Pesquisa americana condena o abuso de carnes, especialmente a bovina, ligando seu consumo a doenças e a uma vida mais curta
Enquanto
o porco ganha elogios, é a vaca quem mais tem recebido pedradas
científicas. A bem da verdade, os últimos dados também valem para os
suínos e reforçam a necessidade de maneirar na carne vermelha de modo
geral, abrindo mais espaço para peixes e vegetais. É preocupante a
conclusão de um estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos
Estados Unidos, que analisou hábitos alimentares de mais de 120 mil
americanos. As pessoas que comiam todo dia carne vermelha,
essencialmente a bovina, apresentaram um índice de mortalidade prematura
— ou seja, abaixo da média americana de 78 anos —,13% maior do que
aquelas que variavam na dieta. Se o produto era industrializado
(embutido ou congelado), a taxa subia para 20%."O exagero na ingestão de
carne está associado a câncer e doenças cardiovasculares", resume a
nutricionista Elaine de Pádua, da Universidade Federal de São Paulo.
Apesar de assustar, os números da investigação pedem cautela se formos transpor à nossa realidade. É que os cortes bovinos americanos possuem bem mais gordura que os brasileiros. "Em média, a carne dos Estados Unidos tem de 6 a 8% de gordura intramuscular. No Brasil, essa taxa fica entre 0,5 e 2%", compara o zootecnista Luis Artur Chardulo, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. O estudo de Harvard ainda sugere que 9,3% das mortes entre os homens e 7,6% entre as mulheres seriam evitadas se eles comessem menos de 50 gramas diários de carne, ou um bife bem pequeno.
Apesar de assustar, os números da investigação pedem cautela se formos transpor à nossa realidade. É que os cortes bovinos americanos possuem bem mais gordura que os brasileiros. "Em média, a carne dos Estados Unidos tem de 6 a 8% de gordura intramuscular. No Brasil, essa taxa fica entre 0,5 e 2%", compara o zootecnista Luis Artur Chardulo, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. O estudo de Harvard ainda sugere que 9,3% das mortes entre os homens e 7,6% entre as mulheres seriam evitadas se eles comessem menos de 50 gramas diários de carne, ou um bife bem pequeno.
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