Refrigerantes aumentam o risco de pedras nos rins
Pesquisa aponta que consumo diário de refrigerantes e outras bebidas adocicadas pode aumentar em até 33% os riscos de pedras nos rins
Bebidas adoçadas: consumo diário de refrigerantes aumenta riscos de pedras nos rins
(Thinkstock)
CONHEÇA A PESQUISAPara o estudo, foram analisados dados de 194.095 voluntários, em um período de mais de oito anos. Todos responderam a questionários a cada dois anos, com informações contendo histórico médico, estilo de vida e ingestão de medicamentos. Questões sobre a dieta eram atualizadas a cada quatro anos.
Título original: Soda and Other Beverages and the Risk of Kidney Stones
Onde foi divulgada: periódico Clinical Journal of the American Society of Nephrology
Quem fez: Pietro Manuel Ferraro, Eric N. Taylor, Giovanni Gambaro e Gary C. Curhan
Instituição: Brigham and Women's Hospital, nos Estados Unidos
Dados de amostragem: 194.095 voluntários, acompanhados por oito anos
Resultado: O consumo diário de refrigerantes e outras bebidas adoçadas pode aumentar em até 23% os riscos de desenvolver pedras nos rins, quando comparado àquelas pessoas que consumem a bebida apenas uma vez por semana.
Resultados — Descobriu-se que os participantes que consumiam uma ou mais doses de refrigerantes por dia tinham 23% mais riscos de ter pedras no rim, quando comparados àqueles que consumiam menos de uma dose por semana. A maior incidência ficava entre aqueles que consumiam diariamente refrigerantes que não são à base de cola — o aumento era de 33%. Por outro lado, algumas bebidas, como café, chá e suco de laranja, estavam associadas a um baixo risco de formação de pedra nos rins.
“Algumas bebidas estão relacionadas a um menor risco de formação de pedra nos rins, enquanto outras com um risco maior”, diz Pietro Manuel Ferraro, coautor do estudo. “Embora o total de líquido ingerido reduza os riscos de pedras nos rins, essa informação sobre cada tipo de bebida pode ser útil para a implementação de estratégias que reduzam o problema nos pacientes.”
Refrigerantes estão ligados a 180.000 mortes por ano
Estudo de Harvard relacionou consumo de bebidas açucaradas a mortes causadas por doenças cardiovasculares, diabetes e câncer
Risco: Estudo liga 180.000 mortes que ocorreram em 2010 ao
consumo de bebidas açucaradas, como refrigerante, chá e suco
(Thinkstock)
Segundo Gitanjali Singh, coordenadora do estudo que levou a essas conclusões, esses dados são surpreendentes, já que “muitas vezes nós associamos o problema do consumo exagerado de refrigerantes somente a países mais ricos”, disse. Para ela, sua pesquisa reforça a necessidade de políticas públicas que busquem reduzir o consumo de bebidas industrializadas açucaradas.
Leia também: Refrigerante aumenta acúmulo de gordura em torno dos órgãos
Justiça - Em Nova York, por exemplo, foi aprovada uma medida que proibiria a venda de bebidas como refrigerantes, chás e energéticos em embalagens acima de 470 mililitros em lojas, bares, cinemas e casas de shows. Porém, antes de entrar em vigor, a decisão foi derrubada por um juiz da Suprema Corte, que considerou a lei arbitrária, já que a proibição valeria apenas para algumas bebidas.
Durante a apresentação de seu estudo, Singh afirmou, porém, que o fato de milhares de mortes estarem associadas ao consumo de bebidas industrializadas açucaradas não significa que os produtos provoquem diretamente esses óbitos. O que existe é uma relação entre o hábito e uma maior prevalência de mortes causadas por doenças como as cardíacas, o diabetes e alguns tipos de câncer. Ou seja, o consumo desses produtos pode vir junto com outros fatores que elevam o risco desses problemas. Mesmo assim, Singh acredita que é possível estimar o número de mortes ligadas às bebidas.
A pesquisa da Harvard levou em consideração levantamentos nutricionais feitos ao redor do mundo e também as características de consumo de refrigerantes e outras bebidas açucaradas em vários países. Os autores concluíram que, em 2010, 180.000 mortes no mundo são atribuíveis ao consumo dessas bebidas, sendo que 130.000 foram causadas pelo diabetes, 45.000 por doenças cardíacas e 4.600 por diferentes tipos de câncer.
Outro lado — Em nota, a Associação Americana de Bebidas (ABA, sigla em inglês) considerou que o estudo "é mais sensacionalista do que científico". "De maneira alguma a pesquisa mostra que consumir bebidas açucaradas provoca doenças como as cardiovasculares, diabetes ou câncer, que foram as verdadeiras causas das mortes dos participantes do estudo. Os pesquisadores deram um grande salto quando eles fizeram, de forma errada e ilógica, esse cálculo."
Beber refrigerante todo dia aumenta o risco de câncer de próstata
Estudo descobriu que consumir açúcar de manhã, além de comer muito arroz e massas, também eleva essa chance
Refrigerante: Consumo diário é fator de risco para câncer de próstata, aponta estudo
(Thinkstock)
CONHEÇA A PESQUISAO estudo, desenvolvido na Universidade de Lund, na Suécia, acompanhou mais de 8.000 homens de 45 a 73 anos de idade durante, em média, 15 anos. Nenhum participante tinha câncer de próstata quando a pesquisa começou e todos foram orientados a anotar minuciosamente os alimentos e bebidas que ingeriram ao longo desse tempo. Segundo os resultados, aqueles que consumiam o equivalente a uma lata de 330 mililitros de refrigerante ou outra bebida com açúcar por dia apresentaram um risco 40% maior de desenvolver câncer de próstata avançado do que aqueles que nunca ingeriam a bebida.
Título original: Dietary intakes of carbohydrates in relation to prostate cancer risk: a prospective study in the Malmö Diet and Cancer cohort
Onde foi divulgada: revista American Journal of Clinical Nutrition
Quem fez: Isabel Drake, Emily Sonestedt, Bo Gullberg, Peter Wallström e outros
Instituição: Universidade de Lund, Suécia
Dados de amostragem: 8.128 homens de 45 a 73 anos
Resultado: Beber refrigerante e outras bebidas açucaradas todos os dias aumenta o risco de câncer de próstata avançado em 40%. Comer muito arroz e massas, além de consumir açúcar pela manhã, eleva a chance do câncer de próstata benigno
Leia também: Refrigerante aumenta acúmulo de gordura em torno dos órgãos
A pesquisa também encontrou uma associação entre o risco da doença e o consumo de açúcar no café da manhã. O hábito, segundo o estudo, eleva em até 38% as chances de um câncer de próstata benigno. Além disso, segundo os resultados, essa chance foi 31% entre aqueles que seguiam uma alimentação rica em arroz e massas.
Para os autores do estudo, pesquisas como essa podem aprofundar os conhecimentos sobre como a dieta é capaz de influenciar no risco de determinadas doenças. Assim, um médico poderia recomendar hábitos alimentares específicos para cada pessoa de acordo com sua predisposição genética a certas doenças.
Refrigerante aumenta acúmulo de gordura em torno dos órgãos
Esse tipo de bebida não só aumenta gordura no organismo, mas também a concentra em lugares como o fígado, elevando risco de diversos problemas
Refrigerantes com açúcar: consumo de bebida acumula
gordura em lugares como fígado e músculos, oferecendo riscos para
diabetes e problemas cardíacos
(Thinkstock)
CONHEÇA A PESQUISAOs pesquisadores acompanharam 47 pessoas que beberam todos os dias, durante seis meses, um litro da bebida de sua escolha: água, leite, refrigerante normal ou refrigerante diet. Todos os participantes escolhidos eram obesos ou tinham sobrepeso, já que, segundo os pesquisadores, pessoas com esse perfil são mais sensíveis a mudanças de dieta do que aquelas que têm peso normal.
Título: Sucrose-sweetened beverages increase fat storage in the liver, muscle, and visceral fat depot: a 6-mo randomized intervention study
Onde foi divulgada: periódico American Journal of Clinical Nutrition
Quem fez: Maria Maersk, Anita Belza, Hans Stødkilde-Jørgensen, Steffen Ringgaard, Elizaveta Chabanova, Henrik Thomsen, Steen B Pedersen, Arne Astrup, and Bjørn Richelsen
Instituição: Hospital Universitário de Aarhus, Dinamarca
Dados de amostragem: 47 pessos obesas ou com sobrepeso
Resultado: Pessoas que consumiram diariamente, por seis meses, um litro de refrigerante açucarado aumentaram em 25% a gordura em torno dos órgãos e dobraram a gordura acumulada no fígado e nos músculos.
Após os seis meses, os participantes que consumiram refrigerante normal foram os que mais acumularam gordura. Ao final do estudo, eles tinham 25% a mais de gordura em torno dos órgãos e cerca de duas vezes mais gordura acumulada no fígado e nos músculos do que quando a pesquisa começou.
A gordura acumulada em regiões onde não deveriam, como no fígado, por exemplo, é chamada de gordura ectópica. Segundo um dos autores do estudo, Bjorn Richelsen, essa gordura é mais perigosa para a saúde de uma pessoa do que a gordura subcutânea, que é aquela que fica sob a pele. A gordura ectópica induz a uma disfunção dos órgãos e pode representar um fator de risco para problemas como diabetes, doenças cardíacas, derrames e problemas no fígado.
De acordo com os pesquisadores, esse estudo fornece informações importantes que podem apoiar recomendações para redução do consumo de bebidas açucaradas.
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