cientistas tem ainda uma vantagem adicional: evita que um doente transplantado tome medicamentos durante toda a vida para prevenir fenómenos de rejeição do órgão pelo sistema imunitário, porque o rim é fabricado com células desse doente.
Com efeito, a equipa americana escolheu um rim de rato e começou por usar um detergente para lhe tirar as células velhas. A estrutura que ficou, que incluía a rede de veias e canais, foi então "semeada" com células epiteliais (que revestem a superfície externa e diversas cavidades internas do organismo) e endoteliais (que cobrem o interior dos vaso sanguíneos), que se multiplicaram e reconstruiram o rim. O órgão foi depois transplantado para um rato e funcionou.
Apesar do sucesso conseguido, há ainda um longo caminho de 10 a 15 anos de investigação a percorrer até se chegar aos seres humanos, que têm rins maiores e mais complexos que os ratos.
 Os cientistas admitem que a técnica utilizada precisa de melhorar a eficiência do rim produzido em laboratório e de provar que, depois de transplantando, vai funcionar durante muitos anos. Mas Martin Birchall, cirurgião do University College London, considera que "é quase o nirvana da medicina regenerativa".   
Em Portugal há 11 mil doentes renais que são tratados por hemodiálise, mas só se fazem 500 transplantes de rins por ano, devido à falta de dadores. O rim é o órgão humano mais procurado em todo o mundo e um dos que tem maiores listas de espera para transplante.


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